terça-feira, 22 de novembro de 2011

Tentações de Cristo, nossas tentações!

Mateus 4: 1-11



   As tentações descritas neste texto que foram experimentadas por Jesus são um quadro fiel das tentações mais básicas que todos nós sofremos até hoje. Elas claramente nos mostram, de forma mais abrangente, três coisas iniciais:

1.      As tentações são confrontos nos pecados mais básicos em nossa natureza.

2.      Satanás não necessita inventar novos pecados, pois o ser humano ainda é o mesmo.

3.      E, na Palavra de Deus encontramos saída e suporte para resistirmos a todo tipo de tentação.

    Isso é fundamental e está no alicerce desta passagem bíblica. Gostaria de analisar com você um pouco mais detidamente a natureza destas tentações e suas implicações com a nossa realidade do século XXI.

    Quando disse que Satanás não precisa inventar pecados novos, pois o ser humano é o mesmo, isso significa ao menos duas coisas. Primeira, que ele (Satanás) sabe que o ser humano apesar de estar no planeta a milhares de anos, ainda não desenvolveu uma defesa eficaz contra os ataques por ele deferidos contra a alma das pessoas. Ele não precisa inventar coisas novas, apenas mudar a roupagem das velhas para parecer moderno ou pós, que ainda consegue os mesmos resultados de sempre, porque o ditado esportivo ainda faz efeito: “em time que está ganhando...”.

    Segunda coisa, a menos que as pessoas compreendam o real significado da vida, morte e ressurreição de Jesus Cristo no cenário cósmico da salvação e do resgate da vida humana distanciada de Deus, elas não poderão desafiar com sucesso o poder destrutivo que as tentações exercem em todos.

    Para dar alguns exemplos, fiz uma pequena relação do livro do Gênesis de pecados que forma registrados nos primórdios da humanidade, antes das civilizações surgirem. Desde que os seres humanos surgiram no planetinha verde e azul os problemas os acompanharam, seja pela força exterior do Mal presente ou pela dádiva do livre-arbítrio concedida por Deus. Veja abaixo uma pequena parcela deles.

Morte / Homicídio  (Gên.4:8)

Corrupção e violência  (Gên.6:11,12)

Embriaguês  (Gên.9:20,21)

Omissão / Mentiras  (Gên.12:18,19)

Guerras  (Gên.14: 1,2)

Sodomia / Pederastia  (Gên.13:13 e 18:20)

Incesto  (Gên.19:31-36)

Traição  (Gên.27:6-10,35)

Defloração / Sexo antes do matrimônio  (Gên.34:1-7, 13, 31)

Ódio  (Gên.37:4,5)

Prostituição  (Gên.38:14-18)

Adultério  (Gên.39:6-9)

    Apenas para início de conversa. Esses pecados estavam presentes na vida das primeiras comunidades humanas. E desde lá eram considerados pecados ou violações de conduta que merecia punição, castigo ou repreensão pública. Isso, portanto é muito antigo, por isso disse que o Inimigo não precisa inventar nada novo, pois ele tem conseguido com alto índice de desempenho aliciar a maior parte da humanidade para seu “time”.

    Outra coisa que precisa ficar bem clara aqui, antes que interpretem errado o que estou dizendo é: Satanás e seus demônios não são a fonte das tentações. Eles mesmos foram tentados e caíram. As tentações estão dentro de cada um de nós, cada qual com suas fraquezas ou debilidades. Portanto, não é o Inimigo que de fato nos tenta, somos nós mesmos por causa do poder do livre-arbítrio. O demônio é apenas o facilitador da coisa.

    Aqui chegamos ao cerne de minha argumentação. O que as tentações às quais Jesus foi exposto nos dizem? Quais suas implicações para nós? Penso que as três tentações têm em si os mesmos aspectos reais hoje, senão vejamos.

A primeira tentação – a de transformar as pedras em pães – é um confronto direto com o que eu denominei ética do sustento. Ser tentado ou confrontado na ética do sustento significa saber ou descobrir até onde estou disposto a ir para ganhar o pão de cada dia. Ou seja, quais são as minhas justificativas para fazer o que faço para ganhar a vida? Quais são as minhas desculpas para não agir corretamente, eticamente ou honestamente no ato de produzir o meu sustento diário?

    Como respondo a essas indagações mostram qual o nível de tentação ao qual estou exposto todos os dias. Isso pode ser usado como referência a todos os tipos de profissão e em todas as áreas de negócio ou comércio. Isso vai do que é legalizado e permitido até o que é ilegal e marginalizado.

A segunda tentação – a de se lançar do alto do templo – é a tentação contra a santidade da vida e do corpo. O corpo no qual está confinada a nossa vida terrena é sagrado para Deus, não apenas nas religiões monoteístas, mas em quase todas elas desde a antiguidade. Expor-se aos perigos em todos os setores da vida, nos horários de retorno para casa, nos entretenimentos, nas relações sexuais e nos relacionamentos que não dão em nada, são algumas formas de tentar contra a vida e o corpo.

    O dom mais precioso que recebemos não é a saúde, a inteligência ou a família, todos esses são extremamente importantes, mas sim o dom da vida. A vida é o princípio de tudo para nós. A existência é a vida, e, sem ela, não podemos desfrutar da existência, da saúde, da inteligência e de tudo mais.

    Mesmo para os doentes, para os aflitos, para os dependentes e todos os que padecem de males, o mais importante é estar vivo. Celebrar a vida é o principal. Agora, não podemos celebrar a vida achando que ele é uma festa, porque não é. Quando possuímos uma concepção errada da vida é que sofremos as tentações contra a santidade e sacralidade dela. Quando não temos concepção correta da vida é que expomos nosso corpo aos perigos.

A terceira tentação – a de servir ao Diabo em troca de riqueza e glória – é a de adorar e servir ao não-Deus em troca de seus favores. Tudo aquilo que não é Deus é não-Deus. Tudo aquilo que não é Deus é uma criação ou criatura. Ao colocarmos as coisas, pessoas, bens, riquezas, glória, fama e outros seres espirituais no lugar devido somente a Deus, estamos caindo na tentação de servir a outro que não seja o Senhor para alcançar coisas fúteis.

    Alguns dizem que Deus está acima de tudo, “primeiramente Deus”, que Ele está em posição inigualável em suas mentes e corações e que os outros são seus auxiliares, estão abaixo dEle e são buscados para ajudar a chegar a Ele mais corretamente. Nada mais falso.

    Assim como Deus está acima, não há outro ao lado e nem abaixo. As palavras de Jesus no texto em resposta a Satanás nos declaram objetivamente: “Ao Senhor teu Deus adorarás, e só a ele servirás”. Portanto, só “há” Ele e só “a” Ele, não existe neste caso o meio-termo. O texto das Escrituras Sagradas não aceita a imposição da língua latina das “dulias” e da “latria”.

    Somente um correto relacionamento com Jesus Cristo e com a Palavra de Deus, tem a eficácia de nos preservar de render-nos as tentações que estão dentro de nós e são diariamente facilitadas pelo nosso Inimigo.

    Pense nisso!







Por Carlos Carvalho
Pr. Sênior da Comunidade Batista Bíblica

Davi Lyu, desenhista dos clássicos da Disney “A Bela e a Fera” e “Rei Leão”, largou os salários milionários para servir a Deus

“Deus é um artista cheio de imaginação e de criatividade”

 


“Deus é um artista cheio de imaginação e de criatividade”, disse o veterano animador, Davy Liu, que agora é produtor de filmes independentes, além de ilustrador e diretor de arte. ”Os melhores artistas e músicos da história criaram as suas melhores obras para Deus, que merece o nosso melhor”. Profissional experiente, trabalhou para a Disney em desenhos como “A Bela e a Fera”, “Aladdin”, “Mulan” e “O Rei Leão”.

Também fez trabalhos para George Lucas e o departamento de animação da Warner Bros. Suas ilustrações marcaram as páginas de várias revistas e jornais.

Em uma entrevista recente, Liu disse que abandonou seu emprego de salário milionário como animador em Hollywood, a fim de realizar um sonho. Agora está produzindo uma série de 12 animações que espalham a mensagem do evangelho. Com confiança, persistência, sonho e paixão, Liu está determinado a oferecer o seu melhor para Deus. Aos 19 anos, Liu tornou-se o primeiro animador chinês da Disney, onde aprendeu quase tudo que sabe. Quando estava trabalhando em “O Rei Leão” teve a vontade de criar uma série de filmes de animação com temas bíblicos. Ele explica que a trama de “O Rei Leão” é parcialmente inspirada na história de José, relatada na Bíblia.

Assim como José, Simba, o filho de Mufasa, deveria se tornar uma pessoa poderosa, mas deixou seu reino e foi para um lugar distante até que resgata sua identidade para poder assumir o trono. O filme da Disney mostra o pequeno Simba em busca de sua própria identidade até chegar à maturidade necessária para ser rei. Com a inspiração de “O Rei Leão”, Liu decidiu que filmaria uma série de animações de histórias da Bíblia numa perspectiva diferente: a dos animais. Em 1999, aos 30 anos, renunciou o seu trabalho na Disney no auge de sua carreira. Ele começou do zero, assumindo responsabilidades por todos os detalhes do seu projeto, inclusive escrever roteiros, desenhar os cenários e criar personagens. O artista já tem vários de seus scripts prontos, que devem virar filmes com cerca de 90 minutos de duração. Alguns deles já foram publicados em formato de livro: “Leaf Giant”, “Peixe Fire”, “Convidado da Jordânia”, e “A Festa da Royal.”.

Liu estima que cerca de 50 milhões de dólares serão necessários para a produção de todas as animações. Devido a sua complexidade, cada uma deve demorar cerca de dois anos para ser terminada. Mas Liu ainda não encontrou investidores que entendam sua proposta, que não é simplesmente ganhar dinheiro com o cinema. “Folha Gigante”, por exemplo, é a história da Arca de Noé visto através da perspectiva de alguns dos animais que entraram nela. “Peixes de fogo” é a história de Moisés cruzando o Mar Vermelho contada pelos peixes, “Convidado da Jordânia” é a história da crucificação de Jesus vista pelo burrinho que o carregou. “O Banquete Real” é a história de Daniel contada pelos leões. “Recebi as inspirações para essas histórias enquanto fazia meu devocional”, lembra. Por exemplo, quando li Gênesis 6, fiquei muito curioso para saber como Deus chamou todos os animais para entrar na arca?

“Folha Gigante” conta a história de Kendu, uma raposa que se viu durante um sonho boiando em uma folha gigante em meio a muita água. Ao acordar, ela inicia uma jornada para chegar a esse refúgio e encontra um macaco chamado Yitzhak e uma coala chamada Odelia. Ao chegar à arca eles encontram alimento em abundancia e descobrem seus pares estavam lá esperando por eles. “Quando eu era pequeno, pensava que Jesus era como um animal que comia um décimo de tudo que tinha. A maioria das pessoas têm ideias erradas sobre Jesus e não entendem a cultura dos tempos da Bíblia. No entanto, quando as histórias da Bíblia forem mostradas no cinema, o público vai se perguntar onde está o refúgio de suas vidas?

Parece algo complexo demais para uma criança? “A verdade é que adultos também gostam de assistir animações. As crianças nem sempre entendem a mensagem escondida, mas seus pais sim”. Ele lembra que sucessos de bilheteria recentes como “Toy Story 3″ e “Up – Altas Aventuras”, da Pixar, tinham mensagens positivas e comoventes..

Desde que Liu deixou Hollywood para seguir o chamado de Deus em sua vida, já experimentou a desaprovação de sua família e grandes pressões financeiras. Mas ele não desiste, pois acredita firmemente que nada é mais importante do que ganhar vidas para o Senhor. Ele criou a produtora Kendu filmes e explica. “Quando eu trabalhava na Disney, pensava comigo mesmo por que os filmes e obras de arte produzidas por cristãos muitas vezes são feitos com orçamentos baixos ou são pouco atraentes? Eu perguntei isso a Deus em oração. O Senhor me disse que é porque bons artistas deram o seu melhor para o mundo.”

Foi então que Liu decidiu dedicar-se ao trabalho para o reino de Deus. ”Decidi me dedicar no momento em que ainda estava jovem e saudável para fazer a obra de Deus. Deus merece o melhor. Eu não quero esperar até a aposentadoria aos 65 anos antes de fazer isso, quero dar o meu melhor para Deus.”

Apesar de ainda não ter conseguido os investidos necessários para fazer todas suas animações, Liu acredita profundamente que Deus o chamou para fazer isso e é apenas uma questão de tempo. ”Mesmo que eu morra amanhã, não vou me arrepender. A vida presente é muito curta. Espero usar meu talento para glorificar a Deus e ajuntar tesouros no céu “.

Ele já está na fase de pré-produção de “A Folha Gigante”, que deve chegar aos cinemas em 2013 no formato 3D.

Fonte: Gospelprime


terça-feira, 8 de novembro de 2011

Sociologia Inversa

     Escrever sobre temas sociais atualmente é tarefa mais fácil que outrora, pois os temas e assuntos se multiplicaram extremamente. Basta olhar para um pequeno problema ou dificuldade que encontramos e pronto, temos uma abordagem para falar por muito tempo e teorizar de diversas maneiras.

     Óbvio que é partir da observação dos problemas e dilemas das pessoas que encontramos a fonte para discorrer os nossos assuntos, mas para mim, talvez nossa abordagem esteja sendo prejudicada por nossa ótica científica ou mesmo acadêmica. E, talvez, em virtude disso, não conseguimos mais “enxergar” de fato os reais problemas de nossa sociedade.

     Permitam-me dois exemplos extremos entre si, mas simples. O primeiro é a questão de como devemos tratar as crianças e seu desenvolvimento pessoal e social e assim por diante. Criamos o ECA (claramente um avanço, mas tenho minhas ressalvas!), emendas parlamentares e até leis para que a sociedade e os pais as cumprissem afim de que abusos contra as crianças não sejam mais permitidos; isso foi uma coisa boa.

     Mas parece que todas essas coisas foram criadas em ambiente totalmente diferente ou em laboratório acadêmico ou político que diverge em muito da vida diária da qual todos fazemos parte. Vejam, proibimos o trabalho infantil e asseveramos multas e penas pesadas para quem descumprir as leis, mas vemos todos os dias elas serem aviltadas nos faróis, nas esquinas, nas ruas, nos centros e em nossos bairros. Ali, naqueles lugares visíveis, passam todos os dias os acadêmicos, os políticos, os sociólogos e os conselheiros e, parece que ninguém mais pensa soluções reais para problemas reais, talvez porque já fizeram “sua parte” formulando leis e estatutos.

     Mas todos nós sabemos que os problemas estão longe de serem resolvidos e não serão solucionados por códigos e estatutos, nem sem uma intervenção direta e concreta de todos os participantes do tecido social. Nós criamos as leis, mas com elas, criamos também seus transgressores. Criamos nossa Quimera, mas não temos nosso Belerofonte. Produzimos textos cujas letras não ganham vida prática e não tocam o mundo real.

     O segundo exemplo, e peço que tenham paciência, é o que aconteceu nesses dias na USP. Jovens que se levantaram para protestar em defesa de outros três que foram abordados pela PM porque usavam maconha, e, por isso invadiram o prédio da reitoria. A maioria que estuda por lá são filhos de pessoas mais abastadas da sociedade e a USP tem, para mim, um pequeno índice de bolsas para os mais pobres, que deveriam ser os maiores beneficiários de seu campus.

     Em resumo, eles querem que a polícia saia de lá para ficarem livres para usar ou traficar maconha (pois ela tem que chegar lá de alguma forma!) e, desta forma, perpetuar uma prática que ainda é considerada ilegal em nosso país, e que tem sido a porta de entrada para a destruição daqueles que suas famílias não possuem os fartos recursos para o tratamento adequado da dependência de drogas.  São esses estudantes que serão os nossos médicos, advogados, cientistas sociais, políticos e mestres do amanhã. Alguém já fez essa pergunta cantando: “como será o amanhã? Responda quem puder!”. Temo que nosso amanhã seja sombrio, perdoem meu pessimismo.

     Nossa “sociologia” está andando diametralmente oposta às nossas teses e documentos produzidos no laboratório relativamente seguro de nossas mentes.

Por Carlos Carvalho