sábado, 30 de janeiro de 2016

O estranho fóssil de baleia: evidência do dilúvio universal?

O estranho fóssil de baleia: evidência do dilúvio universal?

               
                                Figure 1. Artist’s conception of the whale ‘on its tail’ at Lompoc, according to Ackerman

A fossilização é um evento raro e, para tanto, deve haver soterramento de forma rápida, antes que o animal morto comece a apodrecer, a se decompor ou a ser consumido no ambiente – devido a animais carniceiros, a microorganismos, à ação da chuva e do sol, etc. Em abril de 1976, foram encontrados os restos fósseis de uma baleia de cerca de 25 metros no interior de um depósito de diatomáceas (esqueletos minúsculos de algas unicelulares), na mina Miguelito, em Lompoc, Califórnia, EUA. Infelizmente, naquele mesmo ano, o fóssil ainda não tinha sido completamente desenterrado quando o artigo descrevendo o achado foi publicado.[1] Mas ao longo do período de escavação a equipe do Museu de História Natural de Los Angeles teve uma surpresa em relação à posição em que o fóssil da baleia se encontrava.

O fóssil estava na posição vertical, apoiado sobre a cauda, ultrapassando vários estratos geológicos. Como poderia esse fóssil de baleia ter mantido sua posição e integridade ao longo de centenas de milhares de anos, sendo enterrado gradual e lentamente milímetro após milímetro? Uma investigação no local, a partir de uma perspectiva atualista, revelou que a unidade de diatomito (rocha porosa e absorvente) que enterrou a baleia também estava inclinada no mesmo ângulo, portanto, a baleia deve ter sido enterrada no diatomito quando ambas estavam na posição horizontal, e mais tarde os movimentos de terra foram elevando-as e inclinando-as em sua orientação atual.

Portanto, a explicação atualista é a de que houve um deslizamento de terra submarino durante um dos inúmeros terremotos da Califórnia e o conjunto rochoso se deslocou e soterrou o animal, porém, o que o atualismo não explica satisfatoriamente é a sedimentação que teria de ser muito rápida para poder preservar cada osso da baleia em sua posição original, sem qualquer deslocamento com relação à sua orientação.[2] O modelo criacionista prevê um enterro catastrófico e, também, uma rápida deposição das camadas de sedimentos, sepultando as diatomáceas; isso somente ocorreria por meio de um enorme episódio catastrófico: um dilúvio universal.[3]

De fato, para ser evitada a dispersão dos ossos, o soterramento deve ter ocorrido no máximo em três anos. Parece que as correntes marinhas teriam acumulado enormes quantidades desses seres (isto é, de diatomáceas) para formar o que alguns chamaram de “um purê de organismos”. Aliás, se esse diatomito foi depositado gradualmente, como reivindicado por geólogos atualistas, o diatomito não seria puro, como ele é. Ademais, a taxa de deposição lenta resultaria em corrosão e eliminação dos ossos da baleia, porque a caixa torácica, por exemplo, teria ficado aguardando sepultamento por eras. 

Se não bastasse, a deposição Lompoc não apresentou moradores de fundo do mar (moluscos, mexilhões e caracóis), em vez disso foram encontrados no local outros companheiros fósseis para a baleia, tais como “bacalhau, peixes arenque, peixes-agulha [parente dos cavalos-marinhos], leões marinhos e pássaros, nenhum dos quais é morador do fundo do mar”, tornando-se evidente que “o conjunto Lompoc representa um cemitério fóssil catastroficamente enterrado, não o enterro progressivo de um habitat.”[2: p. 256]

O curioso é que, de acordo com o pessoal do museu, até meados de 1997, a camada de rocha de diatomito contendo o fóssil da baleia permanecia sobre um vagão no fundo do museu devido à falta de dinheiro e ao espaço necessário para que fosse curadoriada.[4] Será mesmo esse o real motivo de o achado ter sido ignorado por décadas? Talvez uma evidência como essa que aponta para uma catástrofe de grande escala e contraria o atualismo vigente não ofereça mesmo um bom motivo para curadoriá-la.

DR ANDREW A. SNELLING
Everton Fernando Alves é enfermeiro e mestre em Ciências da Saúde pela UEM

Referências:
[1] Reese KM. “Workers find whale in diatomaceous earth quarry.” Chemical and Engineering News 1976; 54(41):40.
[2] Snelling AA. “The Whale Fossil in Diatomite, Lompoc, California.” CEN Tech. J. 1995; 9(2):244-58. Disponível em:
[3] Ackerman PD. It’s a Young World After All. Grand Rapids, MI: Baker Book House, 1986, p. 81-83.
[4] South D. “A Whale of a Tale.” The TalkOrigins Archive, 1997. Disponível em:http://www.talkorigins.org/faqs/polystrate/whale.html


quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

Design Divino


DESIGN Divino

Em seu livro Infinite Minds, John A. Leslie, um dos prin­cipais teóricos antrópicos, argumenta que a melhor ex­plicação para a sintonia perfeita é o desígnio divino. Ele diz que não se impressiona com argumentos que exem­plificam a sintonia perfeita, mas com o fato de esses ar­gumentos existirem em tal profusão. "Se há aspectos do funcionamento da natureza que parecem muito auspi­ciosos e também inteiramente fundamentais", Leslie es­creve, "então eles poderiam ser vistos como prova a fa­vor da crença em Deus". Ele cita exemplos dos tais "auspiciosos" e "fundamentais" aspectos do funciona­mento da natureza:

1. O princípio da relatividade especial — ou restrita — assegura que forças como o eletromagnetismo tenham efeito invariável, não importando se agem em ângulos retos na direção de um sistema, ou se viajam. Isso permite que códigos genéticos fun­cionem e que planetas se mantenham unidos en­quanto giram.

2. Leis quânticas impedem que os elétrons girem para dentro do núcleo atômico.

3. O eletromagnetismo tem uma única força que permite que aconteçam múltiplos processos es­senciais: permite que estrelas brilhem de modo constante por bilhões de anos; que o carbono se sintetize em estrelas; assegura que léptons não substituam quarks, o que tornaria os átomos im­possíveis; é responsável por não deixar que os prótons se desintegrem depressa demais ou que se repilam mutuamente com força exagerada, o que tornaria a química impossível. Como é possí­vel que essa mesma força única satisfaça tantos requisitos diferentes, quando parece que seria necessária uma força diferente para cada um des­ses processos?


Referência:
FLEW, Anthony. Deus Existe. Deus existe: as provas incontestáveis de um filósofo que não acre­ditava em nada / Antony Flew; tradução Vera Maria Marques Martins. — São Paulo : Ediouro, 2008. p. 85.