Não há dúvida de que muitos
leitores raciocinaram por si mesmos ou aprenderam, em vários cenários religiosos,
que a beleza gloriosa de uma flor ou o voo de uma águia só podem existir como consequência
de uma inteligência sobrenatural que apreciava a complexidade, a diversidade e
a beleza.
Agora, porém, que os mecanismos
moleculares, as trilhas genéticas e a seleção natural estão sendo apresentados
para explicar isso tudo, talvez você fique tentado a gritar: "Basta! Suas
explicações naturalistas estão tirando todo o mistério divino do mundo!".
Não tenha receio; ainda há muito
de mistério divino. Muitos que levaram em conta todas as evidências espirituais
e científicas ainda veem a mão criativa e condutora de Deus trabalhando.
Para mim, não há uma só partícula
de decepção ou desilusão nessas descobertas sobre a natureza da vida — muito
pelo contrário! Como a vida se revela maravilhosa e complexa! Quão
profundamente satisfatória é a elegância digital do DNA! Quanto apelo sublime,
estético e artístico existe em tudo o que compõe as criaturas vivas, do
ribossomo que traduz o DNA em proteína à metamorfose da lagarta em borboleta,
passando pela sensacional plumagem do pavão atraindo sua companheira!
A evolução, como mecanismo (no
sentido das pequenas transformações e adaptações das espécies), pode e deve ser
real. No entanto, não nos diz nada acerca da natureza de seu criador. Para quem
acredita em Deus, agora existem motivos para ter mais, e não menos, admiração.
Francis Collins
A Linguagem de Deus