Nascer
para ver
“...aquele que não nascer de novo, não pode ver o
reino de Deus”
(João 3.3)
Essas foram as palavras
de Jesus a Nicodemos quando este o visitou para ouvi-lo. Todos nós sabemos da
objetividade do Senhor com aquele príncipe dos judeus. Nicodemos era pessoa
importante e nem por isso deixou de ouvir verdades desconcertantes da parte de
Jesus.
Esse encontro do Senhor
com o fariseu sincero que buscava respostas sobre o reino de Deus, sobre a
pessoa do Messias e sobre as coisas espirituais nos leva a perceber que todos
os seres humanos têm certo nível de curiosidade não resolvida dentro de si
sobre aquilo que mais lhes incomoda.
Igualmente este
encontro serve para nos mostrar o quanto precisamos ser honestos
intelectualmente e espiritualmente com aqueles que nos rodeiam. Em outras
palavras, num mundo do “politicamente correto”, Jesus nos ensina que a verdade,
mesmo sendo difícil de digeri-la, é o melhor negócio.
Através do apóstolo
João, que escreveu o livro de nosso texto, sabemos que Nicodemos saiu dali
decepcionado e com mais dúvidas de que quando chegou, todavia ao final do
livro, João nos informa que somente dois homens se responsabilizaram pelo
enterro do corpo do Senhor, José de Arimatéia e Nicodemos (João 19.38-42). Ao final,
a verdade dita por Jesus foi vitoriosa.
Nascer de novo é a essência
da vida cristã. Tudo de inicia por aí. O nascimento natural é o início da vida
humana no planeta após o tempo da gestação. Ninguém poderá viver para sempre em
um útero, por isso o corpo da mãe expulsa no tempo devido o que está agora com
plenas condições de sobreviver e desenvolver no ambiente externo.
Da mesma maneira que
acontece no nascimento natural, é no nascimento espiritual descrito por Jesus a
Nicodemos. Toda a vida cristã e espiritual em Deus se inicia pelo novo nascimento
e, sem isso, não houve arrependimento e conversão. O processo tem seu caminho e
rota já determinados e não temos como alterá-lo.
O reino de Deus não é
físico, os judeus, assim como Nicodemos e os discípulos pensavam que era
físico. A igreja desviada da fé apostólica desde o 4º- século também pensava
que o reino era um governo físico mundial. Mesmo que no milênio revelado por
Jesus o reino será visível, para aquele e para o nosso tempo atual ainda não o é.
O reino de Deus que “vemos”
hoje como o Senhor disse que quem nasce de novo vê, é um reino muito mais de
consciência e de fé, do governo de Deus sobre os corações e ações dos homens
que creem, da entrega voluntária da vida aos cuidados de Deus, do cuidar do
próximo que precisa e um reino que promove a paz nos corações dos crentes.
Quando compreendemos o
que esse reino significa em toda a sua plenitude, estaremos fazendo ao menos
duas coisas: provocando um processo de transformação interior em nós e na
sociedade que fazemos parte e nos preparando adequadamente para o futuro reino
físico-real que o Senhor implantará na terra com o seu retorno visível.
Portanto, tudo começa
para o cristão no novo nascimento, pois sem ele, não somos inseridos no reino,
não podemos vê-lo agindo nos corações e nas vidas, não há transformações pessoais,
o pecado é normalidade e o amor é definido pelos interesses de cada um. Eis aqui
o nosso desafio, saber se nascemos de novo.
Bp.
Carlos Carvalho
Pr.
Sênior da Comunidade Batista Bíblica Internacional
Nenhum comentário:
Postar um comentário