O antídoto de Jesus para a violência
Ouvistes que
foi dito: Amarás o teu próximo, e odiarás o teu inimigo.
Eu, porém, vos
digo: Amai a vossos inimigos, bendizei os que vos maldizem, fazei bem aos que
vos odeiam, e orai pelos que vos maltratam e vos perseguem; para que sejais
filhos do vosso Pai que está nos céus;
Porque faz que
o seu sol se levante sobre maus e bons, e a chuva desça sobre justos e
injustos.
Pois, se
amardes os que vos amam, que galardão tereis?...
Mateus 5.43-46
Este texto
está inserido no famoso Sermão da Montanha de Jesus. Entre tantas outras
máximas de vida, de comportamento adequado e de relacionamentos, encontramos
pérolas como essa. Eis aqui o remédio contra toda a forma de violência no
mundo, eis aqui o antídoto para esse veneno que mata milhões de seres humanos
por ano: o amor prático.
Este não é
aquele amor jargão que é veiculado diariamente nos meios midiáticos ou liberado
como fonte de anseio por aqueles que apenas propagam “um mundo melhor” e nem o
tipo de amor libertino no qual certas pessoas desejam “libertar” toda a sua
libido sexual sem serem limitadas por algum freio moral.
O amor
ensinado por Jesus não é um sentimento que se obscurece pelas circunstâncias
quando elas não são favoráveis. Seu amor é pleno, amplo e tem o poder de alcançar
por ações concretas até mesmo os que não nos desejam o bem ou nos odeiam. Nietzsche (1844-1900) diria que esse tipo de
amor é uma fraqueza, mas ele estava errado e ele nem viu os horrores das duas
grandes guerras mundiais, tampouco a violência endêmica de nossos dias.
Hoje todos nós
clamamos pela paz e lutamos como podemos contra a violência qualquer que seja. Hoje
sabemos que precisamos do tipo de amor pregado por Jesus na vida diária de cada
ser humano com a finalidade de frear a escalada da violência que não para de
crescer. Sem esse tipo de amor prático, toso o resto é apenas discurso vazio e
desprovido de poder de mudança e de transformação.
A seleção
natural dá suporte conceitual a esse tipo de violência, pois somente o mais
forte sobrevive, mas nenhum de nós em sã consciência aceitaria essa declaração
como uma verdade, pois ninguém deseja viver em um mundo com medo e dominado
pelas formas de violência que vemos. A solidariedade e a continuidade da vida
são simbiontes e essa simbiose é regada pelo amor prático, sem isso, a
destruição das sociedades é certa.
Encontramos violência
nas formas religiosas extremistas, encontramos violência nos governos humanos,
nas mais diferentes classes, nas tribos mais primitivas, nas sociedades mais
socialistas, comunistas ou capitalistas, a violência é encontrada nos ateus e
em sua militância e nas ideologias de todos os modelos. Em todo lugar a vemos
manifestar-se disfarçada ou abertamente.
Tenho total
confiança que toda essa violência teria um fim se todos nós resolvêssemos viver
o amor prático que Jesus nos ensinou. Não estou ingenuamente acreditando em um mundo
de conto de fadas onde no final “viveremos felizes para sempre”, e não digo
que, mesmo num mundo governado pelo amor prático, não houvesse crimes ou lutas
das mais diversas, penso que essas lutas e guerras seriam em grande escala
minimizadas, e, em certos casos, jamais aconteceriam.
Também é claro
que não conseguiremos agradar a todas as pessoas e não sentiremos atração ou
aceitação por outros por diversos motivos, pessoais ou culturais, mas isso não
significa que o respeito pela vida do outro não seja o árbitro nestes casos. Não
concordaremos com tudo aquilo que outros possam acreditar nem é necessário
anular as opiniões pessoais que temos, mas podemos divergir sem violência.
Como cristão,
tenho opiniões formadas sobre diversos assuntos da vida e do comportamento,
assim como outros grupos as têm, porém, não posso ser desmerecido ou insultado porque
meus conceitos são diferentes dos outros e porque eles vão contra as crenças ou
certo estilo de vida diferente de alguém. Não posso ser calado, tanto quanto
não posso calar a ninguém. Num mundo de liberdades, não posso ser proibido de
manifestar minhas crenças a quem quer que seja, mas neste mesmo mundo, não
posso obrigar ninguém a converter-se à minha fé.
A violência
jamais será cessada ou exterminada por atos executivos, leis ou emendas
constitucionais, ela só perderá o seu poder destrutivo quando reconhecermos a
necessidade de viver este amor prático ensinado por Jesus. Aí perceberemos com
provas inquestionáveis que os princípios espirituais do cristianismo de Cristo
são a resposta que o mundo tanto anseia e não vê.
Pensem nisso!
© Carlos Carvalho
22 de janeiro de 2014
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