quarta-feira, 22 de janeiro de 2014


O antídoto de Jesus para a violência

Ouvistes que foi dito: Amarás o teu próximo, e odiarás o teu inimigo.
Eu, porém, vos digo: Amai a vossos inimigos, bendizei os que vos maldizem, fazei bem aos que vos odeiam, e orai pelos que vos maltratam e vos perseguem; para que sejais filhos do vosso Pai que está nos céus;
Porque faz que o seu sol se levante sobre maus e bons, e a chuva desça sobre justos e injustos.
Pois, se amardes os que vos amam, que galardão tereis?...
Mateus 5.43-46

Este texto está inserido no famoso Sermão da Montanha de Jesus. Entre tantas outras máximas de vida, de comportamento adequado e de relacionamentos, encontramos pérolas como essa. Eis aqui o remédio contra toda a forma de violência no mundo, eis aqui o antídoto para esse veneno que mata milhões de seres humanos por ano: o amor prático.

Este não é aquele amor jargão que é veiculado diariamente nos meios midiáticos ou liberado como fonte de anseio por aqueles que apenas propagam “um mundo melhor” e nem o tipo de amor libertino no qual certas pessoas desejam “libertar” toda a sua libido sexual sem serem limitadas por algum freio moral.

O amor ensinado por Jesus não é um sentimento que se obscurece pelas circunstâncias quando elas não são favoráveis. Seu amor é pleno, amplo e tem o poder de alcançar por ações concretas até mesmo os que não nos desejam o bem ou nos odeiam.  Nietzsche (1844-1900) diria que esse tipo de amor é uma fraqueza, mas ele estava errado e ele nem viu os horrores das duas grandes guerras mundiais, tampouco a violência endêmica de nossos dias.

Hoje todos nós clamamos pela paz e lutamos como podemos contra a violência qualquer que seja. Hoje sabemos que precisamos do tipo de amor pregado por Jesus na vida diária de cada ser humano com a finalidade de frear a escalada da violência que não para de crescer. Sem esse tipo de amor prático, toso o resto é apenas discurso vazio e desprovido de poder de mudança e de transformação.

A seleção natural dá suporte conceitual a esse tipo de violência, pois somente o mais forte sobrevive, mas nenhum de nós em sã consciência aceitaria essa declaração como uma verdade, pois ninguém deseja viver em um mundo com medo e dominado pelas formas de violência que vemos. A solidariedade e a continuidade da vida são simbiontes e essa simbiose é regada pelo amor prático, sem isso, a destruição das sociedades é certa.

Encontramos violência nas formas religiosas extremistas, encontramos violência nos governos humanos, nas mais diferentes classes, nas tribos mais primitivas, nas sociedades mais socialistas, comunistas ou capitalistas, a violência é encontrada nos ateus e em sua militância e nas ideologias de todos os modelos. Em todo lugar a vemos manifestar-se disfarçada ou abertamente.

Tenho total confiança que toda essa violência teria um fim se todos nós resolvêssemos viver o amor prático que Jesus nos ensinou. Não estou ingenuamente acreditando em um mundo de conto de fadas onde no final “viveremos felizes para sempre”, e não digo que, mesmo num mundo governado pelo amor prático, não houvesse crimes ou lutas das mais diversas, penso que essas lutas e guerras seriam em grande escala minimizadas, e, em certos casos, jamais aconteceriam.

Também é claro que não conseguiremos agradar a todas as pessoas e não sentiremos atração ou aceitação por outros por diversos motivos, pessoais ou culturais, mas isso não significa que o respeito pela vida do outro não seja o árbitro nestes casos. Não concordaremos com tudo aquilo que outros possam acreditar nem é necessário anular as opiniões pessoais que temos, mas podemos divergir sem violência.

Como cristão, tenho opiniões formadas sobre diversos assuntos da vida e do comportamento, assim como outros grupos as têm, porém, não posso ser desmerecido ou insultado porque meus conceitos são diferentes dos outros e porque eles vão contra as crenças ou certo estilo de vida diferente de alguém. Não posso ser calado, tanto quanto não posso calar a ninguém. Num mundo de liberdades, não posso ser proibido de manifestar minhas crenças a quem quer que seja, mas neste mesmo mundo, não posso obrigar ninguém a converter-se à minha fé.

A violência jamais será cessada ou exterminada por atos executivos, leis ou emendas constitucionais, ela só perderá o seu poder destrutivo quando reconhecermos a necessidade de viver este amor prático ensinado por Jesus. Aí perceberemos com provas inquestionáveis que os princípios espirituais do cristianismo de Cristo são a resposta que o mundo tanto anseia e não vê.

Pensem nisso!

© Carlos Carvalho

22 de janeiro de 2014

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