Dr. Marcos Eberlin, Professor da UNICAMP defende o Desing Inteligente
A Unicamp atualmente é a terceira
melhor Universidade da América Látina, perdendo apenas para a USP e para o
Pontíficia Universidade Católica do Chile, isso é graças ao número de pesquisas
científicas que são públicadas a cada ano em conjunto com os intercâmbios
criados com outras faculdades.
O Dr. Marcos Eberlin é presidente
da Sociedade Internacional de Espectrometria de Massas e membro da Academia
Brasileira de Ciências. Professor do Instituto de Química da Universidade
Estadual de Campinas (Unicamp), é comendador da Ordem Nacional do Mérito
Científico e autor de mais de 300 artigos científicos com mais de três mil
citações. Realizou pós-doutorado na Purdue University, Estados Unidos, e
orientou diversos mestres, doutores e pós-doutores. Nesta entrevista concedida
ao jornalista Michelson Borges, o Dr. Eberlin procura desfazer alguns
mal-entendidos sobre a Teoria do Design Inteligente, que ele defende:
O que é exatamente a teoria do design inteligente (TDI)?
A TDI é uma teoria científica,
defendida por uma comunidade crescente de cientistas gabaritados do mundo todo
e de várias áreas, e que procura estabelecer metodologia científica robusta
capaz de detectar sinais de inteligência na vida e no universo. Através desses
métodos, a TDI reinterpreta todo o arsenal de dados riquíssimos e com
detalhamento altíssimo disponíveis hoje sobre o funcionamento da vida e do
universo. E a partir dessa análise cuidadosa, sem pré-conceitos, desapaixonada
e racional, feita dentro de todo o rigor da metodologia científica que rege as
ciências históricas, a TDI conclui, procurando seguir os dados aonde quer que
eles levem, que esses dados apontam com muita segurança para uma mente
inteligente e consciente como a única causa conhecida, necessária e suficiente
para a vida e o universo. Ou seja, o design detectado no universo e na vida não
é aparente ou ilusório, mas real e inteligente.
Alguns dizem que a TDI é um tipo de criacionismo. O que o senhor diz?
O criacionismo tem várias vertentes, mas a principal é aquela que assume que um
Ser todo-poderoso projetou e criou o universo e a vida. O criacionismo bíblico
vai muito mais longe e dá nome e endereço ao Criador; descreve Sua intenção e
Seus métodos, e faz muitas outras afirmações que estão muito além da capacidade
da Ciência de investigá-las, devido às muitas limitações da metodologia científica.
Ou seja, o criacionismo parte de pressuposições filosóficas e teológicas, fecha
com essas pressuposições e confere a elas racionalidade quando encontra na
natureza e, eventualmente, na Ciência suporte às suas teses.
A TDI, porém, não tem absolutamente nada a ver com teses criacionistas, de qualquer vertente. Nelas não se inspira e não se apoia. A TDI busca, pura e simplesmente, da forma mais honesta possível, escrutinar os dados científicos brutos e interpretá-los corretamente, sem absolutamente nenhum pressuposto, nenhuma predefinição de como ou qual seria a nossa conclusão. Concluímos por uma mente inteligente como causa primeira da vida e do universo pela obrigação que todos os cientistas têm de seguir sempre as evidencias, as informações fornecidas pelas caixas-pretas da vida e do universo, deixando ao máximo nossa subjetividade, naturalista ou teísta, de lado. “Escutamos” o que as moléculas que sustentam a vida têm a nos dizer, o que os “ecos moleculares” ecoam, e nada mais! Os dados, as evidências, as interpretações desapaixonadas, esses são os líderes da TDI, sua regra de prática, sem fé!
A TDI, porém, não tem absolutamente nada a ver com teses criacionistas, de qualquer vertente. Nelas não se inspira e não se apoia. A TDI busca, pura e simplesmente, da forma mais honesta possível, escrutinar os dados científicos brutos e interpretá-los corretamente, sem absolutamente nenhum pressuposto, nenhuma predefinição de como ou qual seria a nossa conclusão. Concluímos por uma mente inteligente como causa primeira da vida e do universo pela obrigação que todos os cientistas têm de seguir sempre as evidencias, as informações fornecidas pelas caixas-pretas da vida e do universo, deixando ao máximo nossa subjetividade, naturalista ou teísta, de lado. “Escutamos” o que as moléculas que sustentam a vida têm a nos dizer, o que os “ecos moleculares” ecoam, e nada mais! Os dados, as evidências, as interpretações desapaixonadas, esses são os líderes da TDI, sua regra de prática, sem fé!
Os dados, felizmente para os
criacionistas e infelizmente para os naturalistas, aqueles obtidos de forma
independente e despreconceituosa, coincidem com o cerne da visão criacionista.
Isso é inquestionável. Por causa dessa coincidência, casual, alguns
desinformados e outros mal-intencionados, por não gostarem da consequência da
conclusão da TDI, tentam “colar” na TDI o rótulo de religião, para assim poder
classificá-la (e não refutá-la) como pseudociência, tentando tirar o mérito da
TDI não pela força dos argumentos, mas pela semântica subjetiva e efêmera de
uma pseudoclassificação. Mas contra fatos não há pseudoargumentação ou gosto
que resista! E o reconhecimento da TDI como teoria científica sólida é hoje
crescente e inevitável.
O biólogo Henrique Paprocki disse recentemente que “o principal problema do Design Inteligente é montar sua teoria em cima de falhas na Teoria da Evolução”. O que você acha dessa declaração?
O Henrique, eu sei, conhece pouco
sobre as teses e fundamentos da TDI, e por isso fez essa afirmação equivocada.
Mas estou certo de que o que ele viu e ouviu durante o 3º Simpósio Darwinismo
Hoje, no Mackenzie, o fará rever sua afirmação. A TDI se baseia em argumentos
que, independentemente da existência de teorias concorrentes, apontam para uma
mente inteligente como a única causa conhecida, necessária e suficiente da vida
e do universo. Ou seja, é pelo nosso conhecimento, hoje muitíssimo amplo, de
como a vida e o universo funcionam, que concluímos que a TDI é a melhor teoria
sobre nossas origens. Porém, como há uma teoria alternativa, a teoria da
evolução, temos por obrigação, e não opção, de examinar a fundo suas teses. E
quando essa análise obrigatória é feita, sem o filtro naturalista, vemos
claramente não somente falhas, mas sim a absoluta impossibilidade de que a vida
e o universo possam ter sido fruto de processos naturais não guiados. Não são
lacunas, falhas, mas sim, na realidade, verdadeiros “abismos” nos quais não há
explicação convincente. É como dizer que chegamos à Lua pedalando, que lançamos
o primeiro astronauta dentro de um barril (e que ele sobreviveu para contar os
problemas enfrentados).
Na evolução química, por exemplo,
elo fundamental do modelo evolucionista, percebemos a absoluta impossibilidade,
chance zero mesmo, do acaso, da pré-destinação, da pseudo-seleção natural
pré-biótica, ou da necessidade, ou qualquer combinação desses fatores, de ter
criado o L.U.C.A., a primeira forma de vida, com todos os requisitos
necessários para a manutenção e reprodução desse “ser nada rudimentar”. Ou
seja, na comparação de duas alternativas, vemos uma coleção enorme de dados
seguros e inquestionáveis apontando para a ação de uma mente inteligente e
consciente. Por outro lado, vemos uma coleção enorme e crescente de “abismos”
de impossibilidades e de uma fé cega na geração espontânea e na elaboração de
explicações futuras que simplesmente teimam em não aparecer, enquanto os
abismos se avolumam e se expandem.
Há quem argumente que a seleção natural favorece certos organismos, pois, na presença de antibióticos, as bactérias resistentes tendem a ser favorecidas. O que dizer disso? Isso prova a evolução?
A resistência de bactérias e
vírus às drogas tem sido propagada com muito alarde pelos evolucionistas como
prova da evolução. “Evolution in action”, dizem, em alta voz! Mas será que o
discurso tem correspondido aos fatos? Será que é mais propaganda do que
produto? Gato por lebre? A vida tem, sim, a capacidade de se diversificar,
ninguém nega isso, este é o ponto que nos une. Mas tudo indica que essa
capacidade de diversificação já está programada em nossos genes e outros
registros de informação. E quando isso acontece, informação é gasta, diminui.
Ou seja, na vida também “não há lanche grátis”! Vírus ou bactérias, quando
adquirem resistência às drogas, o fazem à custa de informação, à custa de perda
de informação genética. Geralmente desativam proteínas ou os mecanismos pelos
quais as drogas os estavam atacando. Estratégia de guerra, e guerra de
trincheira! Nenhuma nova proteína, nenhuma síntese “de novo” é produzida.
Nenhum novo ciclo, nenhuma nova máquina molecular. A vida é, sim, flexível,
adaptável, mas como sabemos, há sempre um preço a ser pago, e a moeda da vida é
a informação.
Paprocki também disse que “Design Inteligente é ter fé, é crer. Ciência é evidência”. É assim mesmo?
Paprocki também disse que “Design Inteligente é ter fé, é crer. Ciência é evidência”. É assim mesmo?
A TDI é racionalidade pura, e
emana do conhecimento e de fatos, de argumentos lógicos, suportados pela
matemática, pela física, química, bioquímica e biologia, pela cosmologia, pela
Ciência como um todo. Conheço muito bem a TDI, e nunca encontrei na teoria
sequer um único vestígio de fé. Nenhum postulado que assuma qualquer princípio
que não sejam aqueles sustentados no que conhecemos, em causas necessárias e
suficientes para a complexidade irredutível, para a informação aperiódica
funcional e para a antevidência genial que observamos em milhares e milhares de
exemplos fornecidos pela vida e pelo universo.
A Ciência é evidência, sim, e a TDI é Ciência em sua essência. Mas a ciência naturalista que apoia e defende a evolução cega e não guiada, produto do tempo e mutações refinadas pela seleção natural, e que defende essa tese dentro das amarras do naturalismo filosófico, e com seus pré-conceitos que dizem quais as conclusões a que devemos chegar, esta, sim, precisa ter fé, e muita. Fé no tempo, fé na geração espontânea do L.U.C.A., fé em “lanche grátis”; fé na infusão extraordinária e “repentina” de informação na Explosão Cambriana; fé em que um dia os elos perdidos serão encontrados; fé no “mundo do RNA”; fé que as suas próprias equações matemáticas que mostram a inviabilidade de seus processos estejam elas mesmas erradas; fé que um dia explicações possam surgir, mesmo quando elas simplesmente parecem não existir. Fé, e um tipo de fé muito ruim, do tipo que eu me nego a ter! Fé sem fundamentos firmes; fé sem provas nas explicações que estão por vir.
A química, sua área de estudos, revela o design inteligente?
A Ciência é evidência, sim, e a TDI é Ciência em sua essência. Mas a ciência naturalista que apoia e defende a evolução cega e não guiada, produto do tempo e mutações refinadas pela seleção natural, e que defende essa tese dentro das amarras do naturalismo filosófico, e com seus pré-conceitos que dizem quais as conclusões a que devemos chegar, esta, sim, precisa ter fé, e muita. Fé no tempo, fé na geração espontânea do L.U.C.A., fé em “lanche grátis”; fé na infusão extraordinária e “repentina” de informação na Explosão Cambriana; fé em que um dia os elos perdidos serão encontrados; fé no “mundo do RNA”; fé que as suas próprias equações matemáticas que mostram a inviabilidade de seus processos estejam elas mesmas erradas; fé que um dia explicações possam surgir, mesmo quando elas simplesmente parecem não existir. Fé, e um tipo de fé muito ruim, do tipo que eu me nego a ter! Fé sem fundamentos firmes; fé sem provas nas explicações que estão por vir.
A química, sua área de estudos, revela o design inteligente?
Muitos usam comparações
morfológicas, comparam bicos de passarinhos, ossos, embriões, cores de asas de
mariposas. Mas é através da química, em nível molecular, que entendemos mesmo
como a vida e o universo funcionam. É através da Química que aprendemos a “língua”
das moléculas e podemos assim traduzir corretamente os ecos moleculares, os
quais transmitem os segredos de nossa existência. É através da Química que
percebemos que a vida não é coisa de amador, não! Vida é coisa de profissional!
E profissional gabaritado, especializado! Que orquestrou os diversos códigos e
a informação zipada, encriptada e compartimentalizada do DNA, tipo hard-disk. A
arquitetura top-down algorítmica da vida, sua lógica estonteante e
hiperotimizada. E elaborou o código de especialização celular das histonas,
baseado em reações químicas ultrassincronizadas e ajustadas. E elaborou os
planos corporais que nem sequer sabemos onde e como estão armazenados.
Li uma vez que a “evolução espera que não saibamos química”. Mas por quê? Porque as moléculas falam e não mentem! E as moléculas da vida transmitem uma informação clara que derruba qualquer discurso fundamentado em oratória ou comparações superficiais, em sínteses alfabéticas de letras mitológicas tipo C → B → A catalisadas por cat1 e cat2. É quando perguntamos quem seriam A e B e os tais cat1 e cat2, que a explicação se desvanece. Porque em nível molecular a evolução simplesmente não fecha as contas, se mostra inviável, e é ao nível molecular que observamos, ainda mais claramente, as assinaturas da mente inteligente e consciente que, como causa primeira, orquestrou a vida e o universo.
Li uma vez que a “evolução espera que não saibamos química”. Mas por quê? Porque as moléculas falam e não mentem! E as moléculas da vida transmitem uma informação clara que derruba qualquer discurso fundamentado em oratória ou comparações superficiais, em sínteses alfabéticas de letras mitológicas tipo C → B → A catalisadas por cat1 e cat2. É quando perguntamos quem seriam A e B e os tais cat1 e cat2, que a explicação se desvanece. Porque em nível molecular a evolução simplesmente não fecha as contas, se mostra inviável, e é ao nível molecular que observamos, ainda mais claramente, as assinaturas da mente inteligente e consciente que, como causa primeira, orquestrou a vida e o universo.
fonte: Criacionismo Científico