UMA FÁBRICA DE RELÓGIOS
Quando
examinadas com cuidado, as explicações dos processos naturais nunca informaram,
na verdade, que a ordem surgiu do mero caos, ou que a forma surgiu da mera
ausência de forma. Pelo contrário, sempre versam sobre a manifestação de uma
ordem que já estava implícita na natureza das coisas, embora muitas vezes de um
modo secreto ou oculto.
Quando nos
deparamos de situações que parecem fortuitas, ou coisas que parecem amorfas,
automática ou espontaneamente “se organizando” em padrões ordenados, o que
percebemos em todos os casos é que o que parecia ser fortuito, na verdade,
tinha como sua parte integrante uma boa dose de ordem [...].
O que Dawkins
não parece apreciar é que seu relojoeiro cego é ainda mais extraordinário dos
que os relógios de Paley. Paley encontra um “relógio” e pergunta como tal
objeto poderia estar ali por acaso.
Dawkins
encontra uma grande fábrica automatizada que. Às cegas, faz relógios e acredita
ter respondido completamente ao argumento de Paley. Mas isto é absurdo. Como é
possível uma fábrica que faz relógios precisar menos de explicação do que os
próprios relógios?
Stephen Barr
Físico da Universidade de Notre
Dame, 2003.
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