quinta-feira, 1 de dezembro de 2016

O Argumento de Leibniz - 1


O argumento de Leibniz

Gottfried Wilheim Leibniz (1646 - 1716) foi um filósofo alemão, que também era matemático e especialista em lógica alemã. Ele inventou o cálculo diferencial e integral mais ou menos na mesma época em que Isaac Newton. Na verdade, ele passou os últimos cinco anos de vida se defendendo da acusação de que ele havia roubado e publicado as ideias de Newton. Hoje é consenso entre a maioria dos historiados que Leibniz de fato inventou o cálculo de forma independente.

Podemos reduzir o pensamento de Leibniz à forma de um simples argumento. Isso traz a vantagem de deixar a sua lógica bem clara e voltar nossa atenção para os passos cruciais de seu raciocínio. Também deixa seu argumento bem fácil de memorizar para que depois possamos compartilhá-lo com outras pessoas. O raciocínio de Leibniz possui três premissas:

1. Tudo que existe tem uma explicação para existir.
2. Se o universo tem uma explicação para existir essa explicação é Deus.
3. O universo existe.

É isso aí! Ora, o que se segue logicamente dessas três premissas? Bem, vejamos a primeira e a terceira premissa. (Peço que as leia em voz alta, se isso de alguma forma ajudar). 5e tudo que existe tem uma explicação para existir e o universo existe, então, logicamente segue-se que:

4. O universo tem uma explicação para existir.

Observe agora que a segunda premissa diz que se o universo tem uma explicação para existir essa explicação é Deus. E a quarta premissa diz que universo de fato tem uma explicação para existir. Então, da segunda e quarta premissas segue-se logicamente que:

5. Portanto, a explicação da existência do universo é Deus.

Ora, esse é um argumento logicamente hermético, incontestável. Equivale a dizer que se as três premissas são verdadeiras, a conclusão é inevitável. Pouco importa se um ateu ou um agnóstico não goste dessa conclusão. Pouco importa se ele tiver outras objeções à existência de Deus. Contanto que ele admita as premissas, ele terá que aceitar a conclusão. Assim, se ele quiser refutar a conclusão, terá que dizer que uma das três premissas é falsa. Mas qual delas ele refutará? A terceira premissa é inegável para qualquer um que esteja sinceramente em busca da verdade. É obvio que o universo existe! Logo, o ateu terá que negar a primeira ou a segunda premissa, se pretende continuar sendo ateu e racional.
Portanto, a questão toda se resume a isso: A primeira e a segunda premissa são verdadeiras ou falsas? Vamos dar uma olhadinha nelas.
(Continua...)

Willian Lane Craig

Nenhum comentário:

Postar um comentário