O Argumento de
Leibniz 3
Segunda Premissa
Se o universo tem uma explicação para
existir essa explicação é Deus.
Os defensores do ateísmo concordam
com a segunda premissa E quanto à segunda premissa, que afirma que se explicação
para existir essa explicação é Deus? Em termos plausíveis, ela é mais
verdadeira ou falsa?
O que mais causa estranheza para
os defensores do ateísmo a essa altura é que a segunda premissa é logicamente
equivalente à típica resposta ateísta ao argumento de Leibniz. Dois enunciados
são logicamente equivalentes se for impossível um deles ser verdadeiro e o
outro falso. Ou ambos se sustentam ou ambos caem por terra. Então, o que um
ateísta quase sempre diz em resposta ao argumento de Leibniz? Como acabamos de
ver, ele tipicamente afirma o seguinte
- Se o ateísmo é verdadeiro, o universo não tem uma explicação para existir.
Essa é precisamente a resposta
dos ateístas à primeira premissa. Para eles o universo apenas existe de forma
inexplicável. Mas isso equivale logicamente a dizer:
- Se o universo tem uma explicação para existir, então o ateísmo não é verdadeiro.
Portanto, não se pode afirmar A e
negar B. Mas B é praticamente um
sinônimo da segunda premissa! (Compare os dois enunciados). Assim, ao dizer em
resposta à primeira premissa que, dado o ateísmo, o universo não tem
explicação, os ateístas estão implicitamente admitindo a segunda premissa, ou seja,
se o universo tem uma explicação para existir, então Deus existe.
Outro argumento em favor da
segunda premissa: “A causa do universo: um objeto abstrato ou uma mente sem
corpo físico?”
Além disso, a segunda premissa é
muito plausível em seus próprios termos. Pense no que é o universo: toda
realidade tempo-espaço, inclusive toda matéria e energia. Segue-se que se o
universo tem uma causa de existência, essa causa deve ser um ser não físico,
imaterial.
Ora, existem somente duas coisas
que se encaixam nessa descrição: um objeto abstrato, como um número, ou uma
mente sem corpo físico. Porém, objetos abstratos não podem ser causa de nada. Isso
faz parte do que significa ser abstrato. O número 7, por exemplo, não pode causar nenhum efeito.
Logo, a causa da existência do universo deve ser uma mente transcendente, e é
isso que os cristãos e n t e n d e m por Deus.
Espero que esteja começando a
captar a força do argumento de Leibniz. Se bem-sucedido, este argumento prova a
existência de um Criador pessoal do universo, um Criador necessário, não
causado acima do tempo e do espaço e imaterial. Não estou me referindo a alguma
entidade mal concebida, como um ser extraterrestre, mas de um ser ultramundano
e que possui as muitas propriedades tradicionais de Deus. Isso é
verdadeiramente fascinante!
Alternativa ateísta: “O universo existe necessariamente!”
(Continua...)
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