quinta-feira, 28 de maio de 2015

PERGUNTAS FREQUENTES SOBRE O DILÚVIO


PERGUNTAS FREQUENTES SOBRE O DILÚVIO
Jim Gibson
Geoscience Research Institute

1. De onde veio e para onde foi a água do dilúvio?

Os oceanos contêm água suficiente para cobrir a Terra. Se a superfície da Terra fosse perfeitamente plana, sem montanhas ou bacias oceânicas, ela seria coberta por uma camada de água com 3 km de profundidade (1). Há água suficiente para inundar a Terra. Antes do dilúvio, certa quantidade de água estava provavelmente nos mares, certa quantidade na atmosfera e uma quantidade desconhecida de água poderia ser subterrânea. A maior parte da água está agora em bacias oceânicas. É possível que mais água tenha sido acrescentada durante o dilúvio pela colisão de um ou mais cometas, que podem ser compostos em grande parte de água.

2. Como o dilúvio pôde encobrir o Monte Everest?

Durante o dilúvio, a área onde está agora o Monte Everest era uma bacia na qual sedimentos estavam se acumulando. Isto é mostrado pela presença de fósseis marinhos no Monte Everest (2). Após o soterramento dos fósseis, atividades catastróficas elevaram os sedimentos a uma altura bem acima de sua posição anterior, formando as montanhas do Himalaia. A maioria das montanhas atuais pode ter se formado de maneira semelhante, durante o dilúvio ou logo após.

3. Como a Terra poderia ser destruída por 40 dias e 40 noites de chuva?

O dilúvio não consistiu apenas de 40 dias de chuva. As águas do dilúvio aparentemente não começaram a diminuir antes de 150 dias (Gênesis 7:24). Outros 150 dias se passaram antes que a arca pousasse (Gênesis 8:3, 4). Dez meses de inundação contínua provavelmente seriam capazes de produzir grandes mudanças geológicas na superfície da Terra. Em regiões mais distantes do ponto em que a arca pousou, o dilúvio pode ter durado bem mais do que um ano.
A água não foi o único agente envolvido na catástrofe mundial. As camadas fósseis contêm mais de 100 crateras formadas por impactos de objetos extraterrestres tais como asteróides, meteoritos e cometas (3). A crosta terrestre passou por grandes modificações durante o dilúvio. Sem dúvida, a chuva teve um papel importante, mas houve muito mais do que chuva na catástrofe conhecida como o dilúvio.

4. Como sabemos que o dilúvio foi mundial? Ele não poderia ter sido restrito a algum lugar do Oriente Médio?

Jesus usou o dilúvio como um exemplo do julgamento universal (Mateus 24:37-38). Pedro confirma que apenas oito pessoas foram salvas (II Pedro 2:5).

As expressões do texto de Gênesis parecem inconsistentes com um dilúvio local (4). A linguagem é o mais universal possível: "... e cobriram todos os altos montes que havia debaixo do céu;" Gênesis 7:19. Se a água cobriu os altos montes, iria também cobrir as regiões mais baixas. Como o propósito de Deus era destruir todos os seres humanos (Gênesis 6:7), o dilúvio deveria necessariamente ter se estendido pelo menos a todas regiões habitadas por seres humanos. Além do mais, Deus prometeu que nunca mais ocorreria outro dilúvio como aquele (Gênesis 9:11, Isaías 54:9), como simbolizado pelo arco-íris (Gênesis 9:13-17). Tem havido muitas inundações locais bastante destrutivas, que literalmente varreram muitas pessoas. O arco-íris é visto em todo mundo, indicando que a promessa se aplica a todo mundo. O dilúvio do Gênesis deve ter envolvido um nível de atividade diferente de qualquer coisa vista desde então.

Se o dilúvio foi local, a história bíblica do dilúvio não faz sentido. Não haveria necessidade de uma arca para salvar Noé e seus animais. Noé poderia ter migrado com seus animais para outra região para evitar o dilúvio local.

Alguns têm afirmado que a presença de uma camada de barro em algumas partes do vale da Mesopotâmia é uma evidência de um dilúvio local. Entretanto, esta camada de barro é encontrada apenas em algumas das cidades. Sem dúvida, a região foi inundada alguma vez, mas isto não tem nada a ver com o dilúvio dos tempos de Noé relatado em Gênesis.

5. Que problemas não resolvidos sobre o dilúvio são de maior preocupação?

Como um evento catastrófico conseguiu produzir a seqüência ordenada de fósseis que é observada? Por que os fósseis na parte inferior da coluna geológica parecem tão diferentes de qualquer coisa viva atualmente, enquanto os fósseis na parte superior da coluna são mais semelhantes às espécies que vivem agora? Por que alguns fósseis se apresentam numa série morfológica que se ajusta, de um modo geral, com a teoria da evolução? Como as plantas e animais chegaram ao local onde agora estão após o dilúvio?


C. K. Carvalho
Pesquisador Autônomo


Notas para as perguntas sobre o dilúvio

1. Dubach H. W., Taber R. W. 1968. Questions about the oceans. Publication G13. Washington DC: U.S. Naval Oceanographic Office, p 35.
2. Odell N. E. 1967. The highest fossils in the world. Geological Magazine 104(1):73-74.
3. (a) Grieve R. A .F. 1987. Terrestrial impact structures. Annual Review of Earth and Planetary Sciences 15:245-270; (b) Grieve R. A .F. 1990. Impact cratering on the Earth. Scientific American 262(4):66-73; (c) Lewis F. S. 1996. Rain of iron and ice. NY: Helix Books, Addison-Wesley Publishing; (d) Gibson L. J. 1990. A catastrophe with an impact. Origins 17:38-47.
4. (a) Hasel G. F. 1975. The biblical view of the extent of the flood. Origins 2:77-95; (b) Hasel G. F. 1978. Some issues regarding the nature and universality of the Genesis flood narrative. Origins 5:83-98; (c) Davidson R. M. 1995. Biblical evidence for the universality of the Genesis Flood. Origins 22:58-73.


quarta-feira, 27 de maio de 2015

Perguntas Frequentes Sobre a Origem da Vida


PERGUNTAS FREQUENTES SOBRE A ORIGEM DA VIDA

Jim Gibson
Ciências das Origens, n.2, 2002
Geoscience Research Institute


1. Os cientistas criaram vida?
Os cientistas têm produzido alguns dos compostos químicos mais simples das células vivas, mas não podem combiná-los para produzir uma célula viva. A tecnologia para fazer isto não está disponível e provavelmente nunca estará. Os cientistas não conseguem nem mesmo reviver uma célula morta, embora esta ainda contenha os sistemas e substâncias químicas necessárias.

2. A vida poderia ter-se iniciado por acaso em uma "sopa primordial"?
Não. A vida depende de muitas condições não naturais. Estas incluem a produção de proteínas e ácidos nucléicos, que não são produzidos na ausência da vida. A vida é baseada em sistemas químicos em desequilíbrio termodinâmico, mas as reações químicas na natureza buscam espontaneamente o equilíbrio. Além disto, não há evidência geológica de que tenha havido uma "sopa primordial" em alguma época (1).

3. O que pode ser dito sobre os relatórios recentes de vida em Marte?
Não foi encontrada vida em Marte. Os relatórios de possível vida em Marte são baseados em certos minerais encontrados em um meteorito achado na Antártica (2). Acredita-se que o meteorito tenha vindo de Marte, e que os minerais possivelmente se formaram pela ação de bactérias enquanto a rocha ainda estava em Marte. Esta explicação requer que bactérias semelhantes às da Terra estivessem presentes em Marte, produzindo minerais no interior desta rocha.
Então, um asteróide ou objeto similar atingiu Marte com força suficiente para lançar a rocha no espaço, por onde ela vagou durante algum tempo. Finalmente, a rocha encontrou a Terra, passou através da atmosfera e caiu na Antártica, onde foi encontrada por uma equipe que anualmente procura meteoritos. Provavelmente, a maioria dos cientistas são céticos quanto às declarações de que os minerais foram produzidos por organismos viventes (3). A NASA desqualificou a rocha como fóssil. A busca por evidências de vida em Marte continua.
Seria pouco provável que qualquer organismo vivo pudesse sobreviver a tal viagem, e não mais se tem afirmado que a rocha contenha algum fóssil de bactéria.
O ceticismo (4) inicial sobre essas afirmativas parece ter sido justificado por um registro de que a maioria das moléculas orgânicas se originou de contaminação com material da Terra.

4. Como o desenvolvimento de Teorias do Caos e da Complexidade tem afetado nossa compreensão sobre o problema da origem da vida?
Estas teorias não produziram nenhuma mudança radical. A teoria da complexidade tem gerado muita discussão e especulação que não mudaram a natureza do problema. A maioria dos trabalhos tem sido feita com programas de computador, que não revelam nada sobre as origens de proteínas, ácidos nucléicos ou células vivas (5).

5. Avalie a teoria de que a vida se iniciou sobre superfícies minerais ou de argila no oceano, talvez em torno de fontes hidrotermais.
Várias conjecturas têm sido propostas em relação ao desenvolvimento da vida sobre argila ou superfícies minerais. Entretanto, estas não têm nenhum apoio empírico e não há nenhuma evidência experimental significativa para avaliar (6). As fontes hidrotermais apresentam um sério problema para estas teorias, porque a água que sai delas é esterilizada, destruindo qualquer vida que possa estar presente (7). A maioria dos compostos químicos necessários para a vida são muito sensíveis ao calor.

6. Que problemas não resolvidos sobre a origem da vida são de maior preocupação?
Os dados científicos a respeito da origem da vida são consistentes com a teoria criacionista. Naturalmente, todos os estudiosos da natureza gostariam de saber mais sobre como a vida funciona.


C. K. Carvalho
Pesquisador Autônomo



Notas para as perguntas sobre a origem da vida

1. (a) Javor G. T. 1987. Origin of life: a look at late 20th-century thinking. Origins 14:7-20; (b) Thaxton C. B., Bradley W. L.., Olsen R. L.. 1984. The mystery of life origin: Reassessing current theories. NY: Philosophical Library.

2. McKay D. S., et al. 1996. Search for past life on Mars: possible relic biogenic activity in Martian meteorite ALH84001. Science 273:924-930.

3. Ver: (a) Bradley J. P., Harvey R. P., MSween H. Y. 1997. No "nanofossils" in martian meteorite. Nature 390:454; (b) Kerr R. A. 1997. Martian "microbes" cover their tracks. Science 276:30-31; (c) Yockey H. P. 1997. Life on Mars? Did it come from Earth? Origins and Design 18(1):10-15.

4. Jull A. J. T., Courtney C., Jeffrey D. A., Beck J. W. 1998. Isotopic evidence for a terrestrial source of organic compounds found in Martian meteorites Allan Hills 84001 and Elephant Moraine 79001. Science 279:366-369. Kerr R. A. 1998. Requiem for life on Mars? Support for microbes fades. Science 282:1398-1400.

5. Ver Horgan J. 1995. From complexity to perplexity. Scientific American 272(1):104-109.

6. Ver Javor G. T. 1989. A new attempt to understand the origin of life: the theory of surface-metabolism. Origins 16:40-44.
11

7. Miller S. L., Bada J. L. 1988. Submarine hot springs and the origin of life. Nature 334:609-611. Moulton, V. et al. 2000. RNA folding argues against a hot-star origin of life. Journal of Molecular Evolution 51:416-421.


quinta-feira, 7 de maio de 2015

O QUE FAZ O UNIVERSO PARECER TÃO ESPETACULAR?


O QUE FAZ O UNIVERSO PARECER TÃO ESPETACULAR?

L. James Gibson.
Diretor do Geocience Research Institute (GRI) de Loma Linda, Califórnia.

Provavelmente a maioria de nós admite como um fato nossa existência e a do universo. Logicamente é esse um fato conhecido. Porém, alguns cientistas têm perguntado por que existe um universo, e não simplesmente nada? A nossa própria existência é algo surpreendente? As tentativas de responder a estas perguntas têm revelado algumas coisas espetaculares acerca do universo.

Um fato notável acerca do nosso universo é que ele tem propriedades matemáticas. Muitas leis naturais podem expressar-se mediante fórmulas e equações matemáticas. Isto é surpreendente? A resposta depende se crermos que a nossa origem foi por acaso, ou que fomos criados com propósito. Se fosse por acaso, por que o universo teria qualidades matemáticas? Não deveria ele ser mais caótico e imprevisível? Mesmo um cientista cético reconhece que um universo matemático sugere fortemente a existência de uma Inteligência em sua origem.

Têm aparecido outros fatos surpreendentes à medida em que os homens de ciência puderam sondar mais profundamente os mistérios do universo. Evidências de aparente acaso observadas em níveis intranucleares têm estimulado perguntas sobre a possibilidade do acaso na origem do universo. Entretanto, a existência do universo parece depender de valores altamente precisos descobertos nas características da matéria e da energia.

Se o equilíbrio for perturbado ...

Considere-se, por exemplo, a força eletrostática, uma força tão familiar, relacionada com a fagulha elétrica que às vezes é produzida ao tocarmos algo metálico como a maçaneta da porta em dias secos. Esta força repele partículas elétricas de cargas iguais e atrai as de carga oposta. Também nos átomos atrai os elétrons (de carga negativa) em direção ao núcleo (de carga positiva) e tende a fazer com que no núcleo os prótons se afastem mutuamente.

A repulsão dos prótons do núcleo atômico pela força eletrostática é equilibrada por uma força de atração, conhecida como força nuclear forte. A força eletrostática e a força nuclear forte estão equilibradas com tal precisão que os prótons podem manter-se unidos para formar o núcleo de diversos tipos de átomos. Se a força eletrostática fosse um pouco menor que a força nuclear forte, os prótons se agrupariam no núcleo formando grupos maiores, e não haveria hidrogênio, e, portanto, não haveria água, nem vida. Se a força eletrostática fosse um pouco maior em comparação com a força nuclear forte, os prótons não se agrupariam; não haveria oxigênio e, portanto, nem água, nem vida. Desbalanceando o equilíbrio entre estas duas forças, nossa existência seria impossível.

Para complicar mais estes fatos, existem forças adicionais, bem como constantes físicas, que também afetam os átomos, e cujos valores também devem estar ajustados com precisão para que o universo funcione ordenadamente. Alguns cientistas têm manifestado admiração diante deste delicado ajuste que mantém o universo.

Podemos observar evidências de planejamento inteligente não só na estrutura do universo como, na verdade, no seu próprio funcionamento. A delicada precisão evidente no universo – seu tamanho e ordenamento, os detalhes dos átomos e os “quanta” de energia – revela as atividades de uma Mente supremamente inteligente e infinitamente poderosa. Não deve nos surpreender o fato de essa Mente ter profundo interesse em tudo quanto tenha criado.

Fonte
Ciência das Origens

Jan-Abr/ 2002

sexta-feira, 1 de maio de 2015

AS IMPERFEIÇÕES DO REGISTRO FÓSSIL



AS IMPERFEIÇÕES DO REGISTRO FÓSSIL
Raúl Esperante

Darwin e Wallace contribuíram para a aceitação da teoria da evolução pela seleção natural em meados do século XIX baseando sua argumentação principalmente em exemplos específicos tirados da fauna e flora, da ecologia de alguns ecossistemas que eles investigaram, e do comportamento animal observado nesses ecossistemas. No livro “A Origem das Espécies”, Darwin (1859) só dedica dois dos quinze capítulos do livro para falar do registro fóssil e sua relevância no marco da nova teoria que ele estava propondo. O registro fóssil era um problema real para uma teoria que tratava de estabelecer que as espécies têm surgido através de lentas e graduais variações cumulativas ao longo de milhares de anos de vida sobre a Terra. Se isto fosse assim, deveríamos poder observar essas variações nos fósseis também.

Em meados do século XIX já se conhecia uma considerável quantidade de registro fóssil presente nas rochas sedimentares. Um número considerável de fósseis havia sido descoberto em muitos lugares (especialmente Europa) e uns poucos cientistas, a maioria dos quais eram amadores, haviam se dedicado ou se dedicavam ao estudo destas formas antigas de vida. As exibições e acervos dos mais importantes museus da Europa apresentavam já um significativo número de rochas, que mostravam uma ampla diversidade de organismos do passado, os quais representavam a fauna e a flora marinha e terrestre das diferentes épocas geológicas aceitas então. Apesar desta riqueza de achados, os fósseis com traços evolutivos intermediários (ou de transição) eram virtualmente inexistentes, o que era nas palavras de Darwin, “a objeção mais grave que se tem apresentado contra a teoria”.

Darwin utilizou uma dupla argumentação para contornar o problema. Por um lado, era óbvio que se tinham escavado poucos lugares, e que muito ficava por descobrir (Darwin apontou como mesquinhas as coleções paleontológicas dos museus). O crescente número de estudos, especialmente em locais onde não tinham sido realizadas observações detalhadas, proporcionaria as evidências necessárias para confirmar a sua teoria. Naquela época, “Tão somente uma pequena parte da superfície da Terra havia sido explorada geologicamente, e em nenhum lugar com o cuidado suficiente.” Por outro lado, Darwin alegava que o registro geológico era extremamente imperfeito e incompleto.

Nem todos os organismos têm a probabilidade de converter-se em fósseis, devido a não terem partes duras (conchas, ossos, etc.). “Nenhum organismo completamente mole pode conservar-se; as conchas e os ossos se decompõem e desaparecem quando ficam no fundo do mar, onde não se acumula sedimento”, detalhava o autor. Apesar disto ter sido demonstrado não ser estritamente verdadeiro, é certo, sim, que o registro fóssil está salpicado daqueles organismos que possuem partes duras e que viveram (ou morreram) em lugares onde houve abundante acúmulo de sedimentos (Benton et. al. 2000).

Desde a publicação do livro de Darwin numerosos estudos têm contribuído para reafirmar a validade do registro fóssil como suficientemente completo e adequado para o estudo das comunidades antigas (Benton et. al. 2000, Donovan 2003, Foote and Raup 1996, Foote and Sepkoski 1999, Paul 1998). O estudo mais recente foi o levado a cabo por Donovan (2003), acerca dos ouriços do Mar das Antilhas em sedimentos do Quaternário (Pleistoceno e Recente), onde se tem encontrado uma grande correspondência entre os ouriços equinóides modernos e aqueles do registro fóssil do Pleistoceno. Em outras palavras, existe um elevado grau de semelhança entre os ouriços fósseis do Pleistoceno das ilhas do Caribe e os que vivem na costa das mesmas ilhas. Isto indica que o registro fóssil é adequado para extrair conclusões confiáveis acerca das comunidades antigas.

Vários estudos cladísticos e estatísticos sugerem que o registro fóssil não diminui em qualidade com o tempo, apesar de se supor que a atividade geológica destrói as rochas antigas e os fósseis que elas contêm. (Benton et el. 200). Quer dizer que o registro fóssil parece conter uma representação confiável do que realmente existia no ecossistema determinado, com a importante exceção dos organismos de corpo mole. A respeito deste ponto é importante distinguir entre “ser incompleto” e “ser adequado” (Benton et. Al. 2000). O registro fóssil é incompleto, especialmente em suas camadas inferiores, porém pode ser considerado como adequado para o estudo das formas de vida do passado.

Qual conclusão mais lógica que o registro fóssil nos fornece depois desta leitura? O registro fóssil é real, consistente com realidades do passado que ela apresenta, serve como fonte de estudo do ecossistema que ali existia, mas nada nos diz sobre o maior problema do evolucionismo que é a prova cabal das espécies de transição. Por mais fervoroso defensor da evolução que um cientista sério possa ser, ele jamais contou nem ainda pode contar com a demonstração concreta das evidências que sua teoria propõe. Isso põe um obstáculo intransponível até esta data para a teoria da evolução.


C. K. Carvalho
Pesquisador autônomo


REFERÊNCIAS

Benton M. J., Wills M.A., Hitchin R. 2000. Quality of the Fossil Record Through Time. Nature 403:534-537.
Donovan S. K. 2003. Completeness of a fossil record: the Pleistocene echinoids of the Antilles. Lethaia 36:1-7.
Foote M. Raup D. M. 1996. Fossil Preservation and the stratigraphic ranges of taxa. Paleobiology 22:121-140.
Foote M., Sepkoski J.J. 1999. Absolute measure of the completeness of the fossil record. Nature 398:415-417.
Paul C. R. C. 1998. Adequacy, completeness and the fossil record. In Paul C.R.C., editor, The Adequacy of the Fossil Record. N.Y.: John Wiley and Sons, p. 1-22.


terça-feira, 28 de abril de 2015

Variação do DNA suporta linha temporal bíblica


Variação do DNA suporta linha temporal bíblica


Cada pessoa é distinta da outra, e, excetuando os gêmeos idênticos, cada uma possui um DNA único. Essas diferenças podem ser identificadas por meio das populações globais e grupos étnicos. Além disso, pesquisas recentes fornecem perspectivas interessantes em torno do momento em que essas distinções do DNA surgiram na raça humana. Um novo estudo publicado na revista Science aumentou nosso conhecimento em torno das raras variações associadas com as regiões genéticas no genoma humano.[1] Aplicando aos dados um modelo com base demográfica, os pesquisadores descobriram que o genoma humano deu início à sua diversificação atual há aproximadamente cinco mil anos. Surpreendentemente, essa data se encontra muito próxima da data bíblica em torno da diversificação acelerada dos humanos depois do dilúvio.

A vasta maioria da base de sequência do DNA entre qualquer dupla de humanos é muito idêntica, portanto, as poucas diferenças podem ser rastreadas entre os grupos de pessoas. O projeto genoma humano continua a analisar milhares de humanos por todo o mundo, analisando as variações nas sequências do DNA. Os pesquisadores conectam essa variação com muitas características humanas e doenças hereditárias.[2] Tipicamente, essa variação é avaliada usando uma única base de sequências de DNA – ou polimorfismos de nucleotídeo único (inglês: single nucleotide polymorphisms – SNPs) – entre indivíduos e populações. Devido ao tipo de tecnologia de “chip genético” estandardizado normalmente usado, a maioria das análises SNP avalia apenas as partes mais variáveis do genoma humano. Como tal, elas excluem as muito menos variáveis regiões codificadoras de proteínas.

O recente artigo presente no estudo da Science analisou as sequências do DNA de 15.585 regiões genéticas codificadoras de proteínas do genoma humano – 1.351 americanos com descendência europeia, e 1.088 americanos com descendência africana. Os dados se revelaram ideais para examinar o percurso da variação genética humana através do tempo, principalmente devido ao fato de as regiões codificadoras de proteínas serem menos tolerantes do que as outras partes do genoma, no que toca a variações sequenciais; essas regiões registram dados mais fiáveis, ou informação genética histórica menos “ruidosa”. Normalmente, os evolucionistas incorporam hipotéticas linhas temporais na ordem dos milhões de anos – retiradas da interpretação evolucionista da paleontologia – ou linhas temporais “emprestadas” – provenientes de outros autores – para desenvolver e calibrar os modelos em torno das modificações genéticas através do tempo.[3]

Em contraste com isso, o estudo da Science usou modelos demográficos das populações humanas segundo o tempo histórico conhecido e o espaço geográfico conhecido. Os dados resultantes revelaram uma recente e maciça explosão de diversidade genética humana. Os autores escreveram: “O limite máximo provável para o crescimento acelerado foi há 5.115 anos.” Quem acredita numa Terra com milhões e milhões de anos tem agora mais um desafio importante: explicar por que – e após “milhões de anos” sem qualquer tipo de diversificação genética entre os humanos – a diversidade genômica humana explodiu precisamente nos últimos cinco mil anos.

No entanto, os mesmos dados se alinham e confirmam a história bíblica. Uma vez que a data fornecida pelo autor representa um tempo máximo, a diversificação de DNA provavelmente ocorreu mais cedo. A linha temporal bíblica indica que o dilúvio ocorreu há cerca de 4.500 anos e isso se ajusta dentro do tempo máximo que os pesquisadores estimam. A Palavra de Deus claramente indica que os humanos modernos descendem dos três filhos de Noé – Sem, Cão e Jafé – e das esposas deles. Tal redução dramática (conhecida como bottleneck, “pescoço de garrafa”) do tamanho geral da população humana certamente precederia uma explosão da diversidade genética – tal como ocorre nas populações animais.[4]

Os dados genéticos provenientes dessa pesquisa confirmam de modo poderoso um dos eventos-chave da Bíblia, bem como sua linha temporal (Terra jovem). Obviamente que os descrentes podem continuar a defender que a Terra tenha “milhões de anos” e que o dilúvio de Noé seja um “mito”. O problema é que eles fazem isso não seguindo o que os dados mostram, mas contrariamente ao que Deus e a ciência demonstram.


“E, de um só, fez toda a geração dos homens, para habitar sobre toda a face da terra, determinando os tempos já dantes ordenados, e os limites da sua habitação” (Atos 17:26).


Referencias:

1. Tennessen, J. et al. 2012. “Evolution and functional impact of rare coding variation from deep sequencing of human exomes.” Science, 337 (6090): 64-69.
2. McCarthy, M. et al. 2008. “Genome-wideassociation studies for complex traits: consensus, uncertainty and challenges.” Nature Reviews Genetics, 9: 356-369.
3. Thomas, B. “Circular Reasoning in Polar Bear Origins Date.” ICR News. Posted on icr.org, May 9, 2012, accessed July 13, 2012.
4. Custance, A. 1980. The Seed of the Woman. Brockville, Ontario: Doorway, 73. Also available online at custance.org.


(Darwinismo)

sábado, 28 de março de 2015

A COLUNA GEOLÓGICA - SEUS FUNDAMENTOS E CONSTRUTORES – Final


A COLUNA GEOLÓGICA - SEUS FUNDAMENTOS E CONSTRUTORES – Final
By Luther D. Sunderland

DATAÇÃO RADIOMÉTRICA

Desde que a datação radiométrica foi desenvolvida inicialmente em 1911, dezenas de milhares de amostras têm sido datadas por numerosos laboratórios. Qual o quadro que essas datas nos mostram? Ninguém sabe, pois somente algumas datas muito bem selecionadas têm sido publicadas na literatura. As únicas exceções são as datas Radiocarbono, que têm sido todas publicadas na revista “Radiocarbon”, desde 1959. Knopf conta como as coisas aconteciam até meados da década de 1950: “Antes de 1956 somente uma determinação de idade absoluta havia sido feita com material paleontologicamente controlado” (28).

Então, de acordo com isso, dentre milhares de datas radiométricas, somente uma foi encontrada em concordância com o edifício do tempo geológico construído com base na suposição da evolução e da ampulheta. A maioria dos estatísticos diria que nesse caso a taxa de correlação é próxima do zero absoluto. Hudson informa que Holmes (1947) encontrou cinco pontos de referência para controle, e Kulp (1961) encontrou outros mais. Entretanto, em 1986 poder-se-ia suspeitar que o quadro tivesse se alterado drasticamente. Das milhares de datas determinadas por técnicas radiométricas, talvez um número substancial tivesse sido cuidadosamente selecionado para fazer com que parecesse validada a escala de tempo tão questionavelmente derivada para a coluna geológica.

De acordo com o Dr. Donald Fisher, em 1979 a técnica do Urânio-Chumbo não tinha sido usada há cerca de vinte anos. O professor Derek Ager, porém, apresenta a mais honesta avaliação radiométrica em carta datada de 10 de novembro de 1983, na revista “New Scientist”. Diz ele que uma das primeiras coisas que ensina a seus alunos de Geologia é a seguinte: “Nenhum paleontologista digno desse nome data seus fósseis pelos estratos em que eles são achados. ... Quanto a dar todo o crédito aos físicos e às medidas do decaimento isotópico, é de fazer ferver o sangue!” (29) Afirma ele que a datação radiométrica apresenta grande margem de erro e “é um instrumento excessivamente rústico para medir nossos estratos, e não me lembro de ocasião alguma em que tenha tido um uso prático imediato. À parte exemplos bastante „modernos que são realmente arqueológicos, não me lembro de qualquer caso de decaimento radiativo sendo utilizado para datação de fósseis” (30). Talvez essa referência a exemplos “modernos” signifique datação em Radiocarbono, que é usada amplamente, dando datas até 60.000 anos antes do presente.

O professor Ager afirma que utiliza fósseis somente como um índice para datação, e que eles provêm somente datas relativas, e não números absolutos, em anos. Escreve ele: “De fato, de certo modo quase toda datação geológica é relativa, por estarmos sempre fazendo correlações, direta ou indiretamente, com um padrão. Isso é tão verdade para os métodos radiométricos quanto para os paleontológicos, na realidade mais ainda nesse caso ... Talvez um dia sejamos capazes de introduzir cada espécime de rocha ou de fóssil em uma caixa preta e então ler sua idade em anos em um mostrador. Porém estamos muito longe desse dia, se isso for realmente teoricamente possível (31).

Os comentários acima sobre datação radiométrica não se aplicam à datação com Radiocarbono, que é a única técnica radiométrica que pode ser razoavelmente conferida. Pelo menos há cinco ou seis anos pode-se estabelecer correlação com análises dos anéis de crescimento, ou dendrocronologia. Os geólogos, entretanto, geralmente não estão interessados em datas inferiores a 50.000 anos antes do presente. Por exemplo, quando foi encontrada madeira em calcário cretáceo de 100 milhões de anos, e a datação pela técnica do Radiocarbono levou à idade de 12.800 anos, esse dado foi desprezado. A Tabela II mostra um histograma de 45.373 datas que foram obtidas com o método do Radiocarbono e publicadas na revista “Radiocarbon” de 1959 a 1980. O quadro apresentado pelas datas Radiocarbono contrasta nitidamente com a coluna geológica padrão: virtualmente cada tipo de vida foi datado como tendo somente alguns poucos milhares de anos.

Número de amostras datadas, em função da idade C-14



Idade C-14 (anos antes do presente)

Neste artigo, o autor não tentou avaliar a validade da coluna geológica ou sua escala de tempo. Pelo contrário, fez uma tentativa para apresentar resenha histórica envolvendo as pessoas que colaboraram na sua construção, incluindo seus motivos e suas crenças. Este artigo resultou de pesquisa visando a determinação da base dos diversos comentários feitos pelo Dr. David Raup, Curador de Geologia no “Chicago Field Museun of Natural History” em uma entrevista gravada e em correspondência pessoal trocada com o autor. Havia ele dito que a coluna geológica foi formulada por homens fortemente antievolucionistas e que se sentiam tão bem com ela quanto os evolucionistas. Uma coisa que preocupava o Dr. Raup era o fato de que, independentemente do que se descobrisse nas rochas, a teoria da evolução poderia ser levada a explicá-lo.

Por exemplo, se organismos mais simples fossem encontrados fossilizados nas camadas superiores, a teoria da evolução poderia ser modificada para explicar o fato; ou se eles fossem encontrados na base, a teoria poderia explicar. Esses paradoxos exigiriam uma explicação que demandou extensa pesquisa da literatura sobre Geologia Histórica. Tem havido muita discussão recentemente, mesmo na literatura científica secular, com relação aos problemas da coluna geológica e seus sérios conflitos com numerosas descobertas geológicas. Espera-se que os leitores possam mais facilmente entender por que razão esses problemas existem, depois de reconhecerem o processo tumultuoso e não científico pelo qual a coluna tão grandemente hipotética foi formulada.


Referências
1. Carol and Henry Faul - “It began with a stone”. New York: John Willey and Sons, 1983, p. 23.
2. Ibidem, p. 69.
3. Sir A. Geikie - “Text-book of Geology”. London: Macmillan and Co., 1983, p. 856.
4. Ibidem, p. 857.
5. J. F. White, editor - “Study of Earth, Readings in Geological Science”. “The Uniformity of Nature” by Charles Coulston Gillispie. Englewood Cliffs, N. J. Prentice-Hall Inc., 1962, p. 25.
6. Sir A. Geikie - “The Founders of Geology”. New York: Dover, republication of 1905 2nd edition, 1962, p. 404.
7. James Dana - “Manual of Geology”. Philadelphia: Theodore Bliss and Co. 1864, p. 130.
8. Leigh W. Mintz - “Historical Geology”. Columbus, OH: Charles E. Merrill, 1972, p. 32.
9. Ibidem.
10. Adolf Knopf – “Measuring Geologic Time”. Scientific Monthly, November 1957, pp. 225-236.
11. W. B. Harland, A. Gilbert Smith, B. Wilcox (editors). “The Phanerozoic Time-Scale. A symposium dedicated to Professor Arthur Holmes”, vol. 120S. London: Burlington House, 1964, p. 37.
12. Ibidem, p. 38.
13. Ibidem.
14. Ibidem, p. 41.
15. J. F. White - “Study of the Earth”. “Measuring Geologic Time”, p. 46.
16. Ibidem.
17. Ibidem.
18. Harland, Smith Wilcox - “The Phanerozoic Time Scale”, p. 31.
19. Ibidem, p. 32.
20. Ibidem, p. 33.
21. Ibidem.
22. Ibidem, p. 34.
23. Ibidem.
24. Ibidem, p. 35.
25. Ibidem.
26. Carol and Henry Faul - “It began with a stone”, p. 222.
27. Allisson R. Palmer - “The Decade of North American Geology”, 183, “Geologic Time Scale”. Geology, vol. 11, no. 9, September 1983, pp. 503-504.
28. J. F. White - “Study of the Earth”, p. 57.
29. Derek Ager - “Fossil Frustrations”, New Scientist vol. 100, no. 1383, November 10, 1983, p. 425.
30. Ibidem.

31. Correspondência pessoal, 10 de Janeiro de 1984, Derek Ager e Norman Macbeth. 

sexta-feira, 20 de março de 2015

A COLUNA GEOLÓGICA - SEUS FUNDAMENTOS E CONSTRUTORES – Parte IV


A COLUNA GEOLÓGICA - SEUS FUNDAMENTOS E CONSTRUTORES – Parte IV
By Luther D. Sunderland

CONSTRUINDO A COLUNA

DATANDO A COLUNA

Como foi elaborada a escala de tempo para a coluna geológica em uso em 1985? Foi ela baseada em puras hipóteses, ou em um sistema científico bem fundamentado de medida do tempo? Inicialmente, os primeiros geólogos tinham muito pouco com que prosseguir, além de pura conjectura e supostos “períodos muito extensos” que se pensavam necessários para a evolução. O primeiro método de estimar o tempo para eventos anteriores ao registro histórico foi chamado de método da ampulheta. Um artigo publicado no “Scientific Monthly” de novembro de 1957 explicava a técnica da ampulheta: “O mais antigo método de medida do tempo geológico é a determinação da espessura das camadas depositadas ao longo do tempo, e a multiplicação de sua espessura pela taxa de deposição suposta para essas camadas” (10). Infelizmente há dois grandes problemas nesse método. Primeiro, não há meio de se medir a espessura das rochas para qualquer período geológico. Por exemplo, foi suposto que as rochas do Jurássico teriam cerca de 13.200 metros de espessura, entretanto em lugar algum do mundo jamais alguém observou rochas do Jurássico superpostas do mesmo local com tal espessura – quase cinco quilômetros a mais do que o Everest!

O segundo problema com a datação pelo método da ampulheta é que não há nenhum meio possível para a determinação da taxa com que foram depositados os sedimentos constituintes das rochas. O livro “The Phanerozoic Time-Scale” (1964) relata um simpósio realizado em Glasgow, em 14 de fevereiro de 1896, para discutir a situação da datação das rochas fossilíferas. Hudson assim se manifestou: “Um primeiro passo essencial é computar as atuais taxas de sedimentação” (11). Porém, explica ele, essas taxas não se coadunam com a resposta que os uniformistas esperam: “... constitui uma hipótese sem fundamento aplicarem-se as atuais taxas ao passado. ... Os resultados destes e de outros cálculos variaram tão amplamente que podem ser somente como grosseiras estimativas; e os intervalos de tempo atribuídos aos hiatos no registro geológico também teriam de ser estimados” (Holmes 1913, p. 86).(12) Devido ao caráter não científico desse método de estimativa para a datação da coluna geológica, Hudson explicou que ele poderia ser manipulado para adaptar-se a qualquer escala de tempo desejada: “Assim, os resultados poderiam facilmente ser ajustados para adequarem-se às estimativas da extensão do tempo geológico derivadas de outras evidências, como o cálculo feito por Kelvin com base termodinâmica, ou o método de Joly usando a concentração do sal na água do mar” (13). Hudson concluiu que: “... escalas de tempo construídas com base na análise de processos de sedimentação são insatisfatórias ...” (14) Adolph Knopf explicou por que a técnica da ampulheta para datação não era válida: “As grandes diferenças nas estimativas da espessura máxima de muitos dos sistemas indicam manifestamente que as espessuras não são método confiável para a medida do tempo geológico.

Já em 1936 essa conclusão tinha sido tirada por Twenhofel quanto às estimativas de tempo baseadas na espessura de estratos que “dificilmente são dignas do papel no qual se escrevem”. ... A limitação de espaço impede a consideração de outras evidências aqui” (15). Knopf afirmou que o obstáculo quase insuperável para o uso da espessura das rochas na medida de tempo geológico é “o fato de que as rochas geralmente não apresentam evidências internas da taxa com a qual foram formadas” (16). Na discussão da formação mais exaustivamente estudada quanto às taxas de sedimentação, os folhelhos de Green River, no Wyoming e no Colorado, observou ele: “Ninguém ainda mediu o início ou o fim do tempo relativo à formação Green River mediante evidências radioativas, idem do Eoceno ou de qualquer outra subdivisão do tempo geológico” (17). O que Knopf deseja dizer? Acabamos de aprender que a coluna geológica foi originariamente datada por pessoas que fizeram estimativas sobre espessuras e hipóteses sobre taxas de sedimentação. Os limites entre as várias divisões são determinados por hipóteses evolucionistas, e não podem ser datados pelos cálculos relativos à sedimentação. Para ilustrar o fato de que nenhum limite entre períodos geológicos é claramente definido, considere-se o que “The Phanerozoic Time-Scale” tem a dizer sobre eles:

Limite Pré-cambriano / Cambriano
A datação do início do período Cambriano apresenta um problema especial na construção da escala de tempo geológico. Próximo à base do sistema Cambriano a maioria dos fósseis que são usados na bio-estratigrafia está ausente, mas de fato são os eventos biológicos refletidos nas gamas de fósseis e sua distribuição zonal que constituem a base das correlações estratigráficas, e na prática definem os limites estratigráficos. Assim, embora sejamos capazes de determinar as idades das rochas e minerais por métodos físico-químicos, a posição estratigráfica da rocha datada deve ainda ser definida.... Não existe qualquer evidência positiva confiável relativa ao Cambriano Inferior (18).

Limite Ordoviciano / Siluriano
As únicas datações diretas confiáveis do Ordoviciano estão nos minerais provenientes de faixas de cinza vulcânica (19). Não existem determinações de idade que definam adequadamente o limite entre o Ordoviciano e o Siluriano (20). Devoniano Em contraste com as incertezas nos limites dos períodos anteriores, o limite entre o Devoniano e o Carbonífero parece ser relativamente bem definido. Entretanto, existem algumas ambigüidades na Groenlândia que precisam ser claramente resolvidas (21).

Limite Carbonífero / Permiano
Todas as escalas de tempo recentes baseiam-se no granito de Dartmoor, porém infelizmente a posição estratigráfica desse granito não está tão claramente definida como seria desejável. As datas aceitas o suficiente para serem mencionadas variam em torno de 32 milhões de anos (22).

Limite Triássico / Jurássico
Pouca informação precisa é disponível para a datação desses dois períodos(23).

Limite Cretáceo / Terciário
Sem mencionar o número de datas discordantes, Snelling menciona diversos pares de datas concordantes foram obtidos para o limite Cretáceo/Terciário (24).

Limite Terciário / Quaternário
... O limite Terciário/Quaternário é provavelmente o mais escassamente conhecido na coluna geológica (25).

Finalmente, o livro declara que nenhum limite entre divisões foi datado nem mesmo com técnicas radiométricas. Buffon (1778) foi um dos primeiros a envolver-se com uma determinação algo científica da idade da Terra. Baseado em dados derivados de experiências com a taxa de resfriamento de esferas, calculou que a Terra como uma massa em fusão levaria 2936 anos após a sua formação para consolidar-se, o que teria acontecido há cerca de 132.000 anos. A água ter-se-ia condensado em cerca de 25.000 anos. Em 1785 Hutton falava de generalidades com respeito a eventos geológicos que levavam “uma infinidade de tempo”. Lyell supunha que a Terra tivesse milhões de anos de idade, embora muitos dos demais que construíram a coluna geológica pensassem que a Terra fosse relativamente jovem – na casa dos milhares de anos. Lord Kelvin (1824-1907), pioneiro no campo da Termodinâmica, foi o primeiro a estabelecer um limite superior para a idade da Terra, baseado em princípios científicos da Física que ainda reconhecemos como válidos.

Usando dados de temperatura obtidos em várias profundidades da crosta, calculou que a Terra (e o sol) tinham um máximo de 20 a 400 milhões de anos. Para se livrar de seus cálculos, os cientistas evolucionistas hoje têm sido compelidos a escrever sobre presumíveis reações nucleares que deveriam estar tendo lugar nas profundezas da Terra. Em 1880 o “United States Geological Survey” implantou um laboratório para medir as propriedades físicas das rochas, inclusive sua capacidade e condutividade térmica. Tais medidas diminuíram o grau de incerteza nos cálculos de Kelvin, estabelecendo para a crosta da Terra uma idade de 24 milhões de anos (King, 1983). Então, em 1970 continuando o trabalho com o decaimento radiativo do Urânio, Bertran Boltwood (1870-1927) da Universidade de Yale, começou a falar em cerca de dois bilhões de anos para a idade da Terra.

Arthur Holmes (1890-1965) começou a trabalhar com datação Urânio-Chumbo, em 1910, em Londres. Propôs ele a primeira de suas bem conhecidas escalas de tempo em um livro de divulgação em 1927, e não em uma revista científica, porque a sua elaboração estava mais baseada em “intuição geológica” do que em dados físicos ponderáveis. Datas básicas em milhões de anos atribuídas ao início de cada período geológico foram publicadas em sua primeira escala de tempo e são mostradas na Tabela I (26).

Datas da Coluna Geológica de 1927 e 1983 (milhões de anos)

                                        Holmes (1927)                     1983  
Terciário (Cenozóico)
60
66
Cretáceo
120
144
Jurássico
150
208
Triássico
180
245
Permiano
240
286
Carbonífero
350
360
Devoniano
420
408
Siluriano
450
438
Ordoviciano
540
505
Cambriano
600
570

É interessante a ligeira alteração sofrida pela escala de tempo intuitiva de Holmes em 1927 para chegar à escala publicada em 1983 pela “Geological Society of América”. Se a escala de tempo de 1927 havia sido baseada em nada mais além da intuição, é-se levado a cogitar qual teria sido a base para a escala de tempo de l983! O autor enviou uma carta a Allison Palmer, que a elaborou para a “Geological Society”, pedindo-lhe que indicasse, para cada limite entre períodos, se sua determinação havia sido feita por:
1) datação radiométrica
2) taxa de sedimentação
3) fósseis e um presumível esquema de tempo evolutivo

Sua resposta mais que evasiva foi a de que uma comissão havia concordado com a escala de tempo e uma longa lista de referências poderia ser consultada para maiores informações (27).

No que baseou Holmes sua intuição para estabelecer as idades? Certamente não foi a aparência física das rochas distintas, pois todos os tipos de rochas são achados ao longo da coluna geológica. O professor Derek Ager, ex-Diretor da “British Geological Society”, escreveu que os fósseis nunca são datados pelas rochas em que são encontrados. Um livro didático de Geologia, de 1864, explica como as datas eram realmente estabelecidas: alguém dividia uma espessura presumida de sedimentos para cada período por uma suposta taxa de deposição (método da ampulheta). Quando o autor entrevistou em 1979 o paleontologista Dr. Donald Fisher, encarregado do serviço oficial do Estado de New York, foram descobertas algumas importantes informações sobre a datação dos fósseis. Como datava ele as rochas do Cambriano? Respondeu ele que era pelos fósseis que elas continham, como por exemplo, os trilobitas. Como datava ele os fósseis? Resposta: pelas rochas em que eles eram encontrados! Ao ser indagado se isso não constituía um círculo vicioso respondeu “Certamente; como proceder porém?” E com relação à datação pelo método do Urânio-Chumbo? Explicou ele: “Não tem sido utilizado esse método há cerca de vinte anos, por conduzir a um número muito grande de leituras anômalas”. Não obstante, era usado somente para datar as rochas do embasamento, não sedimentares. E com relação à datação pelo método de Potássio-Argônio? Destacou ele que essa técnica não se aplica às rochas sedimentares nas quais normalmente são encontrados fósseis, e que dificilmente encontramos lava sobrepondo-se aos fósseis que desejamos datar.

Continua.....

Próxima e última postagem: Datação radiométrica e bibliografia.

sexta-feira, 6 de março de 2015

A COLUNA GEOLÓGICA - SEUS FUNDAMENTOS E CONSTRUTORES – Parte III


A COLUNA GEOLÓGICA - SEUS FUNDAMENTOS E CONSTRUTORES – Parte III
By Luther D. Sunderland

CONSTRUINDO A COLUNA

Deve-se recordar que Arduino classificava todas as rochas cristalinas como Primário. William Smith foi o primeiro a tentar distinguir subdivisões nas rochas do Secundário. Em 1799 elaborou ele uma tabulação de formações desde o carvão (Carbonífero) até o calcário (Cretáceo). Werner começou a referir-se às rochas entre o Primário e Secundário como sendo rochas grauvacas ou de transição. Esses termos sobreviveram até meados de 1800 e tornaram-se o repositório de tudo que proviesse desde o Cambriano até o Carbonífero Inferior.

Charles Lyell foi a primeira pessoa a deixar sua marca permanentemente na nomenclatura e classificação do registro geológico. Sua contribuição para a construção do hipotético arranjo das camadas de rochas e fósseis conhecido como “Colina Geológica”, envolveu as últimas três eras da coluna (6). Ele denominou os períodos da era Terciária, de Plioceno, Mioceno e Eoceno, baseando essas subdivisões na proporção em que continham fósseis de espécies “ainda vivas”.

As rochas que contêm uma proporção bastante pequena de espécies ainda vivas, denominou ele de Eoceno. As que contêm considerável percentagem de espécies recentes, denominou de Mioceno, e as que contêm a maioria de espécies vivas, de Plioceno. Embora lhe seja creditado esse sistema de taxonomia paleontológica, recebeu ele muita colaboração de Gerard Deshayes, do “Jardin des Plantes” da França (1797-1875). Sedgwick e Murchison talvez tenham dado a maior contribuição para a estruturação da parte inferior da coluna. Seu primeiro objetivo era encontrar o “vestígio de um início” considerado por Hutton, e por isso partiram para a procura do fóssil mais antigo.

Primeiramente, Murchison encontrou fósseis distintamente diferentes em uma camada contínua situada abaixo do Antigo Arenito Vermelho (Old Red Sandstone) no País de Gales. Chamou de Siluriano essa camada (1835), em lembrança de uma tribo galesa que havia habitado a área. Como não encontrou virtualmente fóssil algum de plantas terrestres nessa camada, julgou que as rochas do Siluriano fossem de um período de tempo distinto daquele no qual foram depositados os extensos leitos carboníferos britânicos, chamado de período Carbonífero por Conybeare e Philips em 1822. Mais no oeste do País de Gales, Sedgwick descobriu fósseis distintos, que supunha serem mais antigos do que o Siluriano de Murchison, e chamou-os de Cambriano (1835).

Ambos estudaram juntos os depósitos carboníferos de Devonshire, onde De la Beche (1839) havia relatado plantas do Carbonífero em rochas grauvacas supostamente muito mais antigas do que os estratos do Carbonífero. Decidiram, finalmente, denominar essas rochas de Carbonífero, ao mesmo tempo em que denominaram de Devoniano outra camada que continha sedimentos marinhos metamórficos, com tipos ainda diferentes de fósseis. Após examinar rochas na Alemanha e na Rússia, Murchison mais tarde inferiu que essas rochas do Devoniano eram uma versão marinha do Antigo Arenito Vermelho.

Sedgwick concordou inicialmente com a divisão feita entre o Siluriano e o Cambriano, porém quando Murchison divisou uma sobreposição entre ambos, mudou de idéia e passou a insistir que as rochas cambrianas constituíam parte de seu sistema Siluriano. Finalmente, após acre disputa entre eles, em 1879 o escocês Charles Lapworth (1842-1920) propôs uma solução com a introdução de um novo período para separar o Cambriano do Siluriano. Denominou-o de Ordoviciano, em lembrança a outra tribo galesa (os Ordovicos) que viveu antigamente no norte do País de Gales.

Mais tarde Murchison completou a construção da era Paleozóica, a seqüência de rochas contendo fósseis mais na base da coluna geológica. Em uma viagem à Rússia (1841) esteve ele nos Montes Urais em busca de seqüências rochosas que pudessem comparar-se às da Grã-Bretanha. Nas proximidades da cidade de Perm, na Rússia, encontrou rochas contendo fósseis acima dos leitos carboníferos, e denominou-as de Permiano. No outro lado do Atlântico, mais ou menos na mesma época (1837), James Hall Jr., de Albany, New York, iniciou o estudo das rochas do Paleozóico naquela região.

Porém, ao invés de utilizar a nomenclatura européia, juntamente com outros atribuiu às rochas um conjunto inteiramente distinto de nomes. Ainda em 1985 os geólogos às vezes continuam tendo dificuldade para correlacionar as várias formações americanas com as européias. Um livro publicado em 1864 – “Manual of Geology” – apresenta a subdivisão do tempo geológico da seguinte forma:

I- Tempo ou era azóica
II- Tempo paleozóico
     1. A idade dos moluscos, ou Siluriano
     2. A idade dos peixes, ou Devoniano
     3. A idade das plantas carboníferas, ou Carbonífero
III- Tempo mesozóico
     4. A Idade dos répteis
IV- Tempo cenozóico
     5. A idade dos mamíferos
V- Era da mente
     6. A idade do Homem (7)

Observe-se que o Cambriano e o Permiano de Murchison, bem como o Ordoviciano de Lapworth não haviam ainda sido acrescentados à coluna em 1864. O livro explicava a nomenclatura das eras. Azóico deriva do grego significando “ausência de vida”, pois essas rochas na maior parte são cristalinas. Paleozóico também deriva do grego, significando “vida antiga”. Mesozóico significa “vida média”, já que essas rochas eram consideradas como intermediárias. Cenozóico significa “vida recente”.

Como podemos ver, a coluna geológica não foi construída por evolucionistas, mas precipuamente por cristãos, crentes em um Deus criador de tipos deferentes de organismos ao longo de vastos períodos de tempo, e em uma seqüência, que se iniciava com as formas mais simples e progredia até chegar ao homem. Esse conceito, porém, foi logo adotado pelos evolucionistas, que confiantemente asseveraram prover ele a melhor das evidências de que toda a vida evoluiu gradualmente a partir de um ancestral comum. Essa assertiva é ainda feita hoje, não obstante o fato de jamais ter sido descoberta uma única série de transição inquestionável de fósseis alterando-se gradativamente de um tipo de organismo até outro tipo basicamente diferente.

Desde meados de 1800, à medida em que o resto do mundo foi sendo explorado, têm sido encontradas rochas contendo fósseis de todos os chamados períodos geológicos, sobrepostas às rochas do embasamento pré-cambriano. Em muitos locais as rochas de períodos mais antigos são encontradas sobrepostas normalmente a rochas de períodos mais recentes, sem qualquer evidência de movimentos orogênicos, como por exemplo, no Glacier National Park (Parque Nacional das Geleiras, nos Estados Unidos da América do Norte) onde 1500 metros de Pré-cambriano se sobrepõem ao Cretáceo ao longo de milhares de quilômetros quadrados.

Não obstante suas numerosas inconsistências, a coluna geológica permanece inabalável, por constituir um verdadeiro pilar sagrado. De fato, tem sido aceita como pedra fundamental de um sistema de crenças religiosas específicas. Como a História tem mostrado, ao entrar em cena religião, os pontos de vista se cristalizam, e não precisa ser a religião baseada na Bíblia, a inspirada e infalível palavra de Deus. Essa espécie de fé pode ser exatamente o contrário.

Mintz apresentou em sua obra “Historical Geology” um quadro esclarecedor da escala de tempo geológico. Observou ele que em meados de 1800, “a escala padrão de tempo geológico atingiu a forma hoje aceita na maior parte do mundo” (8). Essa moldura, entretanto, baseava-se em observações conduzidas em uma limitada área da Europa. Fundava-se na hipótese de que os períodos constituíam subdivisões naturais marcadas por movimentos orogênicos ascensionais que produziram rupturas e discordâncias no processo de sedimentação.

Quando os geólogos partiram para a exploração de outros continentes além da Europa, descobriram discordâncias maiores e começaram a introduzir novos períodos. Deles, somente dois lograram aceitação universal: o Pennylvaniano e o Mississippiano, como divisões dos leitos carboníferos do Cambriano. E mesmo essas denominações freqüentemente não são reconhecidas na Europa. Mintz destaca que os geólogos hoje entendem “que os períodos não constituem unidades naturais baseadas na ocorrência de eventos físicos, sendo, pelo contrário, unidades arbitrárias cujos limites são fixados por certos eventos na evolução da vida, tendo cessado a tendência de produzir novos períodos” (9).

Surge, assim, o fato de que os limites da coluna geológica são baseados na hipótese da evolução a partir de ancestrais comuns, embora ao ter sido originariamente elaborada a coluna geológica se baseasse na suposição dos criacionistas de que Deus criara os organismos vivos em certa ordem ao longo de extenso período de tempo. Depois que a maioria dos geólogos voltou-se para a crença na evolução, passaram a alegar que, durante os “hiatos” do registro, quando não foram depositados quaisquer fósseis, tiveram lugar tremendas alterações nos organismos vivos. Todos os novos órgãos e estruturas supostamente teriam vindo à existência somente durante esses períodos em que o fundo do mar foi trazido acima das águas. Foi assim postulado que o fundo do mar deveria ter-se deslocado para cima e para baixo numerosas vezes, como um elevador, com os milagres da criação evolutiva acontecendo somente quando o elevador se mantinha nos andares superiores.

Fica-se a pensar por que não se discute jamais na literatura científica o fato de que hoje virtualmente não existem fósseis sendo formados no fundo dos lagos, mares e oceanos. Exceto em casos extremamente raros ou especiais, como o crescimento de corais, nunca encontramos quantidades significativas de fósseis sendo formados no limo do fundo dos oceanos. Não obstante, as rochas sedimentares contêm espessos depósitos de fósseis praticamente solidificados - incontáveis bilhões perfeitamente preservados.

Há outra flagrante falácia nesse pretenso “elevador”, pois por que razão não há registro de uma única série de fósseis intermediários formando a ligação de transição entre quaisquer dois grupos basicamente distintos? A explicação usualmente oferecida é que o “elevador” estava sempre “em cima” quando estava tendo lugar a alteração de uma espécie em outra. Porém é inteiramente razoável supor que, quando o “elevador” estivesse “em cima”, as águas do oceano tivessem se deslocado para qualquer outro local, e portanto por que razão os organismos supostamente em evolução no sentido de algo basicamente distinto não deixaram quaisquer evidências fósseis em qualquer outro local sobre a superfície da Terra? Especialmente com relação à vida aquática, confinada às águas, deveria ter existido algures um “elevador” “em baixo”.


Continua...

(Obs: Como já explicado, as referências irão na última postagem do tema)