sexta-feira, 8 de junho de 2012

OS SEUS MAIORES BENS: AQUELES QUE O DINHEIRO NÃO COMPRA


Alguns anos atrás a empresa Mastercard veiculava uma propaganda onde basicamente dizia em suas imagens que certas coisas da vida não possuem preço algum, que não há como comprá-las, mas o restante se podia com o cartão de crédito dela.
Acredito que seja assim mesmo. Existem coisas que são tão especiais e únicas que não há como dar preço ou real valor a elas. Da mesma forma nas Escrituras encontramos algumas coisas que são tão pessoais e imensuravelmente importantes que não podem ser compradas com os recursos desta era.

O livre-arbítrio (Deuteronômio 30.19)
Penso que ainda não conseguimos compreender nem metade do significado da expressão livre-arbítrio. Raciocinamos ainda em termos adâmicos (no sentido da história do Éden) e talvez não tenhamos refletido no que esse gigantesco dom de Deus aos homens tem ou teve o poder de realizar.
Livre-arbítrio pode ser definido simplesmente como “escolha” e talvez seja por isso que o entendimento seja um pouco falho. Óbvio que a palavra escolha define bem e claramente o termo, contudo, necessitamos estar cientes de toda a dimensão na qual a palavra “escolha” envolve.
No texto escolhido para o tópico, Deus põe seu povo diante das maiores potências da vida (vida/morte – bênção/maldição) e lhes pede em conselho para fazerem as escolhas certas. Em outras palavras, a dimensão de nossas escolhas afeta toda a nossa vida, o passado, o presente e o futuro.
Quando recebemos a Cristo em nossa vida como Senhor e Salvador, colocamos o nosso livre-arbítrio (ou nossa escolha) em submissão a Ele. Isso não significa que não mais possuímos vontade própria, mas a colocamos sob a vontade dele para obtermos melhores benefícios, pois fazendo isso, reconhecemos que nossas escolhas nos fizeram mal até aqui como seres humanos (digo não todas as escolhas, apenas boa perte delas).
O livre-arbítrio em sua plenitude é algo que não tem preço, não se pode comprar algo assim. Ele pertence exclusivamente a você e nem Deus que o deu, lhe toma. Use-o para o seu pleno benefício e desenvolvimento pessoal e para o bem do próximo.

Liberdade (Gálatas 5.1)
Outra palavrinha carregada de significados e nunca plenamente compreendida pelos homens: liberdade. Também não me atreveria a dar a ela um significado diferente do que todos os antigos e recentes escritores, filósofos, sociólogos e teólogos já nos têm proporcionado.
Além de tudo o que temos à disposição sobre ela, devo apenas acrescentar em minha linha de análise que a liberdade, embora não seja o direito de fazer o que bem entender sem respeitar o limite do outro, é um bem inalienável do ser humano. É seu direito de nascença e de cidadão do mundo.
Ser livre é a coisa mais celebrada e desejada do mundo no qual vivemos, sem, contudo, desfrutar dela plenamente. O apóstolo Paulo escreve no texto acima que Cristo nos deu uma liberdade espiritual e que ela deve ser exercida na totalidade. Isto significa que ao menor sinal de abuso dela, devemos imediatamente nos mover na direção oposta.
Todavia, para Paulo, no texto mencionado, a liberdade vem somada a uma atitude de escolha. Ao entendermos o poder de nossas escolhas e os resultados aos quais elas nos levam, não podemos fazer a escolha de “vender” nossa liberdade por qualquer que seja a desculpa ou o argumento.
A liberdade em Cristo para um cristão é mais que um direito do ser humano, é uma conquista que nos foi dada gratuitamente pela graça e pelo próprio sacrifício de Jesus e atentar contra ela é aviltar o imenso amor que Deus nos mostrou nele.

Paz Interior (João 14.27)
As religiões, as filosofias de vida e a medicina alternativa têm oferecido às pessoas uma diversidade de ações e ritos particulares no intuito de fazer com que o indivíduo alcance a tão almejada paz interior.
Embora não despreze o valor simbólico e eventual que essas práticas podem ter, não me parece em nada com aquilo que Jesus Cristo oferece no texto de João. A enorme diferença entre essas “paz” e a de Cristo é que nas primeiras, a pessoa se esforça em grande maneira para adquiri-la, sem ao certo conhecer de fato o caminho com detalhes.
No caso da paz de Jesus, ele oferece a sua própria. Ou seja, o caminho está claramente definido diante de todos. Para receber a paz de Jesus (a própria paz que Cristo tinha) é necessário um relacionamento com ele. Ao nos relacionarmos com ele, a sua paz passa a ser uma realidade desfrutada por todos os que desejam.
Ainda que possa haver uma série de questões sobre Jesus e sua vida para muitos céticos, não há nenhum ser humano sério (ateu ou não) que duvide do elevado tipo de ser humano que foi Jesus. Ao aceitarmos esses fatos, podemos asseverar que a paz oferecida por ele vem com um alto grau de qualidade espiritual, emocional e psíquica.
Quando temos a paz interior, ela nos faz passar por todos os problemas da vida, pela demanda por resultados ainda não alcançados, pelas dores e tragédias e pelo tempo de espera por algo importante, com elevado índice de sucesso.
Receba a paz de Cristo Jesus, desfrute de relacionamento com ele e a paz interior que as pessoas tanto buscam e anseiam, estará continuamente na sua vida. Certamente esse é um produto para o qual não há preço que possa comprá-lo e não está sendo vendido em frascos.

Tempo (Gálatas 6.2 e Efésios 5.16)
Tenho escrito e falado algumas coisas sobre o tempo, mas quero utilizá-lo em outro conceito aqui. Faço referência ao tempo que não temos, ou seja, àquele tempo que não podemos comprar com dinheiro.
Todos têm um limite de vida e todos vão morrer um dia. Não importando o quanto a ciência biológica avance e nos dê mais anos, um fato ainda permanece hoje: ainda não somos imortais no corpo. Então, ao que estou me referindo quando digo tempo é: nós não poderemos comprar o tempo além dos limites de nosso tempo de vida.
Posto assim, precisamos valorizar o tempo de nossa vida mais adequadamente do que temos feito até aqui. Isto significa que preciso tomar providências para que meu tempo se prolongue ao máximo (mesmo que pareça contraditório para cristãos) e com vistas a ele ter significância a mim.
Ademais, devo tomar atitudes que colaborem para meu tempo nesta vida de forma benéfica a mim e aos meus. Deixar os hábitos que contribuem para acelerar minha morte, mudar meus hábitos alimentares e corporais, não aceitar em mim qualquer espécie de vício ou comportamento psicológico e social destrutivo e assim por diante.
E porque só tenho um limite de tempo neste corpo, devo torná-lo mais saudável e feliz. Como não vou poder comprar mais tempo e nem negociar com a morte naquele dia, precisarei viver de tal maneira que o tempo tenha valido à pena. O tempo que tenho é apenas meu, e também posso usar minhas escolhas de forma a encurtá-lo.

Vida Eterna (1 João 5.11-13 e 20)
Está aqui uma coisa extremamente difícil para a compreensão da mente humana. Às vezes, por não possuirmos capacidade para tanto, a consideramos de forma errada apenas como uma vida ininterrupta, mas chata e sem emoções.
Longe disso é a vida eterna. Imagine poder viver sem qualquer necessidade física, utilizando a sua capacidade mental ao máximo (beirando à divindade), usar o poder mental para qualquer coisa lícita, criar realidades inimagináveis, viver ao lado de anjos e tocá-los, não ter necessidade de mecanismos para se locomover a qualquer velocidade, não ter doenças, dores ou enfermidades, ser invulnerável, poder atravessar objetos e ao mesmo tempo tocá-los, não possuir necessidades emocionais e psicológicas – vou parar por aqui! – e de quebra, nunca morrer.
Isso lhe parece monótono? Isso lhe soa como uma vida chata? Se sim, você não a merece mesmo e não é digno(a) dela! Gostaria de lhe falar meus planos para a vida eterna, mas lhe soaria arrogante demais e você talvez nunca a imaginou assim, então...
A vida eterna é um presente de Deus para os que têm um real relacionamento e fé em Jesus Cristo e por isso, a maioria das pessoas não a compreendem. Porém, uma vez que ela foi dada aos que têm fé, não é mais tirada de nós. Passa a ser propriedade por herança nossa e não pode ser comprada por nenhum valor.

Consciência (Romanos 9.1)
A consciência é parte integrante das coisas pertencentes ao ser humano e que não podem ser compradas com valores monetários. Nossa consciência é o nosso “Grilo Falante”, é nossa voz interior que nos corrige e nos guia quando precisamos tomar decisões sérias e fazer escolhas difíceis.
Paulo ao escrever aos romanos neste capítulo o inicia dizendo que sua consciência estava fazendo coro com o Espírito de Deus naquilo que ele estava dizendo e eles. Isso é impressionante, pois Paulo diz que a sua consciência é diferente de sua mente que está escrevendo e diferente do Espírito de Deus que habitava nele.
A consciência é maior que a mente, pois esta, na maioria dos casos, apenas tem função mecânico-biológico e químico-funcional para os nossos órgãos e sistema físico. No caso da consciência, ela vai além desse funcionalismo biológico e nos dá senso de existência, direção, raciocínio lógico e inteligência emocional.
A ciência quando estuda o cérebro não encontra a nossa consciência. Apenas encontra as explosões neuronais e a maneira bioquímica dele funcionar. Ao analisarem o cérebro só podem nos conceber como seres somente químico-biológicos, reagindo a estímulos neurais. Mas isso está anos-luz de distância da consciência.
A consciência é algo nosso. Só nosso. Deus nos deu de presente e Ele mesmo a estabeleceu assim. Podemos utilizá-la dando ouvidos a ela ou não, mas ainda assim é algo que nos pertence. Isso não tem preço. Ouça-a!

Vida (Mateus 6.25)
Existem três palavras gregas para descrever a vida, mas em nosso português só há uma. A primeira palavra é “bios” (bioV), e significa no conceito grego, “viver a vida” ou “estilo de vida”. Não é somente a vida biológica como é conhecida pelos estudiosos, mas um estilo de vida ou um viver a vida que está em questão aqui.
A segunda palavra grega mais conhecida é “zoe” (zoh), com o significado mais comum de vida espiritual, vida eterna ou a vida como Deus a possui. Este tipo de vida nas Escrituras só pode ser alcançado ou recebido pela fé que a pessoa exerce em Jesus Cristo e, a partir deste ponto, o Espírito de Deus ou o Espírito da vida, passa a habitar a pessoa, gerando um novo ser espiritual, ou seja, um renascido, um regenerado, uma nova criatura.
A terceira palavra grega é “psiche” (yuch), é a origem das palavras “psique” e “alma”. Essa é palavra que está no texto de Mateus. A “alma” ou a “psique” para o texto bíblico é o âmago do ser humano, o seu centro, a sua fonte de vida e existência. Aquilo que é o “fôlego” da própria vida da pessoa, o seu “espírito”.
No sentido ao qual Jesus se refere no texto, a vida é mais valiosa que o próprio corpo e conseqüentemente do que o sustento e o vestuário. Portanto a vida é mais preciosa do que qualquer outra coisa na terra. Por isso, ao viver a nossa vida, damos a ela o devido valor que Deus lhe dá.
A vida é um bem inalienável do ser humano. Um ser humano pode até tirar a vida de outro, mas ainda assim, a vida só pertence ao seu dono em particular: a própria pessoa. Viver a sua vida de maneira satisfatória (mesmo com todas as mazelas dela) é honrar a Deus que a deu a todos nós e honrar a toda humanidade passada que viveu e morreu para chegarmos até aqui.
Existem coisas que não tem preço na sua existência, para todas as outras, você tem seu cartão de crédito! Pense nisso!






Por Carlos Kleber Carvalho
Comunidade Batista Bíblica Internacional

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