Sem
Conhecimento de Deus
1 Coríntios 15.33,34
“Não
vos enganeis: as más conversações corrompem os bons costumes.
Vigiai justamente e não pequeis; porque alguns ainda não têm o conhecimento de Deus; digo-o para vergonha vossa.”
Vigiai justamente e não pequeis; porque alguns ainda não têm o conhecimento de Deus; digo-o para vergonha vossa.”
Neste
pequeno trecho do penúltimo capítulo da primeira carta de Paulo aos coríntios,
ele encerra esta parte dizendo que alguns cristãos daquela comunidade ainda não
possuem o conhecimento adequado sobre Deus e isto se tornaria uma vergonha para
eles.
Se
fizermos o caminho inverso no pequeno texto que escolhi, veremos que essa
vergonha se dá por alguns básicos motivos que facilmente podem ser vistos e
percebidos na vida e no comportamento daqueles que estão sendo apontados por
Paulo como os que carregam essa marca.
Não
se iludam, o Cristianismo gerado por Jesus, pregado pelos apóstolos e por Paulo
é uma fé que molda e transforma o comportamento dos homens. O Cristianismo é
uma religião (não gosto de me referir a ele assim) de conversão (metanóia =
mudança de mente, de rota, de atitudes) muito mais que de palavras.
Em
nossa fé não há espaços para discursos vãos e palavras ocas de sentido, mas é
uma fé de compromisso sério com uma radical mudança na vida porque compreendemos
que éramos pecadores em rota direta para o inferno e com comportamentos
desagradáveis e reprovados por Deus e, ao nos converter, mudamos nossa rota e
comportamento. No texto, então, encontramos os motivos da vergonha:
Primeiro
– as más conversações corrompem os bons costumes
Isto
é próprio de quando não entendemos a nossa fé em Cristo. Achamos que não há
problemas em se manter amizades ímpias com aqueles que afrontam a Deus e a fé
em Jesus. Aqui preciso dizer duas coisas: 1) claro que não podemos deixar de
nos relacionar com as pessoas, mas essa relação é orientada agora por motivos
de evangelização, porque desejamos que eles sejam salvos como nós fomos. 2)
igualmente, o amor que temos pelo próximo nos mantém conectados a eles, mas
isso não significa que seremos influenciados por eles afim de mudar as regras
da santidade de Deus, para nos adaptar a um estilo de vida que abandonamos por
conhecer a Deus.
Segundo
– falta de sobriedade na vida
O
pecado se estabeleceu em nós justamente porque nos faltaram o bom senso e o
senso crítico para reconhecer o certo e o errado. Uma pessoa sóbria é
exatamente isso, alguém que não está embriagado. Todos sabem os efeitos da embriaguez,
falta de direção, sem discernimento do perigo ao qual se expõe e sujeito a todo
o tipo de violência de oportunistas, sem controle dos movimentos e a lista
aumenta. Paulo nos diz então, que uma pessoa que possui o conhecimento de Deus
não anda embriagada na vida como se fosse um bêbado que cambaleia pela rua, mas
anda em sobriedade, ou seja, com equilíbrio, com discernimento, com controle de
si e, por causa disto, o pecado se torna nulo em sua vida.
Vivemos
em constante tensão com o mundo. Ele mudou, mudou seus conceitos, mudou suas
relações, mudou seus modelos de família e de comportamentos aceitáveis, mudou e
muda constantemente suas regras de conduta como um mutante em contínua
transformação, mas sem, contudo, encontrar uma forma adequada para si mesmo. Esta
é nossa maior luta espiritual: saber até onde podemos ir em nosso contato com o
mundo e seu sistema.
“Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas convêm; todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas edificam.”
1
Coríntios 10:23
“Todas
as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas convêm. Todas as coisas me
são lícitas, mas eu não me deixarei dominar por nenhuma.”
1
Coríntios 6:12
Carlos Carvalho
Teólogo, Escritor e Pastor Sênior da Comunidade Batista Bíblica Internacional
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