Introdução Arqueológica
ao Estudo Bíblico
A porta para o mundo histórico do
Antigo Testamento fora aberta já em 1843 pelo francês Paul-Émile Botta. Em
escavações efetuadas em Khursabad, na Mesopotâmia, ele se encontrou
inesperadamente diante das imagens em relevo de Sargão II, o rei assírio que
despovoou Israel e conduziu seu povo em longas colunas. Os relatos das
campanhas desse soberano relacionam-se com a
conquista de Samaria, igualmente descrita na Bíblia.
Há cerca de um século, estudiosos
americanos, ingleses, franceses e alemães vêm fazendo escavações no Oriente
Próximo, na Mesopotâmia, na Palestina e no Egito. As grandes nações fundaram
institutos e escolas especializadas nesses trabalhos de pesquisa. Em 1869, foi
criado o Palestine-Exploration Fund; em 1892, a École Biblique dos dominicanos de
Saint-Étienne; seguindo-se, em 1898, a Deutsche Orientgesellschaft; em 1900, a
American School of Oriental Research; e em 1901, o Deutscher Evangelischer
Instituí für Altertumskunde.
Na Palestina, são descobertos
lugares e cidades muitas vezes mencionados na Bíblia. Apresentam-se exatamente
como a Bíblia os descreve e no lugar exato em que ela os situa. Em inscrições e
monumentos arquitetônicos primitivos, os pesquisadores encontram cada vez mais
personagens do Velho e do Novo Testamento. Relevos contemporâneos mostram imagens
de povos de que só tínhamos conhecimento de nome. Seus traços fisionômicos,
seus trajes, suas armas adquirem forma para a posteridade.
Esculturas e imagens gigantescas
mostram os hititas de grosso nariz, os altos e esbeltos filisteus, os elegantes
príncipes cananeus, com seus “carros de ferro”, tão temidos por Israel, os
pacíficos e sorridentes reis de Mari — contemporâneos de Abraão. Através dos
milênios, os reis assírios não perderam nada de seu semblante altivo e feroz: Teglath Phalasar III, famoso no Velho Testamento
com o nome de Fui Senaquerib, que destruiu Lakish e sitiou
Jerusalém, Asaradão, que mandou pôr a ferros o Rei Manassés, e
Assurbanipal, o “grande e famoso Asnafar” do livro de Esdras.
Como fizeram com Nínive e Nemrod
— a antiga Cale —, como fizeram com Assur e Tebas, que os profetas
chamavam No-Amon, os pesquisadores despertaram do sono do passado a
famosa Babel da Bíblia, com sua torre fabulosa. Os arqueólogos
encontraram no delta do Nilo as cidades de Pitom e Ramsés, onde
Israel sofreu odiosa escravidão, descobriram as camadas de fogo e destruição
que acompanharam a marcha dos filhos de
Israel na conquista de Canaã, e
em Gabaon a fortaleza de Saul, sobre cujos muros o jovem Davi cantou
para ele ao som da harpa; em Magedo descobriram uma cavalariça
gigantesca do Rei Salomão, que tinha doze mil soldados a cavalo.
Werner Keller (1909 – 1980). Extraído
de “E a Bíblia tinha razão” (E-book em Pdf)
Alemão, Escritor, Jornalista, Engenheiro mecânico, Médico e Doutor em
Direito.
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