sexta-feira, 23 de agosto de 2013


Introdução Arqueológica ao Estudo Bíblico

A porta para o mundo histórico do Antigo Testamento fora aberta já em 1843 pelo francês Paul-Émile Botta. Em escavações efetuadas em Khursabad, na Mesopotâmia, ele se encontrou inesperadamente diante das imagens em relevo de Sargão II, o rei assírio que despovoou Israel e conduziu seu povo em longas colunas. Os relatos das campanhas desse soberano relacionam-se com a conquista de Samaria, igualmente descrita na Bíblia.

Há cerca de um século, estudiosos americanos, ingleses, franceses e alemães vêm fazendo escavações no Oriente Próximo, na Mesopotâmia, na Palestina e no Egito. As grandes nações fundaram institutos e escolas especializadas nesses trabalhos de pesquisa. Em 1869, foi criado o Palestine-Exploration Fund; em 1892, a École Biblique dos dominicanos de Saint-Étienne; seguindo-se, em 1898, a Deutsche Orientgesellschaft; em 1900, a American School of Oriental Research; e em 1901, o Deutscher Evangelischer Instituí für Altertumskunde.

Na Palestina, são descobertos lugares e cidades muitas vezes mencionados na Bíblia. Apresentam-se exatamente como a Bíblia os descreve e no lugar exato em que ela os situa. Em inscrições e monumentos arquitetônicos primitivos, os pesquisadores encontram cada vez mais personagens do Velho e do Novo Testamento. Relevos contemporâneos mostram imagens de povos de que só tínhamos conhecimento de nome. Seus traços fisionômicos, seus trajes, suas armas adquirem forma para a posteridade.

Esculturas e imagens gigantescas mostram os hititas de grosso nariz, os altos e esbeltos filisteus, os elegantes príncipes cananeus, com seus “carros de ferro”, tão temidos por Israel, os pacíficos e sorridentes reis de Mari — contemporâneos de Abraão. Através dos milênios, os reis assírios não perderam nada de seu semblante altivo e feroz: Teglath  Phalasar III, famoso no Velho Testamento com o nome de Fui Senaquerib, que destruiu Lakish e sitiou Jerusalém, Asaradão, que mandou pôr a ferros o Rei Manassés, e Assurbanipal, o “grande e famoso Asnafar” do livro de Esdras.

Como fizeram com Nínive e Nemrod — a antiga Cale —, como fizeram com Assur e Tebas, que os profetas chamavam No-Amon, os pesquisadores despertaram do sono do passado a famosa Babel da Bíblia, com sua torre fabulosa. Os arqueólogos encontraram no delta do Nilo as cidades de Pitom e Ramsés, onde Israel sofreu odiosa escravidão, descobriram as camadas de fogo e destruição que acompanharam a marcha dos filhos de
Israel na conquista de Canaã, e em Gabaon a fortaleza de Saul, sobre cujos muros o jovem Davi cantou para ele ao som da harpa; em Magedo descobriram uma cavalariça gigantesca do Rei Salomão, que tinha doze mil soldados a cavalo.

Werner Keller (1909 – 1980).  Extraído de “E a Bíblia tinha razão” (E-book em Pdf)

Alemão, Escritor, Jornalista, Engenheiro mecânico, Médico e Doutor em Direito.

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