quinta-feira, 28 de maio de 2015

PERGUNTAS FREQUENTES SOBRE O DILÚVIO


PERGUNTAS FREQUENTES SOBRE O DILÚVIO
Jim Gibson
Geoscience Research Institute

1. De onde veio e para onde foi a água do dilúvio?

Os oceanos contêm água suficiente para cobrir a Terra. Se a superfície da Terra fosse perfeitamente plana, sem montanhas ou bacias oceânicas, ela seria coberta por uma camada de água com 3 km de profundidade (1). Há água suficiente para inundar a Terra. Antes do dilúvio, certa quantidade de água estava provavelmente nos mares, certa quantidade na atmosfera e uma quantidade desconhecida de água poderia ser subterrânea. A maior parte da água está agora em bacias oceânicas. É possível que mais água tenha sido acrescentada durante o dilúvio pela colisão de um ou mais cometas, que podem ser compostos em grande parte de água.

2. Como o dilúvio pôde encobrir o Monte Everest?

Durante o dilúvio, a área onde está agora o Monte Everest era uma bacia na qual sedimentos estavam se acumulando. Isto é mostrado pela presença de fósseis marinhos no Monte Everest (2). Após o soterramento dos fósseis, atividades catastróficas elevaram os sedimentos a uma altura bem acima de sua posição anterior, formando as montanhas do Himalaia. A maioria das montanhas atuais pode ter se formado de maneira semelhante, durante o dilúvio ou logo após.

3. Como a Terra poderia ser destruída por 40 dias e 40 noites de chuva?

O dilúvio não consistiu apenas de 40 dias de chuva. As águas do dilúvio aparentemente não começaram a diminuir antes de 150 dias (Gênesis 7:24). Outros 150 dias se passaram antes que a arca pousasse (Gênesis 8:3, 4). Dez meses de inundação contínua provavelmente seriam capazes de produzir grandes mudanças geológicas na superfície da Terra. Em regiões mais distantes do ponto em que a arca pousou, o dilúvio pode ter durado bem mais do que um ano.
A água não foi o único agente envolvido na catástrofe mundial. As camadas fósseis contêm mais de 100 crateras formadas por impactos de objetos extraterrestres tais como asteróides, meteoritos e cometas (3). A crosta terrestre passou por grandes modificações durante o dilúvio. Sem dúvida, a chuva teve um papel importante, mas houve muito mais do que chuva na catástrofe conhecida como o dilúvio.

4. Como sabemos que o dilúvio foi mundial? Ele não poderia ter sido restrito a algum lugar do Oriente Médio?

Jesus usou o dilúvio como um exemplo do julgamento universal (Mateus 24:37-38). Pedro confirma que apenas oito pessoas foram salvas (II Pedro 2:5).

As expressões do texto de Gênesis parecem inconsistentes com um dilúvio local (4). A linguagem é o mais universal possível: "... e cobriram todos os altos montes que havia debaixo do céu;" Gênesis 7:19. Se a água cobriu os altos montes, iria também cobrir as regiões mais baixas. Como o propósito de Deus era destruir todos os seres humanos (Gênesis 6:7), o dilúvio deveria necessariamente ter se estendido pelo menos a todas regiões habitadas por seres humanos. Além do mais, Deus prometeu que nunca mais ocorreria outro dilúvio como aquele (Gênesis 9:11, Isaías 54:9), como simbolizado pelo arco-íris (Gênesis 9:13-17). Tem havido muitas inundações locais bastante destrutivas, que literalmente varreram muitas pessoas. O arco-íris é visto em todo mundo, indicando que a promessa se aplica a todo mundo. O dilúvio do Gênesis deve ter envolvido um nível de atividade diferente de qualquer coisa vista desde então.

Se o dilúvio foi local, a história bíblica do dilúvio não faz sentido. Não haveria necessidade de uma arca para salvar Noé e seus animais. Noé poderia ter migrado com seus animais para outra região para evitar o dilúvio local.

Alguns têm afirmado que a presença de uma camada de barro em algumas partes do vale da Mesopotâmia é uma evidência de um dilúvio local. Entretanto, esta camada de barro é encontrada apenas em algumas das cidades. Sem dúvida, a região foi inundada alguma vez, mas isto não tem nada a ver com o dilúvio dos tempos de Noé relatado em Gênesis.

5. Que problemas não resolvidos sobre o dilúvio são de maior preocupação?

Como um evento catastrófico conseguiu produzir a seqüência ordenada de fósseis que é observada? Por que os fósseis na parte inferior da coluna geológica parecem tão diferentes de qualquer coisa viva atualmente, enquanto os fósseis na parte superior da coluna são mais semelhantes às espécies que vivem agora? Por que alguns fósseis se apresentam numa série morfológica que se ajusta, de um modo geral, com a teoria da evolução? Como as plantas e animais chegaram ao local onde agora estão após o dilúvio?


C. K. Carvalho
Pesquisador Autônomo


Notas para as perguntas sobre o dilúvio

1. Dubach H. W., Taber R. W. 1968. Questions about the oceans. Publication G13. Washington DC: U.S. Naval Oceanographic Office, p 35.
2. Odell N. E. 1967. The highest fossils in the world. Geological Magazine 104(1):73-74.
3. (a) Grieve R. A .F. 1987. Terrestrial impact structures. Annual Review of Earth and Planetary Sciences 15:245-270; (b) Grieve R. A .F. 1990. Impact cratering on the Earth. Scientific American 262(4):66-73; (c) Lewis F. S. 1996. Rain of iron and ice. NY: Helix Books, Addison-Wesley Publishing; (d) Gibson L. J. 1990. A catastrophe with an impact. Origins 17:38-47.
4. (a) Hasel G. F. 1975. The biblical view of the extent of the flood. Origins 2:77-95; (b) Hasel G. F. 1978. Some issues regarding the nature and universality of the Genesis flood narrative. Origins 5:83-98; (c) Davidson R. M. 1995. Biblical evidence for the universality of the Genesis Flood. Origins 22:58-73.


quarta-feira, 27 de maio de 2015

Perguntas Frequentes Sobre a Origem da Vida


PERGUNTAS FREQUENTES SOBRE A ORIGEM DA VIDA

Jim Gibson
Ciências das Origens, n.2, 2002
Geoscience Research Institute


1. Os cientistas criaram vida?
Os cientistas têm produzido alguns dos compostos químicos mais simples das células vivas, mas não podem combiná-los para produzir uma célula viva. A tecnologia para fazer isto não está disponível e provavelmente nunca estará. Os cientistas não conseguem nem mesmo reviver uma célula morta, embora esta ainda contenha os sistemas e substâncias químicas necessárias.

2. A vida poderia ter-se iniciado por acaso em uma "sopa primordial"?
Não. A vida depende de muitas condições não naturais. Estas incluem a produção de proteínas e ácidos nucléicos, que não são produzidos na ausência da vida. A vida é baseada em sistemas químicos em desequilíbrio termodinâmico, mas as reações químicas na natureza buscam espontaneamente o equilíbrio. Além disto, não há evidência geológica de que tenha havido uma "sopa primordial" em alguma época (1).

3. O que pode ser dito sobre os relatórios recentes de vida em Marte?
Não foi encontrada vida em Marte. Os relatórios de possível vida em Marte são baseados em certos minerais encontrados em um meteorito achado na Antártica (2). Acredita-se que o meteorito tenha vindo de Marte, e que os minerais possivelmente se formaram pela ação de bactérias enquanto a rocha ainda estava em Marte. Esta explicação requer que bactérias semelhantes às da Terra estivessem presentes em Marte, produzindo minerais no interior desta rocha.
Então, um asteróide ou objeto similar atingiu Marte com força suficiente para lançar a rocha no espaço, por onde ela vagou durante algum tempo. Finalmente, a rocha encontrou a Terra, passou através da atmosfera e caiu na Antártica, onde foi encontrada por uma equipe que anualmente procura meteoritos. Provavelmente, a maioria dos cientistas são céticos quanto às declarações de que os minerais foram produzidos por organismos viventes (3). A NASA desqualificou a rocha como fóssil. A busca por evidências de vida em Marte continua.
Seria pouco provável que qualquer organismo vivo pudesse sobreviver a tal viagem, e não mais se tem afirmado que a rocha contenha algum fóssil de bactéria.
O ceticismo (4) inicial sobre essas afirmativas parece ter sido justificado por um registro de que a maioria das moléculas orgânicas se originou de contaminação com material da Terra.

4. Como o desenvolvimento de Teorias do Caos e da Complexidade tem afetado nossa compreensão sobre o problema da origem da vida?
Estas teorias não produziram nenhuma mudança radical. A teoria da complexidade tem gerado muita discussão e especulação que não mudaram a natureza do problema. A maioria dos trabalhos tem sido feita com programas de computador, que não revelam nada sobre as origens de proteínas, ácidos nucléicos ou células vivas (5).

5. Avalie a teoria de que a vida se iniciou sobre superfícies minerais ou de argila no oceano, talvez em torno de fontes hidrotermais.
Várias conjecturas têm sido propostas em relação ao desenvolvimento da vida sobre argila ou superfícies minerais. Entretanto, estas não têm nenhum apoio empírico e não há nenhuma evidência experimental significativa para avaliar (6). As fontes hidrotermais apresentam um sério problema para estas teorias, porque a água que sai delas é esterilizada, destruindo qualquer vida que possa estar presente (7). A maioria dos compostos químicos necessários para a vida são muito sensíveis ao calor.

6. Que problemas não resolvidos sobre a origem da vida são de maior preocupação?
Os dados científicos a respeito da origem da vida são consistentes com a teoria criacionista. Naturalmente, todos os estudiosos da natureza gostariam de saber mais sobre como a vida funciona.


C. K. Carvalho
Pesquisador Autônomo



Notas para as perguntas sobre a origem da vida

1. (a) Javor G. T. 1987. Origin of life: a look at late 20th-century thinking. Origins 14:7-20; (b) Thaxton C. B., Bradley W. L.., Olsen R. L.. 1984. The mystery of life origin: Reassessing current theories. NY: Philosophical Library.

2. McKay D. S., et al. 1996. Search for past life on Mars: possible relic biogenic activity in Martian meteorite ALH84001. Science 273:924-930.

3. Ver: (a) Bradley J. P., Harvey R. P., MSween H. Y. 1997. No "nanofossils" in martian meteorite. Nature 390:454; (b) Kerr R. A. 1997. Martian "microbes" cover their tracks. Science 276:30-31; (c) Yockey H. P. 1997. Life on Mars? Did it come from Earth? Origins and Design 18(1):10-15.

4. Jull A. J. T., Courtney C., Jeffrey D. A., Beck J. W. 1998. Isotopic evidence for a terrestrial source of organic compounds found in Martian meteorites Allan Hills 84001 and Elephant Moraine 79001. Science 279:366-369. Kerr R. A. 1998. Requiem for life on Mars? Support for microbes fades. Science 282:1398-1400.

5. Ver Horgan J. 1995. From complexity to perplexity. Scientific American 272(1):104-109.

6. Ver Javor G. T. 1989. A new attempt to understand the origin of life: the theory of surface-metabolism. Origins 16:40-44.
11

7. Miller S. L., Bada J. L. 1988. Submarine hot springs and the origin of life. Nature 334:609-611. Moulton, V. et al. 2000. RNA folding argues against a hot-star origin of life. Journal of Molecular Evolution 51:416-421.


quinta-feira, 7 de maio de 2015

O QUE FAZ O UNIVERSO PARECER TÃO ESPETACULAR?


O QUE FAZ O UNIVERSO PARECER TÃO ESPETACULAR?

L. James Gibson.
Diretor do Geocience Research Institute (GRI) de Loma Linda, Califórnia.

Provavelmente a maioria de nós admite como um fato nossa existência e a do universo. Logicamente é esse um fato conhecido. Porém, alguns cientistas têm perguntado por que existe um universo, e não simplesmente nada? A nossa própria existência é algo surpreendente? As tentativas de responder a estas perguntas têm revelado algumas coisas espetaculares acerca do universo.

Um fato notável acerca do nosso universo é que ele tem propriedades matemáticas. Muitas leis naturais podem expressar-se mediante fórmulas e equações matemáticas. Isto é surpreendente? A resposta depende se crermos que a nossa origem foi por acaso, ou que fomos criados com propósito. Se fosse por acaso, por que o universo teria qualidades matemáticas? Não deveria ele ser mais caótico e imprevisível? Mesmo um cientista cético reconhece que um universo matemático sugere fortemente a existência de uma Inteligência em sua origem.

Têm aparecido outros fatos surpreendentes à medida em que os homens de ciência puderam sondar mais profundamente os mistérios do universo. Evidências de aparente acaso observadas em níveis intranucleares têm estimulado perguntas sobre a possibilidade do acaso na origem do universo. Entretanto, a existência do universo parece depender de valores altamente precisos descobertos nas características da matéria e da energia.

Se o equilíbrio for perturbado ...

Considere-se, por exemplo, a força eletrostática, uma força tão familiar, relacionada com a fagulha elétrica que às vezes é produzida ao tocarmos algo metálico como a maçaneta da porta em dias secos. Esta força repele partículas elétricas de cargas iguais e atrai as de carga oposta. Também nos átomos atrai os elétrons (de carga negativa) em direção ao núcleo (de carga positiva) e tende a fazer com que no núcleo os prótons se afastem mutuamente.

A repulsão dos prótons do núcleo atômico pela força eletrostática é equilibrada por uma força de atração, conhecida como força nuclear forte. A força eletrostática e a força nuclear forte estão equilibradas com tal precisão que os prótons podem manter-se unidos para formar o núcleo de diversos tipos de átomos. Se a força eletrostática fosse um pouco menor que a força nuclear forte, os prótons se agrupariam no núcleo formando grupos maiores, e não haveria hidrogênio, e, portanto, não haveria água, nem vida. Se a força eletrostática fosse um pouco maior em comparação com a força nuclear forte, os prótons não se agrupariam; não haveria oxigênio e, portanto, nem água, nem vida. Desbalanceando o equilíbrio entre estas duas forças, nossa existência seria impossível.

Para complicar mais estes fatos, existem forças adicionais, bem como constantes físicas, que também afetam os átomos, e cujos valores também devem estar ajustados com precisão para que o universo funcione ordenadamente. Alguns cientistas têm manifestado admiração diante deste delicado ajuste que mantém o universo.

Podemos observar evidências de planejamento inteligente não só na estrutura do universo como, na verdade, no seu próprio funcionamento. A delicada precisão evidente no universo – seu tamanho e ordenamento, os detalhes dos átomos e os “quanta” de energia – revela as atividades de uma Mente supremamente inteligente e infinitamente poderosa. Não deve nos surpreender o fato de essa Mente ter profundo interesse em tudo quanto tenha criado.

Fonte
Ciência das Origens

Jan-Abr/ 2002

sexta-feira, 1 de maio de 2015

AS IMPERFEIÇÕES DO REGISTRO FÓSSIL



AS IMPERFEIÇÕES DO REGISTRO FÓSSIL
Raúl Esperante

Darwin e Wallace contribuíram para a aceitação da teoria da evolução pela seleção natural em meados do século XIX baseando sua argumentação principalmente em exemplos específicos tirados da fauna e flora, da ecologia de alguns ecossistemas que eles investigaram, e do comportamento animal observado nesses ecossistemas. No livro “A Origem das Espécies”, Darwin (1859) só dedica dois dos quinze capítulos do livro para falar do registro fóssil e sua relevância no marco da nova teoria que ele estava propondo. O registro fóssil era um problema real para uma teoria que tratava de estabelecer que as espécies têm surgido através de lentas e graduais variações cumulativas ao longo de milhares de anos de vida sobre a Terra. Se isto fosse assim, deveríamos poder observar essas variações nos fósseis também.

Em meados do século XIX já se conhecia uma considerável quantidade de registro fóssil presente nas rochas sedimentares. Um número considerável de fósseis havia sido descoberto em muitos lugares (especialmente Europa) e uns poucos cientistas, a maioria dos quais eram amadores, haviam se dedicado ou se dedicavam ao estudo destas formas antigas de vida. As exibições e acervos dos mais importantes museus da Europa apresentavam já um significativo número de rochas, que mostravam uma ampla diversidade de organismos do passado, os quais representavam a fauna e a flora marinha e terrestre das diferentes épocas geológicas aceitas então. Apesar desta riqueza de achados, os fósseis com traços evolutivos intermediários (ou de transição) eram virtualmente inexistentes, o que era nas palavras de Darwin, “a objeção mais grave que se tem apresentado contra a teoria”.

Darwin utilizou uma dupla argumentação para contornar o problema. Por um lado, era óbvio que se tinham escavado poucos lugares, e que muito ficava por descobrir (Darwin apontou como mesquinhas as coleções paleontológicas dos museus). O crescente número de estudos, especialmente em locais onde não tinham sido realizadas observações detalhadas, proporcionaria as evidências necessárias para confirmar a sua teoria. Naquela época, “Tão somente uma pequena parte da superfície da Terra havia sido explorada geologicamente, e em nenhum lugar com o cuidado suficiente.” Por outro lado, Darwin alegava que o registro geológico era extremamente imperfeito e incompleto.

Nem todos os organismos têm a probabilidade de converter-se em fósseis, devido a não terem partes duras (conchas, ossos, etc.). “Nenhum organismo completamente mole pode conservar-se; as conchas e os ossos se decompõem e desaparecem quando ficam no fundo do mar, onde não se acumula sedimento”, detalhava o autor. Apesar disto ter sido demonstrado não ser estritamente verdadeiro, é certo, sim, que o registro fóssil está salpicado daqueles organismos que possuem partes duras e que viveram (ou morreram) em lugares onde houve abundante acúmulo de sedimentos (Benton et. al. 2000).

Desde a publicação do livro de Darwin numerosos estudos têm contribuído para reafirmar a validade do registro fóssil como suficientemente completo e adequado para o estudo das comunidades antigas (Benton et. al. 2000, Donovan 2003, Foote and Raup 1996, Foote and Sepkoski 1999, Paul 1998). O estudo mais recente foi o levado a cabo por Donovan (2003), acerca dos ouriços do Mar das Antilhas em sedimentos do Quaternário (Pleistoceno e Recente), onde se tem encontrado uma grande correspondência entre os ouriços equinóides modernos e aqueles do registro fóssil do Pleistoceno. Em outras palavras, existe um elevado grau de semelhança entre os ouriços fósseis do Pleistoceno das ilhas do Caribe e os que vivem na costa das mesmas ilhas. Isto indica que o registro fóssil é adequado para extrair conclusões confiáveis acerca das comunidades antigas.

Vários estudos cladísticos e estatísticos sugerem que o registro fóssil não diminui em qualidade com o tempo, apesar de se supor que a atividade geológica destrói as rochas antigas e os fósseis que elas contêm. (Benton et el. 200). Quer dizer que o registro fóssil parece conter uma representação confiável do que realmente existia no ecossistema determinado, com a importante exceção dos organismos de corpo mole. A respeito deste ponto é importante distinguir entre “ser incompleto” e “ser adequado” (Benton et. Al. 2000). O registro fóssil é incompleto, especialmente em suas camadas inferiores, porém pode ser considerado como adequado para o estudo das formas de vida do passado.

Qual conclusão mais lógica que o registro fóssil nos fornece depois desta leitura? O registro fóssil é real, consistente com realidades do passado que ela apresenta, serve como fonte de estudo do ecossistema que ali existia, mas nada nos diz sobre o maior problema do evolucionismo que é a prova cabal das espécies de transição. Por mais fervoroso defensor da evolução que um cientista sério possa ser, ele jamais contou nem ainda pode contar com a demonstração concreta das evidências que sua teoria propõe. Isso põe um obstáculo intransponível até esta data para a teoria da evolução.


C. K. Carvalho
Pesquisador autônomo


REFERÊNCIAS

Benton M. J., Wills M.A., Hitchin R. 2000. Quality of the Fossil Record Through Time. Nature 403:534-537.
Donovan S. K. 2003. Completeness of a fossil record: the Pleistocene echinoids of the Antilles. Lethaia 36:1-7.
Foote M. Raup D. M. 1996. Fossil Preservation and the stratigraphic ranges of taxa. Paleobiology 22:121-140.
Foote M., Sepkoski J.J. 1999. Absolute measure of the completeness of the fossil record. Nature 398:415-417.
Paul C. R. C. 1998. Adequacy, completeness and the fossil record. In Paul C.R.C., editor, The Adequacy of the Fossil Record. N.Y.: John Wiley and Sons, p. 1-22.