Jim Gibson
Geoscience Research Institute
1. De onde veio e para onde foi a água do dilúvio?
Os oceanos contêm água suficiente para cobrir a Terra. Se a
superfície da Terra fosse perfeitamente plana, sem montanhas ou bacias
oceânicas, ela seria coberta por uma camada de água com 3 km de profundidade (1).
Há água suficiente para inundar a Terra. Antes do dilúvio, certa quantidade de
água estava provavelmente nos mares, certa quantidade na atmosfera e uma
quantidade desconhecida de água poderia ser subterrânea. A maior parte da água
está agora em bacias oceânicas. É possível que mais água tenha sido
acrescentada durante o dilúvio pela colisão de um ou mais cometas, que podem
ser compostos em grande parte de água.
2. Como o dilúvio pôde encobrir o Monte Everest?
Durante o dilúvio, a área onde está agora o Monte Everest
era uma bacia na qual sedimentos estavam se acumulando. Isto é mostrado pela
presença de fósseis marinhos no Monte Everest (2). Após o
soterramento dos fósseis, atividades catastróficas elevaram os sedimentos a uma
altura bem acima de sua posição anterior, formando as montanhas do Himalaia. A
maioria das montanhas atuais pode ter se formado de maneira semelhante, durante
o dilúvio ou logo após.
3. Como a Terra poderia ser destruída por 40 dias e 40
noites de chuva?
O dilúvio não consistiu apenas de 40 dias de chuva. As águas
do dilúvio aparentemente não começaram a diminuir antes de 150 dias (Gênesis
7:24). Outros 150 dias se passaram antes que a arca pousasse (Gênesis 8:3, 4).
Dez meses de inundação contínua provavelmente seriam capazes de produzir
grandes mudanças geológicas na superfície da Terra. Em regiões mais distantes
do ponto em que a arca pousou, o dilúvio pode ter durado bem mais do que um
ano.
A água não foi o único agente envolvido na catástrofe
mundial. As camadas fósseis contêm mais de 100 crateras formadas por impactos
de objetos extraterrestres tais como asteróides, meteoritos e cometas (3).
A crosta terrestre passou por grandes modificações durante o dilúvio. Sem
dúvida, a chuva teve um papel importante, mas houve muito mais do que chuva na
catástrofe conhecida como o dilúvio.
4. Como sabemos que o dilúvio foi mundial? Ele não
poderia ter sido restrito a algum lugar do Oriente Médio?
Jesus usou o dilúvio como um exemplo do julgamento universal
(Mateus 24:37-38). Pedro confirma que apenas oito pessoas foram salvas (II
Pedro 2:5).
As expressões do texto de Gênesis parecem inconsistentes com
um dilúvio local (4). A linguagem é o mais universal possível:
"... e cobriram todos os altos montes que havia debaixo do céu;"
Gênesis 7:19. Se a água cobriu os altos montes, iria também cobrir as regiões
mais baixas. Como o propósito de Deus era destruir todos os seres humanos
(Gênesis 6:7), o dilúvio deveria necessariamente ter se estendido pelo menos a
todas regiões habitadas por seres humanos. Além do mais, Deus prometeu que
nunca mais ocorreria outro dilúvio como aquele (Gênesis 9:11, Isaías 54:9),
como simbolizado pelo arco-íris (Gênesis 9:13-17). Tem havido muitas inundações
locais bastante destrutivas, que literalmente varreram muitas pessoas. O
arco-íris é visto em todo mundo, indicando que a promessa se aplica a todo
mundo. O dilúvio do Gênesis deve ter envolvido um nível de atividade diferente
de qualquer coisa vista desde então.
Se o dilúvio foi local, a história bíblica do dilúvio não
faz sentido. Não haveria necessidade de uma arca para salvar Noé e seus
animais. Noé poderia ter migrado com seus animais para outra região para evitar
o dilúvio local.
Alguns têm afirmado que a presença de uma camada de barro em
algumas partes do vale da Mesopotâmia é uma evidência de um dilúvio local.
Entretanto, esta camada de barro é encontrada apenas em algumas das cidades.
Sem dúvida, a região foi inundada alguma vez, mas isto não tem nada a ver com o
dilúvio dos tempos de Noé relatado em Gênesis.
5. Que problemas não resolvidos sobre o dilúvio são de
maior preocupação?
Como um evento catastrófico conseguiu produzir a seqüência
ordenada de fósseis que é observada? Por que os fósseis na parte inferior da
coluna geológica parecem tão diferentes de qualquer coisa viva atualmente,
enquanto os fósseis na parte superior da coluna são mais semelhantes às
espécies que vivem agora? Por que alguns fósseis se apresentam numa série morfológica
que se ajusta, de um modo geral, com a teoria da evolução? Como as plantas e
animais chegaram ao local onde agora estão após o dilúvio?
C. K. Carvalho
Pesquisador Autônomo
Notas para as perguntas sobre o dilúvio
1. Dubach H.
W., Taber R. W. 1968. Questions about the oceans. Publication G13. Washington
DC: U.S. Naval Oceanographic Office, p 35.
2. Odell N.
E. 1967. The highest fossils in the world. Geological Magazine 104(1):73-74.
3. (a)
Grieve R. A .F. 1987. Terrestrial impact structures. Annual Review of Earth and
Planetary Sciences 15:245-270; (b) Grieve R. A .F. 1990. Impact cratering on
the Earth. Scientific American 262(4):66-73; (c) Lewis F. S. 1996. Rain of iron
and ice. NY: Helix Books, Addison-Wesley Publishing; (d) Gibson L. J. 1990. A
catastrophe with an impact. Origins 17:38-47.
4. (a) Hasel
G. F. 1975. The biblical view of the extent of the flood. Origins 2:77-95; (b)
Hasel G. F. 1978. Some issues regarding the nature and universality of the
Genesis flood narrative. Origins 5:83-98; (c) Davidson R. M. 1995. Biblical
evidence for the universality of the Genesis Flood. Origins 22:58-73.
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