O estranho fóssil de
baleia: evidência do dilúvio universal?
Figure 1. Artist’s conception of the whale ‘on its
tail’ at Lompoc, according to Ackerman
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A fossilização é um evento raro e, para tanto, deve haver
soterramento de forma rápida, antes que o animal morto comece a apodrecer, a se
decompor ou a ser consumido no ambiente – devido a animais carniceiros, a
microorganismos, à ação da chuva e do sol, etc. Em abril de 1976, foram
encontrados os restos fósseis de uma baleia de cerca de 25 metros no interior
de um depósito de diatomáceas (esqueletos minúsculos de algas unicelulares), na
mina Miguelito, em Lompoc, Califórnia, EUA. Infelizmente, naquele mesmo ano, o
fóssil ainda não tinha sido completamente desenterrado quando o artigo
descrevendo o achado foi publicado.[1] Mas ao longo do período de escavação a
equipe do Museu de História Natural de Los Angeles teve uma surpresa em relação
à posição em que o fóssil da baleia se encontrava.
O fóssil estava na posição vertical, apoiado sobre a cauda,
ultrapassando vários estratos geológicos. Como poderia esse fóssil de
baleia ter mantido sua posição e integridade ao longo de centenas de milhares
de anos, sendo enterrado gradual e lentamente milímetro após
milímetro? Uma investigação no local, a partir de uma perspectiva
atualista, revelou que a unidade de diatomito (rocha porosa e absorvente) que
enterrou a baleia também estava inclinada no mesmo ângulo, portanto, a baleia
deve ter sido enterrada no diatomito quando ambas estavam na posição
horizontal, e mais tarde os movimentos de terra foram elevando-as e
inclinando-as em sua orientação atual.
Portanto, a explicação atualista é a de que houve um
deslizamento de terra submarino durante um dos inúmeros terremotos da
Califórnia e o conjunto rochoso se deslocou e soterrou o animal, porém, o
que o atualismo não explica satisfatoriamente é a sedimentação que teria de ser
muito rápida para poder preservar cada osso da baleia em sua posição original,
sem qualquer deslocamento com relação à sua orientação.[2] O modelo
criacionista prevê um enterro catastrófico e, também, uma rápida deposição das
camadas de sedimentos, sepultando as diatomáceas; isso somente ocorreria por
meio de um enorme episódio catastrófico: um dilúvio universal.[3]
De fato, para ser evitada a dispersão dos ossos, o
soterramento deve ter ocorrido no máximo em três anos. Parece que as correntes
marinhas teriam acumulado enormes quantidades desses seres (isto é, de
diatomáceas) para formar o que alguns chamaram de “um purê de organismos”.
Aliás, se esse diatomito foi depositado gradualmente, como reivindicado por
geólogos atualistas, o diatomito não seria puro, como ele é. Ademais, a taxa de
deposição lenta resultaria em corrosão e eliminação dos ossos da baleia, porque
a caixa torácica, por exemplo, teria ficado aguardando sepultamento por
eras.
Se não bastasse, a deposição Lompoc não apresentou moradores
de fundo do mar (moluscos, mexilhões e caracóis), em vez disso foram
encontrados no local outros companheiros fósseis para a baleia, tais como
“bacalhau, peixes arenque, peixes-agulha [parente dos cavalos-marinhos], leões
marinhos e pássaros, nenhum dos quais é morador do fundo do
mar”, tornando-se evidente que “o conjunto Lompoc representa um cemitério
fóssil catastroficamente enterrado, não o enterro progressivo
de um habitat.”[2: p. 256]
O curioso é que, de acordo com o pessoal do museu, até
meados de 1997, a camada de rocha de diatomito contendo o fóssil da baleia
permanecia sobre um vagão no fundo do museu devido à falta de dinheiro e ao
espaço necessário para que fosse curadoriada.[4] Será mesmo esse o real motivo
de o achado ter sido ignorado por décadas? Talvez uma evidência como essa que
aponta para uma catástrofe de grande escala e contraria o atualismo vigente não
ofereça mesmo um bom motivo para curadoriá-la.
DR ANDREW A. SNELLING
Everton Fernando Alves é enfermeiro e mestre em Ciências da Saúde pela
UEM
Referências:
[1] Reese KM. “Workers find whale in diatomaceous
earth quarry.” Chemical and Engineering News 1976; 54(41):40.
[2] Snelling AA. “The Whale Fossil in Diatomite,
Lompoc, California.” CEN Tech. J. 1995; 9(2):244-58. Disponível em:
[3] Ackerman PD. It’s a Young World After All. Grand
Rapids, MI: Baker Book House, 1986, p. 81-83.
[4] South D. “A Whale of a Tale.” The TalkOrigins Archive, 1997.
Disponível em:http://www.talkorigins.org/faqs/polystrate/whale.html
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