HOMEM DAS
CAVERNAS: MELHORES PINTORES DO QUE OS PINTORES MODERNOS NA DESCRIÇÃO DO ANDAR
QUADRÚPEDE
Em 5 de outubro passado, no “blog” Desafiando a
Nomenklatura Científica, de Enézio E. de Almeida Filho, foi feita uma pergunta
muito pertinente a respeito do resumo do artigo “Cavemen Were Better at
Depicting Quadruped Walking than Modern Artists: Erroneous Walking
Illustrations in the Fine Arts from Prehistory to Today” (DOI:
10.1371/journal.pone.0049786), veiculado em 5 de dezembro de 2012 sobre os
chamados “Homens das Cavernas”, de autoria de Gabor Horvath, Etelka Farkas,
Ildiko Boncz, Miklos Blaho, Gyorgy Kriska. Transcrevemos a seguir o resumo
mencionado e a pergunta feita.
RESUMO
Especialistas em locomoção animal
conhecem bem as características do andar quadrúpede desde o trabalho pioneiro
de Esdweard Muybridge na década de 1880. Ao andar, a maioria dos quadrúpedes
avança suas pernas na mesma sequência lateral, e somente a duração do tempo de
permanência dos pés no chão difere um pouco. Como esse conhecimento científico
foi representado nas pinturas clássicas de quadrúpedes em movimento? Após as
documentações fotográficas de Muybridge, diminuiu o número relativo de erros
cometidos nas ilustrações de quadrúpedes em movimento? Quão corretamente o
“Homem das Cavernas” (Homo sapiens do Paleolítico Superior) ilustrou o
movimento dos quadrúpedes que caçava nos tempos pré-históricos?
Fonte: DaVinciSketches.com
O objetivo do artigo é responder
essas perguntas. Fizemos, então, a análise de 1.000 pinturas rupestres
pré-históricas e artística modernas de quadrúpedes em movimento e determinamos
se elas estavam ou não corretas com relação às atitudes das pernas, supondo que
os demais aspectos das pinturas usados para a determinação do passo dos animais
estivessem ilustrados corretamente.
O número relativo de erros nas
ilustrações modernas de quadrúpedes em movimento anteriores a Muybridge foi de
83,5%, bem maior do que o número 73,3% correspondente a erros devidos ao mero
acaso. Esse número diminuiu chegando a 57,9% depois de 1887, ou seja, no
período posterior a Muybridge. E, mais surpreendente, ainda, foi o menor número
de 46,2% obtido nas ilustrações pré-históricas de quadrúpedes em movimento.
Todas essas diferenças mostraram-se estatisticamente significativas!
Assim, os “Homens das Cavernas”
demonstraram grande precisão na observação do movimento dos quadrúpedes que
caçavam e suas ilustrações foram muito mais precisas do que as dos artistas
mais recentes que os sucederam!
PERGUNTA PERTINENTE
Mas o “Homem das Cavernas” não é
mostrado nos livros didáticos como sendo primitivo, tosco demais, abrutalhado e
mais próximo de macacos antropoides? Como então foram muito mais brilhantes na
descrição do andar quadrúpede do que Leonardo da Vinci, renomado e incensado
pintor, escultor, músico, cientista, arquiteto, engenheiro e inventor da
Renascença?
Fonte:
BOLETIM SCB Nº 41 Novembro/2015
Não Sou Ateu, Brasil
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