REGISTROS CRONOLÓGICOS ANTIGOS (Parte
1)
David C. C. Watson
ICR Midwest
Center, 207 North Washington. Wheaton. Illinois 60187. USA.
Mostra-se neste artigo que não só as Escrituras, mas
também as obras dos escritores pagãos da antiguidade, apontam para um mundo
recente, originado há não mais de poucos milhares de anos. Muitas citações são
aduzidas para comprovar essa afirmação. Os antigos também não criam em evolução
ao acaso, mas sim, em sua maior parte, na fixidez das espécies, e, em
praticamente em sua totalidade, no resultado de um planejamento inteligente no
mundo ao nosso redor.
Lembro-me de uma conversa mantida
com o notável arqueólogo Sir Mortimer Wheeler durante um cruzeiro pelo
Mediterrâneo em 1965. Perguntei-lhe “O que pensa sobre o ano 4.004 a.C. como
data do início da civilização?” Estávamos inclinados sobre a amurada do
navio, olhando para o mar. Seus olhos brilharam ao se endireitar em seu um
metro e noventa, segurar seu cachimbo e resfolegar: “Essa ideia, de há muito
já a trituramos ... pulverizamos ao vento”
Mais tarde visitei o túmulo do
Arcebispo Ussher, na Abadia de Westminster. (Certamente todos se lembram que
Ussher foi quem divulgou o ano de 4.004 a.C. como a data da criação). Seu belo
epitáfio, em latim, diz:
“Dentre
os eruditos foi o mais santo,
Dentre
os santos, o mais erudito”
Entretanto, a pergunta hoje é:
estava ele certo? (Charles Darwin também foi sepultado na Abadia de
Westminster, entretanto o que isso significa?) Consideraremos a questão sob
dois aspectos -registros antigos extra-bíblicos, e intra-bíblicos.
I - REGISTROS ANTIGOS EXTRA-BÍBLICOS
A concordância de Roberto Young
apresenta trinta e sete computações distintas para a data da criação. Destas,
trinta são baseadas na Bíblia e sete derivadas de outras fontes - árabe, hindu,
babilônica, chinesa, egípcia, persa e abissínia. É interessante observar que
nenhuma delas desloca a data para antes de 7.000 a.C.
Se o homem tem vivido neste
planeta por dois milhões de anos, como suposto pelos evolucionistas, parece
muito estranho, de fato, que antigas civilizações, que dispuseram de excelentes
astrônomos e arquitetos, não tivessem deixado nenhum registro sequer de sua
própria história anteriormente a essa data arbitrária. Todos os mitos e lendas,
bizarros que sejam, falam de criação instantânea há poucos milhares de anos.
Veremos em breve numerosos
escritores antigos que confirmam essa nossa opinião. Primeiramente, porém, é
interessante ver como os evolucionistas tentam contornar essa anomalia. Ridpath, por exemplo, em “Great
Races of Mankind” (Nova York, 1877) escreve:
“Nenhuma criança marca seu
aparecimento no mundo fazendo um registro para a posteridade ... não devemos,
portanto, esperar encontrar qualquer evidência no início da história quanto à
data do aparecimento do homem” (página 132).
Observe a falsa analogia:
crianças recém-nascidas não elaboram diários, portanto o Homo sapiens não
poderia ter escrito sua própria história! Entretanto, crianças recém-nascidas
não fazem uma série de coisas que nos é dito terem sido feitas por Adão, como por
exemplo, comer frutos, dar nome aos animais, e ser submetido a uma operação cirúrgica
para receber uma companheira ... Se, por outro lado, ele tivesse sido criado
perfeitamente adulto, e recebido as estrelas para medirem o tempo, a
dificuldade desaparece. Adão, sem dúvida, teria tido uma perfeita memória
visual, de tal forma que a contagem dos anos não lhe teria apresentado nenhum
problema. Vejamos, contudo, o que nos ensina o mundo antigo, extra-bíblico, a
respeito da origem do homem.
O “Rig-Veda” é um dos mais
sagrados livros da Índia, escrito em sânscrito em torno do ano 1.000 a.C. No
Livro X, 90, encontramos este trecho:
Daquele grande sacrifício geral
... nasceram os cavalos, e todos os animais com duas fileiras de dentes; dele
foram gerados os bovinos, dele nasceram os carneiros e as cabras. Quando
dividiram Purusha (= espírito incarnado, ou homem personificado) quantas partes
fizeram? Como chamaram sua boca, seus braços? Como chamaram suas pernas e pés?
Os Brahmin [Sacerdotes, a casta mais elevada] foram sua boca, de ambos
os seus braços foram feitos os Rajanya [Reis, a segunda casta], suas
pernas tornaram-se os Vaisya [Comerciantes, a terceira casta], de seus
pés foram produzidos os Sundra [Operários, a mais baixa casta].
(Observação: Embora as escrituras
hindus não considerem iguais todos os homens, distinguem claramente todos os
seres humanos dos animais).
O historiador grego Heródoto (444
a.C.) foi muito bem denominado de “Pai da História”. Seu quarto de
milhão de palavras cobrem um vasto cenário estendendo-se desde a Rússia Central
até ao Sul da África, e do Mar Cáspio ao Atlântico. Suas próprias viagens
levaram-no à Grécia, Trácia (Bulgária e Romênia), Cítia, Ásia (Turquia),
Itália, Líbia, Egito e Babilônia. E ainda investigou as origens e a cultura de
cerca de uma centena de tribos desde os Montes Atlas até a Índia. Pois bem, o
que tem Heródoto a nos dizer a respeito da época da chegada dessas tribos em
suas regiões? A impressão geral deixada sobre o leitor é que a Europa foi
ocupada por europeus há não muitos séculos antes da época dos escritos de
Heródoto. Os trácios tinham vindo da Ásia, os gregos do Egito, e os tebanos
(Cadmo) de Tiro. Tiro é a mais antiga cidade mencionada; os sacerdotes locais
alegavam-lhe uma idade de 2.300 anos, estendendo-se portanto a 2.750 a.C.
Heródoto menciona que os atenienses em sua origem não falavam o grego, mas que
“trocaram de língua ao serem absorvidos na família de nações helênicas”.
Tal pesquisa e tal conclusão somente seriam possíveis nos primórdios de uma
nação, quando o assunto de sua origem ainda era objeto de interesse público.
Heródoto mostrou-se cético quanto à grande antiguidade reclamada pelos egípcios
para sua civilização, pondo o semideus Dionísio em 2.050 a.C. em vez de 13.000
anos antes, como por eles pretendido.
Heródoto indica como causa das
guerras médicas o rapto de Io, princesa de Argos (na Grécia), pelos fenícios,
que “originalmente vieram das costas do Oceano índico”. Isso levou a
duas retaliações - o rapto de uma Princesa de Tiro pelos cretenses, e de
Medeia, filha do rei da Cólchida (no Mar Negro), pelos gregos. Isso, diz
Heródoto, encorajou Paris de Tróia, cinquenta anos mais tarde, a roubar Helena
de Menelau ... daí dando origem à guerra de Tróia (1.100 a.C.). Desta forma, o
rapto de Io, ponto de partida para Heródoto, dificilmente poderia ter tido lugar
antes de 1.500 a.C. De forma geral fica-se à vontade para dizer que essa
cronologia adapta-se bastante bem no quadro bíblico da dispersão de Babel no
terceiro milênio a.C. Nos últimos sessenta anos, a idade da Grande Pirâmide
saltou de 4.800 a 2.600 a.C., o que pode indicar que Heródoto tinha razão ao
suspeitar que os egípcios exageravam sua cronologia.
O único apoio que o Darwinismo
poderia encontrar nas Histórias de Heródoto é um relato de “homens com
cabeça de cachorro, e homens sem cabeça, com olhos nos peitos” (Heródoto
não se responsabiliza pela declaração, mas meramente repete o que lhe disseram
na Líbia), e outro de uma égua ter dado à luz uma lebre. Realmente, estranhas
mutações! Descreve ele estranhos costumes e lendas de dezenas de tribos. Fala
dos canibais (duas variedades - os que comem seus mortos e os que matam para
comer), dos caçadores de cabeças e dos escalpeladores, dos devoradores de
insetos, das amazonas (que não podiam casar-se antes de ter matado um homem),
da tribo dos sem-nome (cada um chamando ao outro de “tu”), da tribo dos
sem-cabelos, dos trogloditas (recordistas mundiais de corrida), dos exorcistas
e adoradores do Sol, dos comedores de cobras e de macacos. Heródoto chama e
alguns desses de “incivilizados”, porém jamais sequer sugere que deixem
de ser verdadeiramente seres humanos, mesmo ao falar uma língua “semelhante
a nada mais sobre a Terra, parecendo gritos de morcegos”.
“Não reconheço nenhum senhor a
não ser Zeus (= o principal dos deuses) de quem descendo” é a mensagem
enviada a Dario pelo rei da Cítia (Os citas sustentam que o país não era
habitado até que um seu ancestral, filho de Zeus, chegou em torno de 1.500
a.C.). Darwin escreveu algures que era suficientemente humilde para reconhecer
sua ascendência simiesca. Tudo que podemos dizer é que, tanto quanto saibamos,
essa humildade não era partilhada por qualquer pessoa que Heródoto conheceu.
Sempre que são mencionadas genealogias, são elas relacionadas a deuses ou semideuses
em sua origem, e jamais a animais inferiores. O grande coro da antiguidade, de
leste a oeste, de norte a sul, une-se às estrelas ao declarar a glória do Deus
que nos criou.
Continua...
Carlos Carvalho
Não Sou Ateu, Brasil!
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