terça-feira, 12 de julho de 2016

Registros Cronológicos Antigos - Parte 1


REGISTROS CRONOLÓGICOS ANTIGOS (Parte 1)

David C. C. Watson
ICR Midwest Center, 207 North Washington. Wheaton. Illinois 60187. USA.

Mostra-se neste artigo que não só as Escrituras, mas também as obras dos escritores pagãos da antiguidade, apontam para um mundo recente, originado há não mais de poucos milhares de anos. Muitas citações são aduzidas para comprovar essa afirmação. Os antigos também não criam em evolução ao acaso, mas sim, em sua maior parte, na fixidez das espécies, e, em praticamente em sua totalidade, no resultado de um planejamento inteligente no mundo ao nosso redor.

Lembro-me de uma conversa mantida com o notável arqueólogo Sir Mortimer Wheeler durante um cruzeiro pelo Mediterrâneo em 1965. Perguntei-lhe “O que pensa sobre o ano 4.004 a.C. como data do início da civilização?” Estávamos inclinados sobre a amurada do navio, olhando para o mar. Seus olhos brilharam ao se endireitar em seu um metro e noventa, segurar seu cachimbo e resfolegar: “Essa ideia, de há muito já a trituramos ... pulverizamos ao vento

Mais tarde visitei o túmulo do Arcebispo Ussher, na Abadia de Westminster. (Certamente todos se lembram que Ussher foi quem divulgou o ano de 4.004 a.C. como a data da criação). Seu belo epitáfio, em latim, diz:

“Dentre os eruditos foi o mais santo,
Dentre os santos, o mais erudito”

Entretanto, a pergunta hoje é: estava ele certo? (Charles Darwin também foi sepultado na Abadia de Westminster, entretanto o que isso significa?) Consideraremos a questão sob dois aspectos -registros antigos extra-bíblicos, e intra-bíblicos.

I - REGISTROS ANTIGOS EXTRA-BÍBLICOS

A concordância de Roberto Young apresenta trinta e sete computações distintas para a data da criação. Destas, trinta são baseadas na Bíblia e sete derivadas de outras fontes - árabe, hindu, babilônica, chinesa, egípcia, persa e abissínia. É interessante observar que nenhuma delas desloca a data para antes de 7.000 a.C.

Se o homem tem vivido neste planeta por dois milhões de anos, como suposto pelos evolucionistas, parece muito estranho, de fato, que antigas civilizações, que dispuseram de excelentes astrônomos e arquitetos, não tivessem deixado nenhum registro sequer de sua própria história anteriormente a essa data arbitrária. Todos os mitos e lendas, bizarros que sejam, falam de criação instantânea há poucos milhares de anos.

Veremos em breve numerosos escritores antigos que confirmam essa nossa opinião. Primeiramente, porém, é interessante ver como os evolucionistas tentam contornar essa anomalia. Ridpath, por exemplo, em “Great Races of Mankind” (Nova York, 1877) escreve:

Nenhuma criança marca seu aparecimento no mundo fazendo um registro para a posteridade ... não devemos, portanto, esperar encontrar qualquer evidência no início da história quanto à data do aparecimento do homem” (página 132).

Observe a falsa analogia: crianças recém-nascidas não elaboram diários, portanto o Homo sapiens não poderia ter escrito sua própria história! Entretanto, crianças recém-nascidas não fazem uma série de coisas que nos é dito terem sido feitas por Adão, como por exemplo, comer frutos, dar nome aos animais, e ser submetido a uma operação cirúrgica para receber uma companheira ... Se, por outro lado, ele tivesse sido criado perfeitamente adulto, e recebido as estrelas para medirem o tempo, a dificuldade desaparece. Adão, sem dúvida, teria tido uma perfeita memória visual, de tal forma que a contagem dos anos não lhe teria apresentado nenhum problema. Vejamos, contudo, o que nos ensina o mundo antigo, extra-bíblico, a respeito da origem do homem.

O “Rig-Veda” é um dos mais sagrados livros da Índia, escrito em sânscrito em torno do ano 1.000 a.C. No Livro X, 90, encontramos este trecho:

Daquele grande sacrifício geral ... nasceram os cavalos, e todos os animais com duas fileiras de dentes; dele foram gerados os bovinos, dele nasceram os carneiros e as cabras. Quando dividiram Purusha (= espírito incarnado, ou homem personificado) quantas partes fizeram? Como chamaram sua boca, seus braços? Como chamaram suas pernas e pés? Os Brahmin [Sacerdotes, a casta mais elevada] foram sua boca, de ambos os seus braços foram feitos os Rajanya [Reis, a segunda casta], suas pernas tornaram-se os Vaisya [Comerciantes, a terceira casta], de seus pés foram produzidos os Sundra [Operários, a mais baixa casta].

(Observação: Embora as escrituras hindus não considerem iguais todos os homens, distinguem claramente todos os seres humanos dos animais).

O historiador grego Heródoto (444 a.C.) foi muito bem denominado de “Pai da História”. Seu quarto de milhão de palavras cobrem um vasto cenário estendendo-se desde a Rússia Central até ao Sul da África, e do Mar Cáspio ao Atlântico. Suas próprias viagens levaram-no à Grécia, Trácia (Bulgária e Romênia), Cítia, Ásia (Turquia), Itália, Líbia, Egito e Babilônia. E ainda investigou as origens e a cultura de cerca de uma centena de tribos desde os Montes Atlas até a Índia. Pois bem, o que tem Heródoto a nos dizer a respeito da época da chegada dessas tribos em suas regiões? A impressão geral deixada sobre o leitor é que a Europa foi ocupada por europeus há não muitos séculos antes da época dos escritos de Heródoto. Os trácios tinham vindo da Ásia, os gregos do Egito, e os tebanos (Cadmo) de Tiro. Tiro é a mais antiga cidade mencionada; os sacerdotes locais alegavam-lhe uma idade de 2.300 anos, estendendo-se portanto a 2.750 a.C. Heródoto menciona que os atenienses em sua origem não falavam o grego, mas que “trocaram de língua ao serem absorvidos na família de nações helênicas”. Tal pesquisa e tal conclusão somente seriam possíveis nos primórdios de uma nação, quando o assunto de sua origem ainda era objeto de interesse público. Heródoto mostrou-se cético quanto à grande antiguidade reclamada pelos egípcios para sua civilização, pondo o semideus Dionísio em 2.050 a.C. em vez de 13.000 anos antes, como por eles pretendido.

Heródoto indica como causa das guerras médicas o rapto de Io, princesa de Argos (na Grécia), pelos fenícios, que “originalmente vieram das costas do Oceano índico”. Isso levou a duas retaliações - o rapto de uma Princesa de Tiro pelos cretenses, e de Medeia, filha do rei da Cólchida (no Mar Negro), pelos gregos. Isso, diz Heródoto, encorajou Paris de Tróia, cinquenta anos mais tarde, a roubar Helena de Menelau ... daí dando origem à guerra de Tróia (1.100 a.C.). Desta forma, o rapto de Io, ponto de partida para Heródoto, dificilmente poderia ter tido lugar antes de 1.500 a.C. De forma geral fica-se à vontade para dizer que essa cronologia adapta-se bastante bem no quadro bíblico da dispersão de Babel no terceiro milênio a.C. Nos últimos sessenta anos, a idade da Grande Pirâmide saltou de 4.800 a 2.600 a.C., o que pode indicar que Heródoto tinha razão ao suspeitar que os egípcios exageravam sua cronologia.

O único apoio que o Darwinismo poderia encontrar nas Histórias de Heródoto é um relato de “homens com cabeça de cachorro, e homens sem cabeça, com olhos nos peitos” (Heródoto não se responsabiliza pela declaração, mas meramente repete o que lhe disseram na Líbia), e outro de uma égua ter dado à luz uma lebre. Realmente, estranhas mutações! Descreve ele estranhos costumes e lendas de dezenas de tribos. Fala dos canibais (duas variedades - os que comem seus mortos e os que matam para comer), dos caçadores de cabeças e dos escalpeladores, dos devoradores de insetos, das amazonas (que não podiam casar-se antes de ter matado um homem), da tribo dos sem-nome (cada um chamando ao outro de “tu”), da tribo dos sem-cabelos, dos trogloditas (recordistas mundiais de corrida), dos exorcistas e adoradores do Sol, dos comedores de cobras e de macacos. Heródoto chama e alguns desses de “incivilizados”, porém jamais sequer sugere que deixem de ser verdadeiramente seres humanos, mesmo ao falar uma língua “semelhante a nada mais sobre a Terra, parecendo gritos de morcegos”.

Não reconheço nenhum senhor a não ser Zeus (= o principal dos deuses) de quem descendo” é a mensagem enviada a Dario pelo rei da Cítia (Os citas sustentam que o país não era habitado até que um seu ancestral, filho de Zeus, chegou em torno de 1.500 a.C.). Darwin escreveu algures que era suficientemente humilde para reconhecer sua ascendência simiesca. Tudo que podemos dizer é que, tanto quanto saibamos, essa humildade não era partilhada por qualquer pessoa que Heródoto conheceu. Sempre que são mencionadas genealogias, são elas relacionadas a deuses ou semideuses em sua origem, e jamais a animais inferiores. O grande coro da antiguidade, de leste a oeste, de norte a sul, une-se às estrelas ao declarar a glória do Deus que nos criou.

Continua...

Carlos Carvalho

Não Sou Ateu, Brasil!

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