REGISTROS CRONOLÓGICOS ANTIGOS (Parte
3)
David C. C. Watson
ICR Midwest
Center, 207 North Washington. Wheaton. Illinois 60187. USA.
Mostra-se neste artigo que não só as Escrituras, mas
também as obras dos escritores pagãos da antiguidade, apontam para um mundo
recente, originado há não mais de poucos milhares de anos. Muitas citações são
aduzidas para comprovar essa afirmação. Os antigos também não criam em evolução
ao acaso, mas sim, em sua maior parte, na fixidez das espécies, e, em
praticamente em sua totalidade, no resultado de um planejamento inteligente no
mundo ao nosso redor.
Ovídio
Um dos paralelos mais próximos dos capítulos 1 a 11 de
Gênesis encontra-se nas “Metamorfoses” de Ovídio, famoso poeta romano
que viveu de 43 a.C. a 17 a.C. De fato, o paralelismo é tão grande que alguns
estudiosos julgam que Ovídio tinha o Velho Testamento ao seu lado ao escrever
as “Metamorfoses”. Entretanto, mesmo que ele o tivesse, certamente não
teria escrito para um leitor romano ideias que fossem peculiares aos judeus.
Parece mais provável que, se Ovídio tivesse lido Moisés, simplesmente tivesse
aceito que a narrativa hebraica dava forma mais definida às vagas lendas que
por séculos estiveram difundidas entre seu próprio povo. Faremos algumas
transcrições da tradução em inglês feita por Loeb:
A Criação
Logo após o Criador ter assim
separado todas as coisas dentro de seus limites determinados, as estrelas
começaram a brilhar nos céus. ... O mar tornou-se a habitação de brilhantes
peixes, a terra recebeu os animais, e o ar em movimento as aves.
O Homem
Faltava ainda uma criatura viva
de mais refinada consistência do que essas, mais capacitada a pensamentos
elevados, que pudesse ter o domínio sobre todo o restante. Então nasceu o
homem. ... O artífice do universo, tencionando um mundo mais perfeito, fez o
homem de Sua própria substância divina. ... Assim, então, a Terra, que até
recentemente tinha sido uma coisa rústica e sem forma, foi mudada, e revestida
de formas humanas anteriormente desconhecidas.
A Idade de Ouro
Áurea foi aquela primeira
idade, na qual, sem ninguém para exercer a força, sem necessidade de lei, todos
agiam corretamente. ... A primavera era eterna, e brisas suaves brincavam com
as flores que nasciam sem cultivo ... a terra sem necessidade de amanho
produzia abundância de grãos ... torrentes de leite manavam e mel destilava de
verdejantes carvalhos.
Os Gigantes
Dizem que os gigantes tentavam
atingir o próprio trono do céu, empilhando montanhas sobre montanhas, em
direção às estrelas ...
A Pecaminosidade da Raça Humana
Por onde quer que se estendam
as planícies da terra, reina suprema fúria animalesca. Parece existir a
generalização da criminalidade. Que eles paguem a pena que merecem.
O Dilúvio
Júpiter ... preferiu uma
punição diferente, destruir a raça humana sob as ondas e enviar chuva de todos
os quadrantes do céu ... e agora não há distinção entre o mar e a terra. Tudo é
mar, e mar sem praia. ... O lobo nada entre os cordeiros, leões e tigres são
levados de roldão pelas ondas...
Salvo pela Fé
Quando Deucalião e sua esposa,
abrigados em um pequeno barco, repousaram sobre a terra (no Monte Parnaso), a
primeira coisa que fizeram foi adorar ... não houve homem melhor do que ele,
mais escrupuloso em sua retidão, nem mulher mais reverente aos deuses do que
ela.
Restauração da Terra
Então, quando a terra coberta
de lama do dilúvio recente, aqueceu-se com os quentes raios do sol, produziu
incontáveis formas de vida ... também o grande píton, uma serpente
anteriormente desconhecida, que foi um terror para o homem recém criado. ...
Apolo destruiu esse monstro, e para que a fama deste seu ato não perecesse
através do tempo, ele instituiu os sagrados “jogos píticos”, em lembrança do
nome da serpente que destruíra. Nesses jogos todo jovem vencedor ... recebia a
honra de uma coroa de folhas de carvalho. Pois até então não existia o louro
... (Ovídio continua narrando a lenda do louro ... como Dafne se
transformou em árvore para escapar das atenções de Apolo).
Observação: Tanto quanto sabemos, os Jogos Píticos tiveram
início não antes de 1.000 a.C. Parece provável, portanto, que na mente de
Ovídio o dilúvio teria ocorrido não mais do que dois mil anos antes de sua
época, pois senão não haveria razão pela qual tivesse ele ligado o píton com o
dilúvio.
Juvenal
Juvenal viveu em Roma no primeiro século da era cristã, e
escreveu doze livros de sátiras sobre a sociedade da época, castigando todos os
vícios, a ignorância e a leviandade. Teve palavras sábias incentivando os pais
a oferecerem exemplos dignos para seus filhos. Dentre “maus” exemplos
inclui o pai judeu que “todo o sétimo dia se entrega à ociosidade,
mantendo-se desligado das preocupações da vida”.
Paremos um pouco para pensar nisso. Temos aqui o povo
escolhido de Deus vivendo no coração do mais poderoso império mundial ... e
pelo que são eles distinguidos? Pela guarda do sábado! (Pela circuncisão
também, mas várias outras raças além dos judeus a praticam). Por esse costume
singular são eles ridicularizados e difamados. Isto vinha acontecendo por seis
séculos, desde a queda de Jerusalém (nos tempos de Nabucodonosor), portanto por
cerca de 30.000 semanas. E continuou por mais 100.000 semanas. Até hoje, o
então povo de Deus celebrou cerca de 130.000 sábados ao redor de todo o mundo,
em sua dispersão entre os gentios. Pois bem, haveria Deus de querer que isso
fosse um testemunho do que realmente Ele fizera no espaço e no tempo? Ou seria
a guarda do sábado uma espécie de anedota cósmica destinada a fazer o mundo
todo rir às custas dos judeus? Poderíamos crer na bondade e na veracidade de
Deus se Ele permitisse Seu povo ser escarnecido semana após semana, ano após
ano, século após século, por participar de uma encenação que de fato
constituísse uma estupenda mentira? Para muitos parecerá mais provável ter Deus
dado aos judeus esse singular mandamento do sábado, sem qualquer paralelo em
todo o mundo pagão, para se tornar um memorial permanente -mais impressionante
do que as pirâmides -de Seu ato da Criação, único e específico.
Na realidade isso se reveste de importância somente com
relação à pergunta “há quanto tempo?” e não com o “quando?” da
criação. Entretanto, se admitirmos que Êxodo 20:11 deve ser uma verdade
literal, pareceria existir bom fundamento para aceitar os capítulos 5 e 11 de
Gênesis também como cronologicamente literais ... como certamente faziam os
judeus na antiguidade.
Continua...
Carlos Carvalho
Não Sou Ateu, Brasil!
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