quinta-feira, 25 de agosto de 2016

Registros Cronológicos Antigos - Parte 4


REGISTROS CRONOLÓGICOS ANTIGOS (Parte 4)

David C. C. Watson
ICR Midwest Center, 207 North Washington. Wheaton. Illinois 60187. USA.

Mostra-se neste artigo que não só as Escrituras, mas também as obras dos escritores pagãos da antiguidade, apontam para um mundo recente, originado há não mais de poucos milhares de anos. Muitas citações são aduzidas para comprovar essa afirmação. Os antigos também não criam em evolução ao acaso, mas sim, em sua maior parte, na fixidez das espécies, e, em praticamente em sua totalidade, no resultado de um planejamento inteligente no mundo ao nosso redor.

Josefo

Flávio Josefo, historiador judeu, foi contemporâneo de Juvenal. Escreve ele com relação ao dilúvio:

Todos os que escreveram a história dos bárbaros fazem menção deste dilúvio e desta arca; dentre eles encontra-se o caldeu Beroso, que ao descrever as circunstâncias do dilúvio acrescenta o seguinte: Diz-se que ainda existem partes desse navio nas montanhas da Armênia, e que algumas pessoas retiram dele pedaços de betume” ... Jerônimo, o egípcio, também, e Mnaseas, e muitos outros, mencionam o mesmo. Nicolau de Damasco em seu livro nonagésimo sexto declara o seguinte: “Há um grande monte na Armênia ... sobre o qual se conta que muitos que fugiram, no tempo do dilúvio foram salvos; em cujo topo desembarcou um personagem que havia sido transportado em uma arca; e os restos do madeiramento da arca forampreservados por muito tempo. Este bem poderia ser a pessoa a respeito de quem escreveu Moisés, o legislador dos judeus.” (5)

Com relação à longevidade dos patriarcas mencionados nos capítulos 5 e 11 do livro de Gênesis, Josefo evidentemente se contrapõe à eventual incredulidade de seus leitores acrescentando:

... “o tempo se encontra registrado em nossos livros sagrados, e os que então viveram anotaram com grande precisão tanto os nascimentos como as mortes dos homens ilustres” (6).

E ainda ...
Tenho agora, por testemunhas daquilo que tenho dito, todos os que têm escrito sobre a História Antiga, tanto entre os gregos como entre os bárbaros; pois concordam com o que eu disse aqui até mesmo Manéton que escreveu a História Egípcia, Béroso que reuniu os Monumentos Caldeus, bem como Mochus e Hestiaeus, e também Jerônimo, o Egípcio, e os que compuseram a História Fenícia. Também relatam a longevidade quase milenar dos antigos, Hesíodo, Hecateu, Helânico e Acusilau, além de Éforo e Nicolau.

Comentário

1 - De fato é sempre possível acusar uma dúzia de historiadores, amplamente espalhados pelo Oriente Próximo, de terem copiado a mesma gigantesca mentira de algum documento isolado, porém muitos acharão mais provável que a longevidade dos patriarcas foi um fato bem conhecido dos filhos de Noé, transmitido a seus descendentes ao se dispersarem, tornando-se os progenitores das diferentes raças humanas.

2 - O fato de que, “todos os que têm escrito as histórias dos bárbaros” mencionam o dilúvio, concorre fortemente a favor do ponto de vista de que ele tenha ocorrido no terceiro milênio e não incontáveis milênios antes.

Tácito (55-120 a.C.) foi o mais célebre historiador do Império Romano na sua época. Em seu livro “Germânia” cita sessenta e três tribos germânicas, registra suas lendas e comenta a respeito de seus costumes e de sua moral. São de interesse os três pontos particulares seguintes:
a) As tribos apontam sua origem divina

Nos cânticos tradicionais que formam o seu único registro do passado, os germanos celebram um deus nascido da terra, chamado Tuisto. Seu filho Mano é considerado como a fonte de sua raça ...”

b) Sua história inicia-se com a Guerra de Tróia ou poucos séculos antes

Os germanos, como muitos outros povos, dizem ter sido visitados por Hércules, e cantam dele como o mais conspícuo de todos os heróis, ao se prepararem para a guerra. Supõem alguns que Ulisses tivesse visitado terras germânicas, tendo fundado a cidade de Asburgo, às margens do Reno, até hoje ainda habitada”.

3 -Algumas tribos eram civilizadas, enquanto outras, na mesma época, eram bárbaras e selvagens

Os chauci são o mais nobre povo da Germânia, preferindo manter sua grandeza através de procedimentos justos. Não atingidos pela avareza nem por ambição desmesurada, habitam em calma reclusão, jamais provocando guerra, nem roubando ou pilhando seus vizinhos ...
Seu código nupcial é restrito, nenhum outro aspecto de sua moralidade merecendo maior louvor”.
Os Fenos são incrivelmente selvagens e revoltantemente pobres. Não têm armas próprias, nem montarias, nem casas. Alimentam-se de folhagens silvestres, vestem-se de peles, e dormem sobre o chão ... a única maneira que têm de proteger seus filhos contra animais selvagens é escondê-los debaixo de uma cobertura improvisada de ramos entrelaçados ...

Novamente esses fatos adaptam-se muito bem à cronologia bíblica pós-dilúvio e à rápida dispersão das raças após a torre de Babel. Esses fatos não parecem concordar com a hipótese da lenta emergência da humanidade a partir de um ancestral animal, através de homens da caverna ao longo de milhões de anos.

Lucrécio

Nossa última testemunha, embora de forma alguma a menos importante, é Lucrécio (100-45 a.C.), poeta romano, ardente discípulo de Epicuro, o fundador da escola filosófica epicurista.

Há questão de um século, quando o Darwinismo constituía o maior espetáculo mundial, os evolucionistas começaram a perscrutar os autores clássicos visando encontrar algum apoio para a nova onda a respeito da origem do homem. Muito pouco pôde ser achado, porém Lucrécio pareceu constituir um candidato promissor, devido à sua negação tanto de toda interferência divina, como da vida após a morte. Andrew White refere-se a ele uma dúzia de vezes na “História da Guerra entre a Ciência e a Religião” (1896) e mesmo há oito anos Sir Gavin de Beer achou valer a pena citar Lucrécio para trazer peso aos seus argumentos contra o propósito na natureza: “O acaso era exatamente o que Lucrécio invocava para explicar os organismos vivos” (Adaptation, 1972, página 2)

Lamentavelmente, porém, o poeta deixava de invocar também o tempo, tempo sem limite, juntamente com o acaso; e será fácil demonstrar que a visão que Lucrécio tinha da origem do mundo concorda muito melhor com o relato bíblico, Deus á parte, do que com a visão de Darwin. Seguem-se algumas citações do seu Livro V:

1 - Por que nenhum poeta cantou os feitos anteriores à Guerra de Tebas e à tragédia de Tróia (1100 a.C.)? A resposta, creio, é que o mundo foi feito recentemente: sua origem é um acontecimento recente, e não de remota antiguidade. Por isso é que ainda hoje algumas artes estão sendo aperfeiçoadas ...

2 - Acontece então que a terra produziu os primeiros mamíferos ... não é surpreendente que se desenvolvessem mais e maiores naqueles dias em que a terra e a atmosfera eram jovens.

3 - Havia grande superfluidez de calor e umidade no solo ... a infância do mundo não provocava fortes geadas, nem calor excessivo, nem ventos violentos.

4 - ... nunca houve nem jamais poderá haver criaturas com dupla natureza, combinando órgãos de origem distinta no mesmo corpo ...

5 - Os animais não podem ter caído dos céus, e os que vivem sobre a terra não podem ter emergido dos mares salgados ...

6 - O nome de “mãe” foi corretamente aposto à Terra, pois ela produziu a raça humana e fez nascer a todos os animais ... e ao mesmo tempo as aves do ar ...

Se fosse sugerido a Lucrécio que a raça humana havia evoluído de ancestrais simiescos, ele ter-se-ia rido. A única evolução postulada por ele é a do homem primitivo ao homem civilizado, e dentro de alguns poucos milênios.

7 - As variedades de ervas, cereais e árvores não podem ser produzidas nessa forma composta: cada tipo se desenvolve de acordo com sua própria espécie, todos guardando seus característicos específicos próprios em obediência às leis da natureza.

8 - Outra lenda conta como as águas certa vez juntaram suas forças e começaram a prevalecer, até que muitas cidades dos homens foram afogadas sob esse dilúvio.

Assim, há milhares de anos Lucrécio, um filósofo ateu cujo propósito impelente era livrar o mundo da “superstição” pelo ensino da “ciência”, acreditava em:

a - Uma Terra recente

b - Mais e maiores animais nos tempos pré-históricos (recentes)

c - Clima original ideal

d - Não existência de criaturas híbridas

e - Terra não conquistada pelas criaturas do mar

f - Origem simultânea de todas as criaturas com o homem

g - Fixidez das espécies

h - Um dilúvio gigantesco

E esse é o melhor apoio que pode ser encontrado no seio dos filósofos do mundo antigo pelos partidários da teoria da evolução!

Lenda Babilônica

À guisa de “postscriptum” lançaremos uma olhadela na versão babilônica do dilúvio -em tabletes de argila considerados não anteriores a 2000 a.C. Se o dilúvio teve lugar, como alguns estudiosos afirmam, pelo menos há três mil anos antes de Abraão (2000 a.C.), como poderia sua história ter sobrevivido por tradição oral ao longo de uma centena de gerações? Observe-se também que o ideograma chinês que representa navio compõe-se do número oito acrescido de bocas, que sugere fortemente Noé e sua família na arca. Isto está bem de acordo com o fato de que a escrita chinesa mais antiga data aproximadamente de 2200 a.C., provavelmente um século ou dois após o dilúvio. E não está de acordo, de maneira nenhuma, com a ideia de que a escrita só foi inventada depois de milhares de anos após o dilúvio, época em que centenas de outras histórias relacionadas com navios ter-se-iam tornado muito mais conhecidas do que a história de Noé.

Continua...

Carlos Carvalho

Não Sou Ateu, Brasil

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