Tempo
& Datação
Parte 1
J.W. Sire
Podemos classificar os
métodos empregados em três grupos:
- · métodos de pesquisa em estratigrafia (paleomagnetismo e estratigrafia);
- · métodos de datação baseados em quantidade de isótopos radioativos e seus derivados (40Ar/39Ar, K/Ar, U/Pb, Rb/Sr, Sm/Nd, Re/Os, 230Th/234U, Séries do U, 14C);
- · métodos baseados em danos de radiação cumulativos causados no material geológico (Traços de Fissão, TL/OSR, ESR).
As
menções de pesquisa em estratigrafia aparecem em cerca de 34% dos artigos. O
método mais citado de pesquisa estratigráfica utiliza a orientação da
magnetização das rochas. Supõe-se que a rocha tenha-se formado em alta
temperatura e a direção da magnetização da mesma seria a direção do campo
magnético terrestre por ocasião do seu resfriamento. Estudos deste tipo indicam
diversas reversões do campo magnético terrestre, que são usadas como referência
em estratigrafia. Os artigos que mencionam este tipo de estudo foram contados
nas colunas sob o título de paleomagnetismo, aparecendo em cerca de 20% dos
artigos. Cerca de 70% destes artigos não mencionam métodos de datação para
calibrar as inversões magnéticas no tempo.
Dos
métodos de datação baseados em quantidades de isótopos radioativos e seus
derivados, observa-se que os mais utilizados são os que envolvem o isótopo
radioativo 40K (K/Ar e 40Ar/39Ar).
Os outros método que se destacam são os métodos do U/Pb, (mais utilizado para
tempos maiores do que o tempo atribuído ao Fanerozóico), e o método do C14, que
tem utilidade limitada a tempos curtos em datação arqueológica e a parte do
período quaternário.
O
método de datação por traços de fissão baseia-se nos danos causados na
estrutura cristalina da rocha pelas partículas resultantes da fissão espontânea
do 238U, sendo aplicado a rochas em qualquer período da sequência
estratigráfica. São mencionados em cerca de 5% dos artigos.
Os
métodos de TL/OSL e ESR são baseados na criação de defeitos em cristais pela
radiação ionizante proveniente do ambiente e de isótopos radioativos na própria
rocha, e tem sido utilizados para datação de parte do período quaternário e
datações arqueológicas. Deixaram de ser utilizados para outros períodos por não
darem resultados compatíveis com o esperado (Ikeya 1983). São mencionados em
cerca de 5% dos artigos, mas vários deles tratam apenas de estudos da
viabilidade do método para datação geológica ou de estudos dos modelos dos
fenômenos de termoluminescência (TL) ou luminescência opticamente estimulada
(OSL).
(Continua…)
Carlos
Carvalho
Referência
citada:
IKEYA, M.
(1983) Progress in ESR dating of fossils. PACT Journal 9:421-431.
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