sábado, 22 de junho de 2013

Tempo & Datação
Parte 1

J.W. Sire
Podemos classificar os métodos empregados em três grupos:
  • ·         métodos de pesquisa em estratigrafia (paleomagnetismo e estratigrafia);
  • ·         métodos de datação baseados em quantidade de isótopos radioativos e seus derivados (40Ar/39Ar, K/Ar, U/Pb, Rb/Sr, Sm/Nd, Re/Os, 230Th/234U, Séries do U, 14C);
  • ·         métodos baseados em danos de radiação cumulativos causados no material geológico (Traços de Fissão, TL/OSR, ESR).

As menções de pesquisa em estratigrafia aparecem em cerca de 34% dos artigos. O método mais citado de pesquisa estratigráfica utiliza a orientação da magnetização das rochas. Supõe-se que a rocha tenha-se formado em alta temperatura e a direção da magnetização da mesma seria a direção do campo magnético terrestre por ocasião do seu resfriamento. Estudos deste tipo indicam diversas reversões do campo magnético terrestre, que são usadas como referência em estratigrafia. Os artigos que mencionam este tipo de estudo foram contados nas colunas sob o título de paleomagnetismo, aparecendo em cerca de 20% dos artigos. Cerca de 70% destes artigos não mencionam métodos de datação para calibrar as inversões magnéticas no tempo.
Dos métodos de datação baseados em quantidades de isótopos radioativos e seus derivados, observa-se que os mais utilizados são os que envolvem o isótopo radioativo 40K (K/Ar e 40Ar/39Ar). Os outros método que se destacam são os métodos do U/Pb, (mais utilizado para tempos maiores do que o tempo atribuído ao Fanerozóico), e o método do C14, que tem utilidade limitada a tempos curtos em datação arqueológica e a parte do período quaternário.
O método de datação por traços de fissão baseia-se nos danos causados na estrutura cristalina da rocha pelas partículas resultantes da fissão espontânea do 238U, sendo aplicado a rochas em qualquer período da sequência estratigráfica. São mencionados em cerca de 5% dos artigos.
Os métodos de TL/OSL e ESR são baseados na criação de defeitos em cristais pela radiação ionizante proveniente do ambiente e de isótopos radioativos na própria rocha, e tem sido utilizados para datação de parte do período quaternário e datações arqueológicas. Deixaram de ser utilizados para outros períodos por não darem resultados compatíveis com o esperado (Ikeya 1983). São mencionados em cerca de 5% dos artigos, mas vários deles tratam apenas de estudos da viabilidade do método para datação geológica ou de estudos dos modelos dos fenômenos de termoluminescência (TL) ou luminescência opticamente estimulada (OSL).
(Continua…)

Carlos Carvalho

Referência citada:

IKEYA, M. (1983) Progress in ESR dating of fossils. PACT Journal 9:421-431.

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