terça-feira, 6 de agosto de 2013


Cientistas que creem ou não em Deus
Lançando a verdade sobre certas pesquisas de opinião


Em 1916, cientistas diligentes foram inquiridos sobre se acreditavam em Deus, especificamente num Deus que se comunica com a humanidade e a quem se possa orar “na expectativa de receber uma resposta”. Os deístas não acreditam num Deus segundo essa definição. Os resultados ficaram famosos: grosso modo, 40% acreditavam neste tipo de Deus, 40% não acreditavam e 20% não tinham certeza.

Utilizando-se dessa mesma pergunta, a pesquisa foi repetida em 1977 e resultou quase exatamente no mesmo padrão, com um leve aumento dos que não acreditavam (chegando a 45%). O número dos que acreditavam em Deus permaneceu estável, em torno de 40%. Esses resultados, normalmente, podem ser interpretados de todos os modos.

Os ateus tendem a interpretá-los dizendo: “a maioria dos cientistas não crê em Deus”. Não é tão simples. Poderiam ser igualmente afirmados como “a maioria dos cientistas não descrê em Deus”, visto que 55% creem em Deus ou são agnósticos. É preciso, no entanto, ter duas coisas em mente:

A Primeira é que James Leuba, que conduziu a pesquisa original em 1916, previu que o número de cientistas que não creem em Deus aumentaria significativamente com o passar do tempo, como resultado da melhoria da educação. Houve um pequeno aumento no número do que não creem e uma diminuição correspondente dos agnósticos – mas nenhuma redução significativa daqueles que creem.

E a Segunda é que se deve enfatizar mais uma vez que a pergunta dirigida foi muito específica, isto é, se os pesquisados acreditavam num Deus pessoal de quem se esperaria uma resposta de oração. Isso exclui todos aqueles – como o cosmólogo Paul Davies – que acreditam em algum tipo de divindade ou princípio espiritual supremo indicado por evidências.

Se a pergunta tivesse sido feita em termos mais genéricos, poderíamos esperar uma resposta positiva maior em ambas as enquetes. A natureza específica da pergunta é em geral negligenciada por aqueles que analisam os dois resultados, de 1916 e 1977.

Fonte:

O Delírio de Dawkins. Alister McGrath & Joanna McGrath. Mundo Cristão, 2007, p.59-61.

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