terça-feira, 1 de outubro de 2013


A MORTE DO POSITIVISMO LÓGICO

O positivismo lógico, como alguns devem lembrar, foi a filosofia introduzida por um grupo europeu, chamado de Círculo de Viena, no início da década de 1920, e que A. J. Ayer popularizou nos países de língua inglesa com seu livro Linguagem, verdade e lógica, publicado em 1936.

De acordo com os positivistas lógicos, as únicas afirmações significativas eram aquelas cuja verdade podia ser confirmada através de experiência racional, simplesmente em virtude de sua forma e do significado das palavras usadas. Assim, uma afirmação era considerada significativa se sua verdade ou falsidade pudessem ser comprovadas pela observação empírica — por exemplo, estudo científico.

As afirmações da lógica e da matemática pura eram tautologias, isto é, eram verdadeiras por definição, simples modos de usarem-se símbolos que não expressavam nenhuma verdade a respeito do mundo. Não havia mais nada que pudesse ser descoberto ou discutido coerentemente.

O centro do positivismo lógico era o princípio da comprovação que estabelecia que a significação de uma proposição consiste de sua comprovação. Como resultado, as únicas afirmações significativas eram aquelas usadas na ciência, na lógica ou na matemática. Afirmações de metafísica, religião, estética e ética não tinham significação, literalmente, porque não podiam ser comprovadas por métodos empíricos. Não eram válidas, nem inválidas.

Ayer disse que é tão absurdo ser ateísta quanto teísta, porque a afirmação "Deus existe" simplesmente não tem significado. Como qualquer história da filosofia mostrará o positivismo lógico de fato arruinou-se na década de 1950 por causa de suas inconsistências internas.

O próprio Sir Alfred Ayer, em uma contribuição que fez a uma antologia, declarou: "O positivismo lógico morreu muito tempo atrás. Acho que uma grande parte de Linguagem, verdade e lógica não é verdadeira. Penso que o livro está cheio de erros. Penso que foi um livro importante em seu tempo porque teve um tipo de efeito catártico. Mas, analisando os detalhes, vejo que está cheio de erros que passei os últimos cinquenta anos corrigindo ou tentando corrigir".

Carlos Carvalho

Referência:


Deus existe. Antony Flew. – São Paulo: Ediouro, 2008. p.8 ss.

Nenhum comentário:

Postar um comentário