A MORTE DO POSITIVISMO
LÓGICO
O positivismo
lógico, como alguns devem lembrar, foi a filosofia introduzida por um grupo
europeu, chamado de Círculo de Viena, no início da década de 1920, e que A. J.
Ayer popularizou nos países de língua inglesa com seu livro Linguagem, verdade
e lógica, publicado em 1936.
De acordo com
os positivistas lógicos, as únicas afirmações significativas eram aquelas cuja
verdade podia ser confirmada através de experiência racional, simplesmente em
virtude de sua forma e do significado das palavras usadas. Assim, uma afirmação
era considerada significativa se sua verdade ou falsidade pudessem ser
comprovadas pela observação empírica — por exemplo, estudo científico.
As afirmações
da lógica e da matemática pura eram tautologias, isto é, eram verdadeiras por
definição, simples modos de usarem-se símbolos que não expressavam nenhuma
verdade a respeito do mundo. Não havia mais nada que pudesse ser descoberto ou
discutido coerentemente.
O centro do
positivismo lógico era o princípio da comprovação que estabelecia que a
significação de uma proposição consiste de sua comprovação. Como resultado, as
únicas afirmações significativas eram aquelas usadas na ciência, na lógica ou
na matemática. Afirmações de metafísica, religião, estética e ética não tinham
significação, literalmente, porque não podiam ser comprovadas por métodos
empíricos. Não eram válidas, nem inválidas.
Ayer disse que
é tão absurdo ser ateísta quanto teísta, porque a afirmação "Deus
existe" simplesmente não tem significado. Como qualquer história da
filosofia mostrará o positivismo lógico de fato arruinou-se na década de 1950
por causa de suas inconsistências internas.
O próprio Sir
Alfred Ayer, em uma contribuição que fez a uma antologia, declarou: "O positivismo
lógico morreu muito tempo atrás. Acho que uma grande parte de Linguagem,
verdade e lógica não é verdadeira. Penso que o livro está cheio de erros. Penso
que foi um livro importante em seu tempo porque teve um tipo de efeito
catártico. Mas, analisando os detalhes, vejo que está cheio de erros que passei
os últimos cinquenta anos corrigindo ou tentando corrigir".
Carlos Carvalho
Referência:
Deus existe. Antony Flew. – São Paulo: Ediouro, 2008. p.8 ss.
Nenhum comentário:
Postar um comentário