A Verdade pode
sobreviver numa sociedade pós-moderna?
Resumo & Resenha
Este é o
título do primeiro capítulo do livro de John MacArthur “A Guerra pela Verdade”.
O intuito é fazer uma análise de como o conceito e a busca pela verdade através
dos métodos filosóficos, ontológicos e epistemológicos têm fracassado e ao
mesmo tempo perdido o devido espaço nas mentes da atualidade. Algumas
considerações deste capítulo são tão sérias e importantes que reproduzo aqui
sem a necessidade que quaisquer explicações sejam acrescentadas.
Um dos axiomas
mais fundamentais, universais e inegáveis de todo o pensamento humano é a
absoluta necessidade da verdade. A verdade, para MacArthur, é a autoexpressão
de Deus, e ela, por sua natureza, não pode contradizer-se a si mesma. Por isso,
a verdade não pode ser explicada, reconhecida, entendida ou definida sem que
Deus seja a sua fonte. A verdade e o conhecimento, por si mesmos, simplesmente
não possuem uma relevância coerente à parte de uma origem fixa, ou seja, Deus.
A mais valiosa
lição que a humanidade deveria ter aprendido da filosofia é que é impossível
que a verdade seja compreensível sem que haja um reconhecimento de Deus como o
ponto de partida.
MacArthur
explicita que o alvo da filosofia humana costumava ser a verdade sem Deus, porém,
as filosofias contemporâneas estão abertas à noção de Deus sem a necessidade da
verdade. Essa é a “espiritualidade” pessoal, na qual todos têm a liberdade de
criar seu próprio deus. Esses deuses pessoais não representam ameaça alguma ao
egoísmo pecaminoso, porque, de qualquer forma, eles se adaptam às preferências
pessoais de todo pecador e não impõem qualquer exigência a ninguém.
Na sua visão e
análise, a modernidade era caracterizada pela crença de que a verdade existe e
que o método científico é a única maneira confiável de determinar essa verdade,
mas na pós-modernidade, há uma tendência de repudiar a possibilidade de
qualquer conhecimento seguro e sólido acerca da verdade.
O
pós-modernismo sugere que, se a verdade objetiva existe, ela não pode ser
conhecida de modo objetivo ou com algum grau de certeza, porque a subjetividade
da mente humana torna impossível o conhecimento da verdade objetiva. Cada
pessoa tem direito à sua própria verdade.
Por essa
razão, afirma MacArthur, o único objetivo e atividade singular do
pós-modernismo é a desconstrução sistemática de qualquer reivindicação da
verdade, usando as ferramentas do relativismo, do subjetivismo, da negação do
dogma, a dissecação e o aniquilamento de toda definição clara, o questionamento
implacável de todo axioma, da exaltação indevida do mistério e do paradoxo, do
exagero deliberado de toda ambiguidade e, acima de tudo, o cultivo da incerteza
a respeito de tudo.
A
verdade é como uma montanha milenar: absoluta, indestrutível, imaculada,
inabalável e perene, sempre presente, visível, incontestável, pura e
poderosamente concreta. Ao visualizá-la de longe, ficamos assombrados com sua
grandeza e beleza, mas ao nos aproximar e penetrar em seu interior (quando
possível) descobrimos que há muito mais a se conhecer.
© Carlos Carvalho
27 de novembro de 2013
Referência:
MacArthur, John. A Guerra pela Verdade / John MacArthur.
São José dos Campos – SP: Editora Fiel. Reimpressão revisada, 2010. p. 57ss.
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