terça-feira, 3 de dezembro de 2013


A Verdade pode sobreviver numa sociedade pós-moderna?

Resumo & Resenha

Este é o título do primeiro capítulo do livro de John MacArthur “A Guerra pela Verdade”. O intuito é fazer uma análise de como o conceito e a busca pela verdade através dos métodos filosóficos, ontológicos e epistemológicos têm fracassado e ao mesmo tempo perdido o devido espaço nas mentes da atualidade. Algumas considerações deste capítulo são tão sérias e importantes que reproduzo aqui sem a necessidade que quaisquer explicações sejam acrescentadas.

Um dos axiomas mais fundamentais, universais e inegáveis de todo o pensamento humano é a absoluta necessidade da verdade. A verdade, para MacArthur, é a autoexpressão de Deus, e ela, por sua natureza, não pode contradizer-se a si mesma. Por isso, a verdade não pode ser explicada, reconhecida, entendida ou definida sem que Deus seja a sua fonte. A verdade e o conhecimento, por si mesmos, simplesmente não possuem uma relevância coerente à parte de uma origem fixa, ou seja, Deus.

A mais valiosa lição que a humanidade deveria ter aprendido da filosofia é que é impossível que a verdade seja compreensível sem que haja um reconhecimento de Deus como o ponto de partida.

MacArthur explicita que o alvo da filosofia humana costumava ser a verdade sem Deus, porém, as filosofias contemporâneas estão abertas à noção de Deus sem a necessidade da verdade. Essa é a “espiritualidade” pessoal, na qual todos têm a liberdade de criar seu próprio deus. Esses deuses pessoais não representam ameaça alguma ao egoísmo pecaminoso, porque, de qualquer forma, eles se adaptam às preferências pessoais de todo pecador e não impõem qualquer exigência a ninguém.

Na sua visão e análise, a modernidade era caracterizada pela crença de que a verdade existe e que o método científico é a única maneira confiável de determinar essa verdade, mas na pós-modernidade, há uma tendência de repudiar a possibilidade de qualquer conhecimento seguro e sólido acerca da verdade.

O pós-modernismo sugere que, se a verdade objetiva existe, ela não pode ser conhecida de modo objetivo ou com algum grau de certeza, porque a subjetividade da mente humana torna impossível o conhecimento da verdade objetiva. Cada pessoa tem direito à sua própria verdade.

Por essa razão, afirma MacArthur, o único objetivo e atividade singular do pós-modernismo é a desconstrução sistemática de qualquer reivindicação da verdade, usando as ferramentas do relativismo, do subjetivismo, da negação do dogma, a dissecação e o aniquilamento de toda definição clara, o questionamento implacável de todo axioma, da exaltação indevida do mistério e do paradoxo, do exagero deliberado de toda ambiguidade e, acima de tudo, o cultivo da incerteza a respeito de tudo.
          
       A verdade é como uma montanha milenar: absoluta, indestrutível, imaculada, inabalável e perene, sempre presente, visível, incontestável, pura e poderosamente concreta. Ao visualizá-la de longe, ficamos assombrados com sua grandeza e beleza, mas ao nos aproximar e penetrar em seu interior (quando possível) descobrimos que há muito mais a se conhecer.


© Carlos Carvalho
27 de novembro de 2013

Referência:


MacArthur, John. A Guerra pela Verdade / John MacArthur. São José dos Campos – SP: Editora Fiel. Reimpressão revisada, 2010. p. 57ss.

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