Ensino particular X Ensino público
Essa é uma temática interessante dos caminhos da educação particular e da educação pública. Este texto foi um exercício que escrevi colocando minha posição bem generalizada sobre um assunto de grande importância.
A
Mercantilização do ensino particular e a precarização do ensino público –
principais desafios do professor de sociologia no ensino médio.
Não penso que o viés da
argumentação não seja a partir da mercantilização da educação particular, e
digo isso por dois motivos essenciais: 1) o ensino particular cumpre o seu
papel enquanto aquilo que ele mesmo representa para a sociedade: uma maneira de
ela ter um ensino que considera melhor para seus filhos em virtude de perceber
as carências do ensino público e 2) esse ensino particular cumpre suas próprias
exigências com a sua excelência no que faz e as metas que ele mesmo estabeleceu
de melhorias constantes, porque não está engessado pela burocracia do Estado e
de seus Ministérios e Secretarias.
Jamais estive em escola
particular e nenhuma de minhas filhas também, contudo não é de desconhecimento
geral que a escola particular sempre foi melhor e mais exigente em sua grade
curricular. Somente se verificarmos a diminuição das médias escolares para que
houvesse aprovação dos alunos do ensino público, não há muitos anos atrás, já
demonstra que o próprio poder público não acreditava na melhoria da escola que ele
mesmo criara e gerenciava.
Por isto afirmo que a questão
não é a mercantilização do ensino particular (pois sendo gerido como empresa
privada, visa lucro), mas as deficiências crônicas de nosso ensino público.
Minha questão é: será que ao invés de criticarmos o outro tipo de ensino e o
enxergarmos como um vilão, não poderíamos ao inverso disso, analisar suas
virtudes e semelhantemente criar um projeto nacional de equalização da
educação?
Se o ensino nas escolas
públicas tem deficiência e é precário, como não o seria o de um professor de
sociologia? É certo que todos os professores igualmente sofrem (ao menos os
reais professores que ensinam por amor e vocação), e aqueles que lidam com o
ensino sociológico, sofrem por saber quais são as demandas, as carências, as
lutas, por conhecerem a própria sociedade, as mazelas governamentais, a falta
de interesse de um aluno que por sua vez não foi incentivado desde sua família
ou de seu ambiente de convívio a excelência da vida, a pensar criticamente, a
sonhar com mudanças mais abrangentes e etc.
Os desafios são continentais
haja vista o tamanho de nosso país e de nossa população, contudo, não podemos
desistir agora e isso por causa da nossa próxima geração, que pode não colher
os melhores frutos que gostaríamos que ela desfrutasse.
Carlos Carvalho
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