Não existe vida inteligente fora da Terra
No ano de 1961, o estado americano de West Virginia recebia
a primeira reunião do programa “Pesquisa por Inteligência Extraterrestre”
(SETI, na sigla em inglês), que desde então tem reunido dados e evidências
sobre a possibilidade de haver vida inteligente fora do planeta Terra. Mas
hoje, mais de cinco décadas depois, ainda há cientistas que discordam
firmemente dessas suposições. A principal linha de raciocínio dos estudos como
os do SETI é a seguinte: havendo manifestação de vida em outros planetas, ela evoluiria
em determinado ritmo, bem como a raça humana está fazendo, e mais cedo ou mais
tarde mandariam sinais de existência que seremos capazes de captar.
Um cientista britânico da Universidade de Londres, Nick Lane, tem uma teoria
contrária. Ele explica, basicamente, que a vida avançada no formato que existe
na Terra (desde os seres unicelulares) é algo extremamente raro que
dificilmente poderia ser copiado. Isso porque os seres vivos precisam,
basicamente, de uma separação entre seu meio interno e o meio externo, o
ambiente em que vivem. É preciso que cada um desses dois sistemas possa
funcionar por si próprio. Ao longo dos bilhões de anos de vida na Terra
[segundo a cronologia evolucionista], muitos sistemas vitais evoluíram, mas
sempre houve essa membrana para fazer a distinção.
Existem células procariontes e eucariontes. Estas últimas, mais evoluídas
[sic], possuem uma membrana que separa o material genético, no núcleo, das
demais organelas da célula. Mais fundamental do que isso, no entanto, foi o surgimento
[sic] da mitocôndria, um evento chave que potencializou a possibilidade dos
seres vivos da Terra de evoluir [sic].
Sem a mitocôndria, de acordo com essa teoria do bioquímico britânico, jamais
teríamos passado do estado celular primitivo [sic]. Foi um único ocorrido, ao
longo de bilhões de anos, que fez a diferença para que chegássemos ao ponto em
que estamos. Para que outro planeta tivesse vida evoluída, do mesmo modo que
aqui, seria preciso um evento equivalente para os seres vivos de lá.
E as chances disso acontecer, segundo o raciocínio de Nick Lane, seriam
praticamente nulas. Em nosso planeta, ocorreu apenas uma vez em quatro
bilhões de anos [idem]. Logo, seria melhor não levantar tanta expectativa.
Nota: Nick Lane tem toda razão, mas erra num ponto: as chances de a
vida como a conhecemos “surgir”, mesmo que sejam dados bilhões de anos de
“lambuja”, não são “praticamente nulas”. São totalmente nulas.
Ele levanta o problema da membrana celular que, de fato, é um problema para os
evolucionistas. O que surgiu primeiro, a membrana ou as organelas que ela
protege e agrupa? Sem a membrana, as organelas se dispersariam no meio
circunjacente. Mas a membrana não poderia isolar o interior da célula, caso
contrário, ela morreria. Ou seja, essa membrana teria que ter “surgido” praticamente
com o grau de complexidade que tem hoje, com proteínas específicas e a
capacidade de selecionar o que entra e o que sai da célula. Complexidade
irredutível lá nos primórdios da vida?! Lane não quis complicar as coisas (até
porque certamente é evolucionista), mas ele poderia perguntar: Como a
informação genética necessária para existir vida simplesmente surgiu neste
planeta? Como a primeira célula “já sabia” que precisava se dividir para não se
tornar extinta logo no início de sua história? Como foi possível duplicar sua
informação genética e as organelas de modo tão perfeito, sem fazer com que a
“receita da vida” desandasse logo em sua origem? Se você perguntar para os que
concordam com o pensamento de Lane: Se lá fora a probabilidade de existência de
vida inteligente é praticamente nula, então por que e como a vida surgiu na
Terra, sem a necessidade de um Criador? Provavelmente, você receberá uma
resposta tautológica como esta: “Não sei, mas se estamos aqui é porque surgiu.”
Não responde nada, concorda? Apenas revela o pensamento naturalista em ação:
tudo o que existe, existiu ou existirá veio à existência a partir do nada. E
ponto final.[MB]
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