O Propósito dos Mandamentos
Deuteronômio 5.33
“Andareis em todo o caminho que vos manda o SENHOR vosso Deus, para que
vivais e bem vos suceda, e prolongueis os dias na terra que haveis de possuir.”
Equivocadamente, certas pessoas ao imaginarem a expressão “mandamentos”,
logo fazem uma conexão com algo negativo, punitivo, regras de conduta
moralista, falta de liberdade de expressão e essas associações seguem em longa
lista, de acordo com cada pessoa. Mas quero tentar expressar aqui qual o real
propósito dos mandamentos de Deus e os motivos pelos quais Ele os outorgou a
nós.
Esse versículo é o último de um capítulo que repetiu para o povo de
Israel as leis que o Senhor tinha ordenado quarenta anos antes. O livro de
Deuteronômio tem essa conotação de “repetição da lei”, justamente porque após
quarenta anos de jornada no deserto a população que saíra do Egito não estava
mais viva e seus filhos e filhas é quem estavam ali na entrada da terra da
promessa, isso fez necessário que eles ouvissem novamente toda a lei de Deus.
Tenho declarado que os Dez Mandamentos são o maior testemunho de ética e
de moral da humanidade, isto porque acredito que se os homens cumprissem tão
poucos mandamentos os problemas da humanidade seriam eliminados na ordem de
70%. Os Dez Mandamentos também são, em minha opinião, a mais antiga declaração
dos direitos humanos que se tem conhecimento, pois os assuntos tratados em dez
pontos abordam quase que a totalidade de tudo o que a moderna Declaração dos
Direitos Humanos da ONU fala em trinta.
Porque os mandamentos? Qual a intenção do Criador com eles? Penso que de
três maneiras podemos compreender os propósitos dos Dez Mandamentos, baseados
no último versículo do capítulo cinco:
Primeira – os mandamentos foram dados
para que a vida humana fosse preservada. Quando o Senhor diz: “para que
vivais”, a intenção não é trazer a morte, mas sim dar continuidade à vida das
pessoas. A vida vem em primeiro lugar, sempre.
Segunda – os mandamentos foram dados
para que essa vida seja boa, ou seja, o motivo original das leis de Deus era
para que a vida dos homens fosse bem sucedida. Ao contrário do que se pensa as
regras e leis não são prioritariamente para punição e regramento da conduta do
homem, mas primeiramente para a sua segurança e bem estar. Não seria diferente
que Deus desejasse o inverso.
Terceira – os mandamentos foram dados
para o prolongamento da vida na terra. A intenção de Deus jamais foi encurtam a
vida humana, mas sim, prolongá-la. Os mandamentos servem a esse propósito.
Quando cumprimos essas regras básicas de preservação e manutenção da vida, até
mesmo em nossa alimentação e cuidados de higiene, o óbvio é que nosso tempo de
vida aumente, é só perguntar a um médico ou a um nutricionista sobre esses
benefícios.
Portanto, os mandamentos de Deus nunca intencionaram a morte, o prejuízo
da vida ou a destruição de quem quer que seja. Pessoas mal intencionadas,
erráticas quanto ao sentido do texto bíblico e libertinas, poderão tentar
disseminar uma falsa interpretação dos mandamentos com o intuito de continuar
com suas vidas desregradas, imoral e sem padrões.
Mas em qualquer sociedade ou instituição, por menor que seja o índice de
“civilidade” existem leis e regras de conduta que procuram harmonizar o
convívio e as relações humanas, porque quando isso parte do Criador, soa
estranho? Qualquer produto que compramos vem com um manual de instrução ou de
montagem, porque que os seres humanos não teriam um?
Tudo, e digo tudo mesmo em nosso corpo segue regras restritas de
funcionamento biológico e químico e, quando há mal funcionamento das diretrizes
básicas, já sabemos o trabalho e o sofrimento que teremos na busca de cura e de
saúde. Isto porque o organismo entrou em colapso naquela área e as normas de
funcionamento adequado não estão mais sendo seguidas. Como seria diferente com
a vida?
Os Dez Mandamentos foram dados para o nosso bem e é extremamente fácil
discernir que, se não seguirmos as orientações básicas para a sustentação e
preservação da vida, esta se encontrará em dificuldades, podendo trazer a
morte, e depois não podemos culpar a Deus ou a sua palavra por as coisas darem
errado.
Carlos
Carvalho
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