segunda-feira, 15 de abril de 2013


O Desafio da Mostarda


"Se tiverdes fé como um grão de mostarda..."
Lucas 17.6


Este negócio do grão de mostarda que Jesus ensinou é uma espada de dois fios para nós. De um lado, a fé não é uma coisa mística ocultista, mas algo pequeno que se desenvolve. Por outro lado, a fé é algo tão pequeno que se não a possuímos no tamanho mínimo, de fato não a temos.
A comparação com o grão de mostarda nos indica que a fé não é algo inalcançável ou de elevada espiritualidade, mas sim uma semente. A semente da mostarda, como qualquer outra, é um mecanismo de desenvolvimento e invólucro orgânico no qual estão contidas todas as características de uma planta ou árvore na forma embrionária.
A semente nas condições adequadas e no ambiente correto irá romper-se e uma planta com toda a vitalidade irá se desenvolver, crescer e frutificar. Assim é com a fé. A fé é uma semente poderosa que foi implantada em nós, pelo Espírito Santo, quando ouvimos a Palavra de Deus e nos convertemos a Cristo como Salvador e Senhor de nossas vidas.
Como a semente de qualquer planta, a fé tem nela todas as características e qualidades necessárias para se desenvolver, crescer e frutificar em nossa vida as coisas que Deus projetou e intentou que ela fizesse. Em seu DNA, a fé já vem com todo potencial divino para realizar seus objetivos dentro e fora de cada cristão.
Por outro lado a fé é pequena como um grão de mostarda e aqui reside o desafio. Jesus nos conta que se tivermos fé apenas do tamanho desta pequeníssima semente poderemos fazer com que algo impossível, como por exemplo, uma árvore sair de seu local e ser plantada no mar com uma palavra nossa.
Não acredito sinceramente que a intenção de Jesus era que fizéssemos algo desta natureza de fato, mas que a fé tem em si mesma a potencialidade divina de realizar coisas que jamais poderíamos imaginar. Creio que quando ele usou esta expressão era isso que queria dizer, a fé pode realizar o impossível, não o utópico, mas o impossível para as nossas capacidades naturais.
Todavia, se não podemos fazer o mínimo exigido nas características demonstradas por Jesus com nossa fé, ou seja, se coisas impossíveis ou milagrosas nunca aconteceram em nossa vida, então devemos questionar a nossa fé. Isto é um enorme desafio. Reconhecer que talvez não temos a fé que Jesus descreve. É possível que tenhamos apenas um assentimento mental, quer dizer, somente uma concordância na mente de que algo possa acontecer, mas sem ter certeza de fato.
A carta aos Hebreus nos diz que a fé é uma certeza e uma convicção (Hebreus 11.1). Não é algo místico-espiritualista para iniciados nos mistérios ocultos, mas certeza e convicção. Isto nos remete às faculdades mentais, ao raciocínio, ao pensamento e a uma razão. A fé é espiritual, mas também é racional, ela é divina, mas foi criada para habitar no ser humano.
Portanto, temos duas coisas a considerar neste quesito: saber o que é a fé (uma semente poderosa que se desenvolve) e saber se temos essa fé (não um pensamento positivo incerto de possibilidade). Também precisamos saber que toda semente necessita de condições adequadas para seu desenvolvimento, ou seja, devemos produzir o ambiente para a fé crescer em nós.
A oração diária, a leitura constante da Bíblia, meditar no que os textos lidos significam, ouvir a boa pregação e o bom ensino da Palavra em uma igreja cristã genuína, por em prática os ensinos bíblicos no viver diário (praticar a Palavra é praticar a fé) e estar em uma comunidade de fé que lhe inspire e alimente é um excelente ambiente para a semente da fé.


Carlos Carvalho


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