quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

Alessandro Volta - 270 anos de seu nascimento, 188 anos de sua morte

Alessandro Volta
270 anos de seu nascimento, 188 anos de sua morte

Alessandro Giuseppe Antonio Anastasio Volta (Como, 18 de fevereiro de 1745 — Como, 5 de março de 1827) foi um físico italiano, conhecido especialmente pela invenção da pilha elétrica. Mais tarde, viria a receber o título de conde.

Volta nasceu e foi educado em Como, Itália, onde se tornou professor de física na Escola Real em 1774. Sua paixão foi sempre o estudo da eletricidade, e já como um jovem estudante ele escreveu um poema em latim na sua nova fascinante descoberta. De vi attractiva ignis electrici ac phaenomenis inde pendentibus foi seu primeiro livro científico. Apesar de sua genialidade desde jovem, começou a falar somente aos quatro anos de idade.

Em 1751, com seis anos de idade, foi encaminhado pela família para a escola jesuítica, pois era de interesse familiar que seguisse carreira eclesiástica, porém, em 1759, com quatorze anos decidiu estudar física, e dois anos depois abandonou a escola jesuítica e desistiu da carreira eclesiástica. Em 1775 aprimorou o eletróforo, uma máquina que produz eletricidade estática. Volta é comumente creditado como o inventor dessa máquina que foi de fato inventada três anos antes.

Estudou a química de gases entre 1776 e 1778. Após ler um ensaio de Benjamin Franklin sobre "ar inflamável" e cuidadosamente procurá-lo na Itália, Volta descobriu o metano. Em novembro de 1776, Volta encontrou metano no lago Maior; em 1778 ele conseguiu isolar o metano.

Em 1779 tornou-se professor de física na Universidade de Pavia, posição que ocupou por 25 anos. Em 1794 Volta casou com Teresa Peregrini, filha do conde Ludovico Peregrini. O casal teve três filhos.

Em setembro de 1801, Volta viajou até Paris aceitando um convite do próprio imperador Napoleão Bonaparte, para mostrar as características de seu invento (a pilha) no Institut de France. E, em honra ao seu trabalho no campo de eletricidade, Napoleão nomeou Volta conde em 1810.
Em 1815, o imperador da Áustria nomeou Volta professor de filosofia na Universidade de Pádua. Volta está enterrado na cidade de Como, Itália. O "Templo Voltiano" perto do lago de Como é um museu devotado ao trabalho do físico italiano: seus instrumentos e publicações originais estão à mostra lá.

Em 1800, como resultado de uma discórdia profissional sobre a resposta galvânica, defendida por Luigi Galvani (segundo a qual, os metais produziriam eletricidade apenas em contato com tecido animal), Volta desenvolveu a primeira pilha elétrica (comprovando que, para a produção de eletricidade, a presença de tecido animal não era necessária), um predecessor da bateria elétrica. Volta determinou que os melhores pares de metais dissimilares para a produção de eletricidade eram zinco e prata.
Inicialmente, Volta experimentou células individuais em série, cada célula sendo um cálice de vinho cheio de salmoura na qual dois electrodos dissimilares foram mergulhados. A pilha elétrica substituiu o cálice com um cartão embebido em salmora. O número de células, e consequentemente, a tensão elétrica que poderiam produzir, estava limitado pela pressão exercida pelas células de cima, que espremiam toda a salmora do cartão da célula de baixo.

Em 1881, uma unidade elétrica fundamental, o volt, foi nomeada em homenagem a Volta. Volta aparecia nas antigas notas de dez mil liras italianas, hoje fora de circulação. Também em sua homenagem, uma cratera lunar recebeu este nome.

São dele as palavras abaixo:

"Submeti as verdades fundamentais da fé a um estudo minucioso. Li as obras dos apologetas e de seus adversários, avaliei as razões a favor e contra e assim obtive argumentos relevantes que tornam a religião (bíblica) tão digna de confiança ao espírito científico que uma alma com pensamentos nobres ainda não pervertida por pecado e paixão não pode senão abraçá-la e afeiçoar-se a ela. Peço a Deus que minha profissão de fé, que me foi solicitada e que eu forneço com alegria, escrita de próprio punho e por mim assinada, possa ser apresentada a todos, pois não me envergonho do Evangelho."


C. K. Carvalho


Fontes:

Uma descoberta eletrizante. Ciência Hoje. vol. 26,  nº 155. ps. 75-77.


Grandes cientistas e a fé. Disponível em: http://www.freewebs.com/kienitz/declara.htm. 

domingo, 15 de fevereiro de 2015

A COLUNA GEOLÓGICA - SEUS FUNDAMENTOS E CONSTRUTORES – Parte II



Ao final de todos os posts desta série, você poderá verificar o quanto a coluna é fiável ou não em suas teorias apresentadas.


A COLUNA GEOLÓGICA - SEUS FUNDAMENTOS E CONSTRUTORES – Parte II
By Luther D. Sunderland

UNIFORMISMO

A concepção da Geologia de Hutton baseia-se na suposição de que processos contínuos, agindo uniformemente ao longo de períodos de tempo extremamente prolongados, formam as rochas sedimentares. A erosão do solo produz sedimentos que são varridos para os mares e oceanos. O calor do interior da Terra endurece os sedimentos formando camadas rochosas que depois elevam-se acima do nível do mar ao longo de períodos de tempo inimaginavelmente grandes, por “esse agente (que) é matéria sob a ação de extremo calor, expandida com incrível força” - (Hutton, 1788, p. 266).

Hutton publicou sua obra ampliada intitulada “Theory” em dois volumes de 1204 páginas, em 1795. Suas idéias foram abraçadas pelos evolucionistas em meados do século XIX para formar as teorias paralelas da Geologia Uniformista e da Biologia Evolucionistas, inseparavelmente ligadas por mais de um século. (O Uniformismo de fato dominou a Geologia por quase dois séculos até sua morte tardia em 1980, ao ser substituído pelos conceitos de extinção em massa e catastrofismo universal. A roda completou então o ciclo completo).

Na virada do século XVIII o cenário deslocou-se de volta da Escócia para a Inglaterra - onde os canais constituíam a grande novidade para os transportes, entrando em cena o engenheiro William Smith (1769-1839), que não era nem pessoa sem ocupação definida, nem clérigo, nem membro da Royal Society. Exercendo as atividades de levantamento do solo para a construção de canais, muito naturalmente tornou-se interessado nas formações rochosas. Descobriu que diferentes camadas de calcário podiam ser distinguidas pelos tipos de fósseis nelas encontrados, e usou esse princípio para traçar seu primeiro mapa geológico em 1799.

Em 1825 Smith publicou mapas da Inglaterra e de Gales com cores para indicar diferentes estratos. Em 13 de novembro de 1807, foi organizada a “Geological Society” em Londres, na “Freemason’s Tavern” (Tabela da Livre-Maçonaria), tendo como seu primeiro presidente George Greenough (1778-1855). Em Oxford, o professor de Química John Kidd (1775-1851) iniciou sua longa carreira na Mineralogia e na Geologia. Atraiu um grupo de estudantes que se tornaram famosos geólogos, como William Buckland e os irmãos John e William Conybeare. Com o auxílio de Buckland e William Conybeare, Greenough publicou um mapa geológico da Inglaterra em 1820.

Buckland em seguida tornou-se o líder inquestionável desse grupo de geólogos. Era ele criacionista e catastrofista, aceitando que as rochas que continham fósseis haviam sido formadas no dilúvio universal relatado na Bíblia. Escreveu a respeito da descoberta de ossos na gruta de Kirkdale em Yorkshire, e sobre os grandes mamíferos ainda vivendo na Europa Setentrional. Essa descoberta estabeleceu sua amizade com Georges Cuvier (1769-1832).
Cuvier, zoólogo francês, foi outra importante figura na formulação dos conceitos iniciais da Geologia, estabelecendo como ciência a Paleontologia dos Vertebrados. Profundo devoto cristão, opôs-se à tendência de aceitação do evolucionismo. Estava convencido de que as espécies eram independentes e que a única relação entre peixes e mamíferos era sua proveniência comum do mesmo Criador inteligente.
Os evolucionistas tornaram-se seus grandes inimigos. Seu livro “Discourse” (1812) descreveu como os mares haviam invadido a terra seca dando origem às extinções. Escreveu: “Essas repetidas incursões e retiradas dos mares não foram nem lentas nem graduais; a maioria das catástrofes que as provocaram foram repentinas” (Cuvier, 1813). Um dos melhores amigos e fiéis defensores de Cuvier foi outro devoto clérigo cristão, antievolucionista, Jean Louis Agassiz (1807-1873), que exerceu grande influência na formação dos conceitos iniciais da Geologia tanto na Europa quanto na América. Seu nome está particularmente ligado com a Geologia glacial.

Em Cambridge, Adam Sedgwick (1785-1873), amigo de William Conybeare, foi eleito Professor de Geologia. Como clérigo, pouco sabia de Geologia, entretanto logo iniciou trabalhos de campo nas rochas fossilíferas mais antigas da Inglaterra e de Gales, formações a que denominou de Cambriano (o nome galês latinizado de Gales é Cambria). Um dos alunos de Buckland era um rapaz estudante de Direito, Charles Lyell, da Escócia (1797-1875). Em maio de 1828 partiu de Paris um grupo para uma grande viagem turística pela Europa. Nele se incluíam Charles Lyell e Roderick Murchison que, após breve carreira militar, tinha se interessado pela Geologia por intermédio de Buckland. Murchison tinha despendido dois verões no estudo da geologia da Inglaterra e da Escócia.

Lyell havia desistido da advocacia depois de dois anos de atividade, decidido a resolver os mistérios da Geologia. Após algumas semanas na França, o grupo dirigiu-se à Itália. Em 1830 Lyell publicou “Principles of Geology”, que se tornou uma das pedras fundamentais da Geologia. Neste livro Lyell não questionava o relato bíblico da criação, embora seu tema principal fosse a destruição da idéia de um dilúvio universal responsável pela formação de fósseis nas rochas sedimentares. Seu dogma era o uniformismo na Geologia.

O segundo volume de sua obra foi dedicado integralmente à discussão da criação, que, a seu ver, havia se estendido por um longo período de tempo. Cada espécie imutável provavelmente derivava de um par original, cada par “tendo sido criado sucessivamente em épocas e locais tais que os possibilitassem multiplicar-se e sobreviver por determinado período...” (5). Ele admitia que tivessem existido extinções e novas criações de tempos em tempos. Na época, a criação não violava seu conceito de uniformidade na natureza, embora mais tarde viesse a abandoná-la pela aceitação de uma filosofia de evolução puramente mecanicista.

O livro de Lyell foi impresso na época certa para que Charles Darwin pudesse levá-lo consigo para a viagem de circunavegação que empreenderia durante cinco anos. Embora Lyell então alegasse ser criacionista, seu livro influenciou grandemente Darwin e outros que procuravam varrer de uma vez por todas a idéia de que o dilúvio universal descrito na Bíblia poderia ter sido um evento histórico real.


(Continua...)

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

A COLUNA GEOLÓGICA - SEUS FUNDAMENTOS E CONSTRUTORES – Parte I


Nota: Durante os próximos dias, iremos postar aqui o histórico científico da construção da coluna geológica, mostraremos a contribuição que cristãos e criacionistas fizeram nela e, ao final, você poderá concluir sobre sua confiabilidade. As referências serão postadas na última parte.


A COLUNA GEOLÓGICA - SEUS FUNDAMENTOS E CONSTRUTORES – Parte I

By Luther D. Sunderland

Luther D. Sunderland, B. S. pela Universidade Estadual da Pennsylvania, é engenheiro aeroespacial da General Electric. Durante vinte anos escrevendo e fazendo conferências sobre o assunto das origens, é autor de centenas de artigos sobre a controvérsia criação/evolução. Será verdade que a coluna geológica é meramente um arranjo hipotético de camadas rochosas, realmente não existente em lugar algum do mundo a não ser nos diagramas feitos pelos desenhistas? Foi ela construída antes de 1841 por evolucionistas que estavam tentando justificar seu sistema particular de crença? Certamente há um elemento de verdade em perguntas tão costumeiramente ouvidas, como as constantes da coluna acima, porém as afirmações correspondentes não estão inteiramente corretas.

Vamos nos volver às pessoas que conceituaram a coluna, e examinar suas motivações, suas crenças e as evidências geológicas que elas consideram ao formular esse tão bem conhecido conceito. Hoje em dia a coluna é aceita por quase todas as pessoas que trabalham no campo das Ciências Naturais como a justificativa básica para sua crença na teoria da evolução. Entretanto, no início o quadro era muito diferente. De fato, as pessoas que construíram a maior parte da coluna geológica eram criacionistas, e não evolucionistas. Elas simplesmente criam que Deus tinha criado os organismos vivos em certa ordem, partindo do simples para o complexo, e em instantes grandemente distanciados entre si. Eram o que poderíamos chamar de “criacionistas progressivos”. Posteriormente sua construção foi adotada pelos evolucionistas, que argumentaram que a coluna na realidade indicava que toda a vida evoluiu mediante uma progressão gradual, contínua, a partir de um único ancestral comum.

GEOLOGIA - UMA ANTIGA CIÊNCIA

A Geologia não se tornou um curso formal até o início de 1800, embora desde as mais remotas civilizações o homem tivesse demonstrado seu interesse pelas rochas e minerais, tendo-os usado de várias maneiras. Os historiadores apresentam observações sobre fósseis desde os escritos dos antigos gregos, como por exemplo, Aristóteles, que consta ter dito que os peixes podiam ser criados nas rochas. Os romanos também avançaram no estudo da Geologia ao desenvolverem extensiva indústria de mineração e refino. Leonardo da Vinci (1452-1519) foi o primeiro a concluir corretamente que os fósseis de conchas marinhas encontrados nas montanhas tinham sua origem no mar (1).

 Nicolau Steno, dinamarquês que esteve na Itália em meados do século XV estudando fósseis, mostrou concludentemente que objetos tais como dentes de tubarões incrustados na rocha eram de origem marinha, e tinham sido depositados mediante um processo de sedimentação. Ele foi o primeiro a descrever coisas que vieram a se tornar princípios fundamentais da Geologia, como o fato de que o escoamento das águas produzia um efeito significativo sobre a morfologia da superfície terrestre. A Geologia, como a conhecemos hoje, teve suas raízes principalmente na Inglaterra e na Escócia, com alguma participação da França, Alemanha e Estados Unidos.

A “Britsh Royal Society” foi formada em 1660 no Gresham College, em Londres, inicialmente como um clube filosófico realizando conferências semanais e mais tarde tornando-se o centro das atividades científicas na Inglaterra. Foi o palco de figuras tais como Robert Boyle (1627-1691), seu assistente Robert Hooke (1635-1703), e Isaac Newton (1642-1727). Tanto Boyle como Hooke demonstraram interesse nos fósseis. Hooke escreveu numerosos artigos sobre a origem orgânica dos fósseis, a maioria dos quais foi publicada postumamente John Ray, ministro ordenado que lecionou no Trinity College em Cambridge foi um colecionador de fósseis que teve importante influência na formação dos conceitos iniciais da Geologia. Outro clérigo de Cambridge, Thomas Burnet (1636-1715) escreveu o livro “The Sacred Theory of Earth”, que se tornou alvo de muita crítica por parte de membros da Royal Society e por John Ray, que escreveu diversos livros teológicos a seu respeito.

Ray lutava contra a idéia então aceita de que os fósseis tinham sido gerados espontaneamente nas próprias rochas. John Woodward (1665-1728) foi outro colecionador de fósseis sistemático no Gresham College, como também seu discípulo Scheuchzer (1672-1733) em Zurique, Suíça, que disseminou as idéias de Woodward na Europa. Ambos criam que fósseis eram os resultados do dilúvio bíblico. A coleção de fósseis de Woodward passou para o acervo de um museu em Cambridge que recebeu o nome de um de seus mais famosos sucessores - Adam Sedgwick - que lançou algumas das primeiras pedras da coluna geológica. Embora a Geologia atingisse sua maioridade na Grã-Bretanha, os franceses também lhe fizeram contribuições.

O calvinista Bernard Palissy (1510-1590) colecionou fósseis e escreveu livros sobre Geologia que se tornaram amplamente divulgados no século XVII. René Descartes (1596-1650) deixou sua marca na Geologia com a idéia de que a Terra era uma estrela que se havia resfriado (2). Alguns dos pensamentos mais antigos fortemente antidiluvialistas tiveram origem em Paris com Réaumur (1683-1757) e seu assistente Guettard (1715-1786) que elaboraram alguns dos primeiros mapas geológicos. O Conde de Buffon (1707-1788), diretor do “Jardin du Roi” em Paris, escreveu a monumental obra “Histoire Naturelle” em 36 volumes, na qual apresentava um sistema puramente natural, que não requeria nenhum fator sobrenatural. Iniciava com a Terra sendo formada pela passagem de um cometa nas imediações do Sol. Com base em taxas de resfriamento, calculava que a Terra tivesse se consolidado em 2936 anos, há cerca de 132.000 anos. Pensava que a Europa e a América tivessem se separado quando o reino da Atlântida havia afundado sob as águas do oceano. Seus escritos, que continham conceitos evolucionistas, ocasionaram diversos conflitos com a Igreja Católica. A “Encyclopédie” francesa, iniciando em 1747, publicou numerosos artigos de autoria de militantes irreligiosos como d’Holbach, que escreveu mais de mil artigos sobre vários tópicos, inclusive Geologia.

Em 1766 o Ministro de Minas da França patrocinou um projeto para o levantamento geológico de todo o território francês, o primeiro desse tipo. Guettard e seu amigo Antoine-Laurent Lavoisier realizaram a tarefa no decurso de onze anos. Em 1780 foram publicados 31 mapas. A origem do agrupamento das rochas em três categorias é atribuída a um italiano, Giovanni Arduino, em 1760. Ele chamou as rochas cristalinas que contêm minérios, de Primário; as rochas estratificadas mais duras contendo fósseis, de Secundário; e as rochas estratificadas mais moles, usualmente contendo conchas marinhas, de Terciário.

Mais ou menos na mesma época (1756) Johann Lehmann agrupou as rochas em cristalinas, estratificadas e aluviais na crença de que as rochas sedimentares eram resultado de dilúvio universal. Esse conceito foi formalizado por Abraham Werner, na Alemanha, que pensava que todas haviam sido depositadas em um oceano primordial que cobria toda a Terra. As idéias de Werner dominaram a Geologia até James Hutton (1726-1797) ter introduzido a crença no uniformismo. Hoje o tipo de rocha nem mesmo é considerado ao se classificarem as rochas de acordo com a coluna geológica, pois todos os tipos de rochas são encontrados em todas as assim chamadas eras geológicas. Um livro publicado em 1893, intitulado “Text-book of Geology” declarava que os nomes das três divisões haviam sido alterados para Paleozóico, Mesozóico e Cenozóico, e explicava a razão:

“Este arranjo tríplice permanece, entretanto, não porque cada um desses grandes períodos do tempo geológico seja considerado como tendo-se separado do antecedente ou do conseqüente por qualquer episódio geológico ou geográfico marcante, mas porque, sendo necessárias classificação e subdivisão na aquisição de conhecimento, é conveniente esse agrupamento das formações estratificadas da Terra em três grandes séries ... nas rochas não encontramos indicação de qualquer quebra geral na continuidade dos processos de sedimentação e da vida que temos visto como devendo ser registrados nas rochas paleozóicas. Pelo contrário, as formações paleozóicas em muitos lugares misturam-se com as mesozóicas de forma tão imperceptível que não se pode traçar uma linha nítida de separação entre elas e tem até sido proposto juntar os estratos da parte superior de uma série com a base da outra, como formando partes de um único sistema contínuo de sedimentação” (3).

O livro falava de diferenças nos fósseis: “porém, talvez o mais chocante ... contraste entre as rochas das séries mais antigas (Paleozóico) e mais novas (Mesozóico) seja fornecido pelos seus respectivos restos orgânicos”. Dizia que tanto as plantas como os animais eram diferentes: “Porém talvez a característica mais distintiva da fauna fosse a variedade e abundância da vida réptil. ... Foi também no Mesozóico que os primeiros mamíferos fizeram sua aparição” (4). O “Principia” de Newton publicado em 1687 continha muitos conceitos importantes de Geofísica. Newton, devoto cristão e criacionista, exerceu profunda influência em todas as áreas da Ciência.

Após a união da Inglaterra com a Escócia em 1707, a Universidade de Edimburgo começou a expandir-se. Porque Oxford e Cambridge conferiam graus somente para os membros da Igreja Anglicana, houve uma migração de não-membros para a Escócia calvinista. Em breve a Universidade de Edimburgo passou a ter mais alunos do que Oxford e Cambridge combinadas. Joseph Black (1728-1799), professor de Química, seu amigo Hutton, e o economista Adam Smith (1723-1790), fundaram o “Oyster Club” em Edimburgo, com o propósito de encontros semanais para a discussão de idéias avançadas. O Clube tornou-se importante centro de debates e comunicação científica. John Playfair (1748-1819), professor de Matemática, e Sir James Hall (1761-1832), assistiram as conferências de Black em 1781. As idéias de Hutton sobre Geologia, posteriormente elucidadas nos escritos de Playfair (1802) e Hall (1800), impulsionaram a Geologia na direção que seguiu até o seu estágio atual.


Continua...