sábado, 28 de março de 2015

A COLUNA GEOLÓGICA - SEUS FUNDAMENTOS E CONSTRUTORES – Final


A COLUNA GEOLÓGICA - SEUS FUNDAMENTOS E CONSTRUTORES – Final
By Luther D. Sunderland

DATAÇÃO RADIOMÉTRICA

Desde que a datação radiométrica foi desenvolvida inicialmente em 1911, dezenas de milhares de amostras têm sido datadas por numerosos laboratórios. Qual o quadro que essas datas nos mostram? Ninguém sabe, pois somente algumas datas muito bem selecionadas têm sido publicadas na literatura. As únicas exceções são as datas Radiocarbono, que têm sido todas publicadas na revista “Radiocarbon”, desde 1959. Knopf conta como as coisas aconteciam até meados da década de 1950: “Antes de 1956 somente uma determinação de idade absoluta havia sido feita com material paleontologicamente controlado” (28).

Então, de acordo com isso, dentre milhares de datas radiométricas, somente uma foi encontrada em concordância com o edifício do tempo geológico construído com base na suposição da evolução e da ampulheta. A maioria dos estatísticos diria que nesse caso a taxa de correlação é próxima do zero absoluto. Hudson informa que Holmes (1947) encontrou cinco pontos de referência para controle, e Kulp (1961) encontrou outros mais. Entretanto, em 1986 poder-se-ia suspeitar que o quadro tivesse se alterado drasticamente. Das milhares de datas determinadas por técnicas radiométricas, talvez um número substancial tivesse sido cuidadosamente selecionado para fazer com que parecesse validada a escala de tempo tão questionavelmente derivada para a coluna geológica.

De acordo com o Dr. Donald Fisher, em 1979 a técnica do Urânio-Chumbo não tinha sido usada há cerca de vinte anos. O professor Derek Ager, porém, apresenta a mais honesta avaliação radiométrica em carta datada de 10 de novembro de 1983, na revista “New Scientist”. Diz ele que uma das primeiras coisas que ensina a seus alunos de Geologia é a seguinte: “Nenhum paleontologista digno desse nome data seus fósseis pelos estratos em que eles são achados. ... Quanto a dar todo o crédito aos físicos e às medidas do decaimento isotópico, é de fazer ferver o sangue!” (29) Afirma ele que a datação radiométrica apresenta grande margem de erro e “é um instrumento excessivamente rústico para medir nossos estratos, e não me lembro de ocasião alguma em que tenha tido um uso prático imediato. À parte exemplos bastante „modernos que são realmente arqueológicos, não me lembro de qualquer caso de decaimento radiativo sendo utilizado para datação de fósseis” (30). Talvez essa referência a exemplos “modernos” signifique datação em Radiocarbono, que é usada amplamente, dando datas até 60.000 anos antes do presente.

O professor Ager afirma que utiliza fósseis somente como um índice para datação, e que eles provêm somente datas relativas, e não números absolutos, em anos. Escreve ele: “De fato, de certo modo quase toda datação geológica é relativa, por estarmos sempre fazendo correlações, direta ou indiretamente, com um padrão. Isso é tão verdade para os métodos radiométricos quanto para os paleontológicos, na realidade mais ainda nesse caso ... Talvez um dia sejamos capazes de introduzir cada espécime de rocha ou de fóssil em uma caixa preta e então ler sua idade em anos em um mostrador. Porém estamos muito longe desse dia, se isso for realmente teoricamente possível (31).

Os comentários acima sobre datação radiométrica não se aplicam à datação com Radiocarbono, que é a única técnica radiométrica que pode ser razoavelmente conferida. Pelo menos há cinco ou seis anos pode-se estabelecer correlação com análises dos anéis de crescimento, ou dendrocronologia. Os geólogos, entretanto, geralmente não estão interessados em datas inferiores a 50.000 anos antes do presente. Por exemplo, quando foi encontrada madeira em calcário cretáceo de 100 milhões de anos, e a datação pela técnica do Radiocarbono levou à idade de 12.800 anos, esse dado foi desprezado. A Tabela II mostra um histograma de 45.373 datas que foram obtidas com o método do Radiocarbono e publicadas na revista “Radiocarbon” de 1959 a 1980. O quadro apresentado pelas datas Radiocarbono contrasta nitidamente com a coluna geológica padrão: virtualmente cada tipo de vida foi datado como tendo somente alguns poucos milhares de anos.

Número de amostras datadas, em função da idade C-14



Idade C-14 (anos antes do presente)

Neste artigo, o autor não tentou avaliar a validade da coluna geológica ou sua escala de tempo. Pelo contrário, fez uma tentativa para apresentar resenha histórica envolvendo as pessoas que colaboraram na sua construção, incluindo seus motivos e suas crenças. Este artigo resultou de pesquisa visando a determinação da base dos diversos comentários feitos pelo Dr. David Raup, Curador de Geologia no “Chicago Field Museun of Natural History” em uma entrevista gravada e em correspondência pessoal trocada com o autor. Havia ele dito que a coluna geológica foi formulada por homens fortemente antievolucionistas e que se sentiam tão bem com ela quanto os evolucionistas. Uma coisa que preocupava o Dr. Raup era o fato de que, independentemente do que se descobrisse nas rochas, a teoria da evolução poderia ser levada a explicá-lo.

Por exemplo, se organismos mais simples fossem encontrados fossilizados nas camadas superiores, a teoria da evolução poderia ser modificada para explicar o fato; ou se eles fossem encontrados na base, a teoria poderia explicar. Esses paradoxos exigiriam uma explicação que demandou extensa pesquisa da literatura sobre Geologia Histórica. Tem havido muita discussão recentemente, mesmo na literatura científica secular, com relação aos problemas da coluna geológica e seus sérios conflitos com numerosas descobertas geológicas. Espera-se que os leitores possam mais facilmente entender por que razão esses problemas existem, depois de reconhecerem o processo tumultuoso e não científico pelo qual a coluna tão grandemente hipotética foi formulada.


Referências
1. Carol and Henry Faul - “It began with a stone”. New York: John Willey and Sons, 1983, p. 23.
2. Ibidem, p. 69.
3. Sir A. Geikie - “Text-book of Geology”. London: Macmillan and Co., 1983, p. 856.
4. Ibidem, p. 857.
5. J. F. White, editor - “Study of Earth, Readings in Geological Science”. “The Uniformity of Nature” by Charles Coulston Gillispie. Englewood Cliffs, N. J. Prentice-Hall Inc., 1962, p. 25.
6. Sir A. Geikie - “The Founders of Geology”. New York: Dover, republication of 1905 2nd edition, 1962, p. 404.
7. James Dana - “Manual of Geology”. Philadelphia: Theodore Bliss and Co. 1864, p. 130.
8. Leigh W. Mintz - “Historical Geology”. Columbus, OH: Charles E. Merrill, 1972, p. 32.
9. Ibidem.
10. Adolf Knopf – “Measuring Geologic Time”. Scientific Monthly, November 1957, pp. 225-236.
11. W. B. Harland, A. Gilbert Smith, B. Wilcox (editors). “The Phanerozoic Time-Scale. A symposium dedicated to Professor Arthur Holmes”, vol. 120S. London: Burlington House, 1964, p. 37.
12. Ibidem, p. 38.
13. Ibidem.
14. Ibidem, p. 41.
15. J. F. White - “Study of the Earth”. “Measuring Geologic Time”, p. 46.
16. Ibidem.
17. Ibidem.
18. Harland, Smith Wilcox - “The Phanerozoic Time Scale”, p. 31.
19. Ibidem, p. 32.
20. Ibidem, p. 33.
21. Ibidem.
22. Ibidem, p. 34.
23. Ibidem.
24. Ibidem, p. 35.
25. Ibidem.
26. Carol and Henry Faul - “It began with a stone”, p. 222.
27. Allisson R. Palmer - “The Decade of North American Geology”, 183, “Geologic Time Scale”. Geology, vol. 11, no. 9, September 1983, pp. 503-504.
28. J. F. White - “Study of the Earth”, p. 57.
29. Derek Ager - “Fossil Frustrations”, New Scientist vol. 100, no. 1383, November 10, 1983, p. 425.
30. Ibidem.

31. Correspondência pessoal, 10 de Janeiro de 1984, Derek Ager e Norman Macbeth. 

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