segunda-feira, 27 de junho de 2011

Górgias de Leontini

Nascido em Leontini , na Sicília (480- 375 a.C. ), foi um retórico e filósofo,  professor de oratória e retórica na Sicília e, depois de 427 a.C., em Atenas, que junto à Protágoras, formou a primeira geração de sofistas. Como filósofo, não acreditava na existência de uma ciência real.  
Foi enviado à Atenas por seus compatriotas na função de embaixador, chefiando um grupo que pediu pela proteção da cidade contra a agressão dos siracusanos .Recusou-se a assumir o apelido de sofista, preferindo ser chamado de retórico. Tornou-se reconhecido por ter introduzido os aspectos formais da técnica da retórica na Grécia. Apresentava um estilo enérgico e criativo, e poetava com exímia habilidade para improvisação. Dizia que não ensinava virtude(ou excelência), e sim a técnica da persuasão. Em outras palavras, habilitava seus discípulos a estarem de prontidão para discursar sobre qualquer tema. O retórico, portanto, tinha a necessidade de convencer os seus ouvintes independentemente de qualquer conhecimento sobre o assunto proposto.
Uma característica especial de suas aparições era a de ouvir questões da platéia sobre todos os assuntos e respondê-las sem qualquer preparo
Górgias para fundamentar sua filosofia toma por base o niilismo, a descrença por razão principal, onde nada existe de absoluto, onde não existem verdades morais e nem hierarquia de valores. A verdade não existe, qualquer saber é impossível e tudo é falso porque é ilusório. É autor da obra intitulada "Do não ser", na qual desenvolve as três teses:
·         Nada existe, o ser não é uno, não é múltiplo, nem “incriado” e nem gerado, por conseguinte o ser é nada;
·         Se alguma coisa existisse não a poderíamos conhecer, mesmo que o ser existisse, não poderia ser conhecido, pois se podemos pensar em coisas que não existem é porque existe uma separação entre o que pensamos e o ser, o que impossibilita o seu conhecimento;
·         Se a conhecêssemos não a poderíamos manifestar aos outros, mesmo que pudéssemos pensar e conhecer o ser nós não poderíamos expressar como ele é porque as palavras não conseguem transmitir com veracidade nada que não seja ela mesma. Quando comunicamos, comunicamos palavras e não o ser.
Os escritos de Górgias são tanto retóricos quanto performáticos; o autor faz grande esforço para exibir sua habilidade de fortalecer uma posição argumentativa absurda. Consequentemente, cada uma de suas obras defende pontos de vista que eram impopulares, paradoxais e até mesmo absurdos.

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