sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Adolescência, Juventude & Genialidade



Um pequeno extrato de Blaise Pascal



Blaise Pascal nasceu em Clermont-Ferrand, França, em 1623, e morreu em Paris em 1662. Viveu somente 39 anos. Uma criança muito inteligente, não freqüentou a escola e foi alfabetizado por seu pai, Étienne Pascal. Tinha tendência especial para as ciências naturais e aplicadas.
Aos 11 anos de idade, redige um breve Tratado sobre os sons, livreto em que teoriza sobre os sons emitidos pela vibração dos corpos. No mesmo ano, 1634, segundo se sabe, teria demonstrado a proposição do matemático grego Euclides sobre a soma dos ângulos de um triângulo.
Seu pai o proíbe de prosseguir os estudos de matemática até a idade de 15 anos, a fim de que Pascal possa dedicar-se com mais empenho no estudo das letras clássicas, o grego e o latim. Isso porque os estudos da humanística eram altamente valorizados na época, fazendo parte da formação intelectual dos estudantes. Também o latim era a língua acadêmica mais usada em todos os centros e universidades da Europa.
Aos 16 anos, redigiu um Tratado sobre geometria projetiva. Trabalhou com esmero no estudo sobre a teoria das probabilidades. Suas idéias sobre o tema deixaram influências marcantes sobre as modernas teorias econômicas e sobre as ciências sociais.
Aos 17 anos, Blaise publica o Ensaio sobre as cônicas. A maior parte deste estudo foi perdida, mas restou o mais importante, o conhecido teorema de Pascal. Esse trabalho deste adolescente era tão bem feito que Descartes, ao ver o manuscrito, acreditava que havia sido redigido pelo pai de Blaise.
Aos 19 anos, Blaise começa a desenvolver uma máquina de calcular, que se tornaria conhecida com o nome de Pascaline. A intenção do jovem era ajudar seu pai em seu trabalho de cobrador de impostos. A máquina fazia as operações fundamentais de adição e subtração. Vários exemplares dela existem ainda hoje em museus da França.
Aos 25 anos, em 1648, publica o Relatório da grande experiência sobre o equilíbrio dos líquidos. No ano seguinte recebe um prêmio especial do rei pela invenção da máquina de calcular Pascaline. Seu pai morre em 1651 e sua família é agora apenas Blaise e sua irmã Jacqueline, porque sua outra irmã, Gilberte, já estava casada a cerca de dez anos.
No ano de 1654, com 31 anos, portanto, é um período de intenso trabalho em pesquisas e experiências científicas para o jovem Pascal. Ele redige e publica nesses anos seu Tratado do triângulo aritmético e ainda Soma das potências numéricas.
Em um pequeno período de sua vida, de 1652 a 1654, Pascal experimenta a vida mundana, apesar de continuar suas pesquisas científicas, desfruta a companhia de amigos, de belas mulheres e de hom
ens que gostam de jogatinas. Sua irmã lhe recrimina o tipo de vida que leva e Blaise lhe diz que despreza as coisas mundanas, mas não se sente atraído por Deus.
No final do ano de 1654, um fato muda completamente a vida de Pascal. No mês de novembro, viajava em carruagem com alguns amigos. Não se sabe a razão, os cavalos se assustaram e mergulharam de uma ponte. A carruagem se destaca e fica dependurada à borda da ponte. Pascal e seus amigos conseguem sair da viatura, mas o matemático e filósofo se aterroriza com a proximidade da morte e desmaia, ficando longo tempo inconsciente.
Era 23 de novembro de 1654. Pascal retoma os sentidos por volta da meia-noite e tem uma intensa visão religiosa. Ele mesmo a descreveria mais tarde, como um encontro com o “Deus de Abraão, Deus de Isaac, Deus de Jacó, nada de filósofos, nada de cientistas...”. A partir deste ponto, se torna um grande defensor do Cristianismo.
No dia 3 de agosto de 1662, redige seu testamento. Depois de passar alguns anos sofrendo e lutando para manter sua saúde cada fez mais frágil, no dia 19 do mesmo mês morre um gênio do século XVII antes de completar quarenta anos.
Ao vermos uma trajetória de vida tão curta, mas ao mesmo tempo tão produtiva, de uma mente tão genial e perspicaz como a de Blaise Pascal, desejamos que os adolescentes e jovens de nosso país tenham uma mente desenvolvida, sadia, científica e temente a Deus como a deste homem.
A meu ver, dois foram os fatores que contribuíram para a sua genialidade. O primeiro a dedicação de seu pai, que sempre esteve ao seu lado e lhe apoiando em tudo e nos estudos, mesmo após a morte prematura de sua mãe. E segundo, uma disciplina maravilhosa de vida de estudos e pesquisas que o separaram da maioria das pessoas, até de outros de sua idade.
Óbvio que como todo adolescente e jovem teve seus momentos de experimentar as coisas mundanas, mas isso não lhe tirou o espírito escrutinador e inquiridos que o fez continuar em suas jornadas científicas. Após a sua conversão ao Cristianismo, Pascal não se tornou um jovem menos brilhante, ao contrário, temos hoje dívida para com ele por causa de seus escritos defendendo a fé cristã.
Quem não gostaria de ter filhos assim? Qual sociedade não gostaria de possuir adolescentes e jovens tão brilhantes? Educação, Família, Cristianismo, foram os ingredientes que formaram uma de nossas mentes mais brilhantes que já existiram.

Por Carlos Carvalho
3 de setembro de 2012


Referências
Pascal, Cientista e Filósofo Místico. Série Pensamento & Vida – Editora Escala. São Paulo, 2012.
Pensamentos de Pascal. Henri Missis (org.). Abba Press Editora – São Paulo, 2002.

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