sábado, 1 de setembro de 2012

Pedágio Guarulhos/Arujá R$ 2,50


Qual a justificativa?
Agosto de 2012

Ao necessitar passar pelo pedágio entre Guarulhos e Arujá por conta do terrível trânsito que havia naquela região que ladeia o bairro do Bonsucesso, nesta manhã de sexta-feira (24/08/12), me deparei com o valor do pedágio de R$ 2,50. Na última vez que passei por lá (pouco mais de um mês), o valor era de R$ 2,30.[i]
Não é o preço em si que me preocupa e certamente não preocupa a maioria dos que passam por lá, em virtude que é um dos valores mais baixos que pagamos no Estado de São Paulo. Quem como eu viaja pelas rodovias federais que atravessam as principais cidades brasileiras (principalmente BR 116 e 101), vai constar que os preços nelas são bem elevados.
A minha indignação se dá por causa do valor percentual cobrado a partir do último preço: 9,2% (aumento real). E minha pergunta inicial é a mesma: o que justificaria tal aumento. Não lemos nada a respeito, as coisas são feitas de maneira unilateral por parte da concessionária, parece não existir nenhum tipo de regulação e o pior, aumentam à revelia no sentido de que se há um aumento concedido em uma região ou cidade, forçosamente as outras regiões também têm de sofrer impacto de novo valor.
Pesquisei alguns dos principais aumentos percentuais nos últimos meses e criei uma tabela demonstrativa para que possamos verificar a incongruência deste tipo de ação que estamos sempre sofrendo e aparentemente não há nada que possa ser feito por causa do tipo de relação submissa e ridícula de nossas autoridades constituídas.
Setores
% dos aumentos
Aumento das tarifas de transporte urbano[ii]
3,4
Aumento da inflação (previsão para 2012)[iii]
5,28
Aumento do preço de insumos e matéria-prima[iv]
de 1 a 9
Aumento dos combustíveis[v] (gasolina e diesel)
7,8 e 3,9
Aumento do preço da cesta básica[vi] (os 3 grupos)
0,68
Aumento do aluguel de imóveis[vii] (IGP-DI Agosto)
1,07
Aumento dos preços ao consumidor[viii] (acumulado do ano)
1,93
Reajuste do salário mínimo[ix][H1] 
9,2











Mesmo diante do aumento do salário mínimo neste ano, retirada a projeção da inflação para o período, o aumento é de apenas 9,2%, que é a exata quantia percentual do aumento do preço do pedágio Guarulhos/Arujá.
Se mantivéssemos o índice do governo de 14,13% para o salário mínimo e subtraíssemos apenas os percentuais referentes ao transporte, cesta básica e ao consumidor, isso daria um valor de 6,01%. Diminuído do percentual do salário, o cidadão que o recebeu, teve somente 8,12% de aumento real de seu ganho.
De onde vem então esse reajuste? Quais as bases verdadeiras para isso? Como coisas assim ainda podem acontecer com extrema facilidade em nossas cidades? Mesmo que os contratos com as concessionárias permitam um aumento de preços em virtude de situações que podem ser justificadas por análises competentes, como se permite esse tipo de ação unilateral?
Isto sem considerar a quantidade de veículos leves e pesados (com preços variados) que passam pelo pedágio diariamente. Mais de 35 milhões de passagens foram feitas somente no primeiro trimestre de 2012[x]. Multiplicando esse montante apenas pelo preço mínimo, o valor ultrapassa os 80 milhões de reais. De fato é um negócio altamente lucrativo e de baixíssimo risco.
A quem cobrar por essas ações unilaterais? O que se pode ou deve ser feito em virtude dessa ganância exploradora com nome de livre comércio? Que nos respondam os nossos governantes!

Referencias



[ii]Disponível em: http://www.guarulhosweb.com.br/noticia.php?nr=44987. Acessado em 24/08/2012.

[vii]Disponível em: http://www.calculos.com/aluguel20.php?ind=igp. Acessado em 24/08/2012.



  [H1]O aumento foi de 14,13%, descontada a inflação estimada, o aumento real é de 9,2%.



Por Carlos Kleber Carvalho – graduando de Ciências Sociais pela Universidade Metodista / pólo EAD Guarulhos – Presidente da ONG ABAN-Brasil.






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